O Casamento

Capítulo 5

Casamento

- Você está linda! - Joaquim, seu pai, passou a mão pelo tecido branco. - Não acredito que a minha filha está casando!

- Não precisa fingir como se fosse surpresa. Até parece que seus amigos não sabem que é contrato. - Monica rolou os olhos e encarou a mãe que estava de cabeça baixa. - Não vai falar nada, mamãe?

- Seu pai já disse que está linda. - Vanda olhou a filha de volta. - Espero que seja feliz com o Felipe.

- Feliz com um cara que está se casando comigo por causa de um contrato assinado com meu pai? - Monica riu e se aproximou da fila organizada de padrinhos e familiares.

- Ela vai ser feliz, logo logo terá filhos e vai se apaixonar perdidamente pelo Felipe. - Joaquim deu uma risada com um charuto na boca.

- Se for igual nosso casamento tenho pena de minha filha. Ela vai se apaixonar por um cara grosso, rude e vai receber nada em troca. - A mãe falou observando Monica digitar no celular na fila de entrada. - Eu não sou feliz, Joaquim, nem quero que minha filha passe a mesma coisa que eu.

Vanda seguiu em direção à fila e se encaixou na frente dos padrinhos. Joaquim apareceu minutos depois sem o charuto e deu o braço pra esposa.

- Você nunca foi próxima da menina, nem eu fui, como quer a felicidade?

- Porque eu sou mãe! Eu a amo. Você não sabe o que é ver a filha chorando porque foi obrigada a transar com o marido. - Vanda puxou o braço de Joaquim pra dentro da igreja.

- Felipe obrigou nossa filha a...

- Cala a boca, estamos entrando no casamento. - Vanda o interrompeu e abriu um sorriso teatral pra mostrar a felicidade.

Quando Monica entra vê Felipe no altar com um sorriso no rosto. Ela se sente enojada e passa a mão na barriga como se quisesse vomitar.

Ela entra na igreja sozinha, tinha sido um pedido da mesma pra cerimonialista e para os pais. Ao chegar no altar, Felipe beijou sua testa e disse:

- Você é a noiva mais linda que eu já vi.

- Por um contrato você teria que falar isso pra qualquer mulher. - Ela sorriu irônica e o acompanhou para a frente do padre.

O padre foi rápido na missa e logo os dois trocaram as alianças. Como Monica tinha retirado os votos e o "sim", os dois se casaram em 20 minutos. Os dois foram da igreja direto para o buffet, onde sua mãe tinha organizado uma festa.

- Amiga, você está linda! - Giovanna se aproximou com o namorado Pablo, que era estudante de engenharia, igual a ela. - Eu quase chorei!

- Quase? - Mo franziu a testa e riu.

- Você sabe porque! - Tomate a olhou estranhando e Gio tratou de explicar. - Eu não chorei pra não borrar a maquiagem.

- Ah! Amor, eu vou ali falar com alguns amigos. - Tomate deu um selinho em Monica e saiu.

- Se fosse com o Otaviano eu teria alagado a igreja. - Monica sorriu e abraçou a amiga.

- Eu sei que você deve estar triste por ele não ter vindo, mas foi melhor assim. Já pensou o Ota te olhando casar? Você iria surtar e agarrar ele! - Disse Pablo, com um copo de Whisky na mão.

- Eu também pensei nesse lado. Eu não quero ir pra Paris com o Tomate! - Monica disse com uma cara de choro.

- E quem quer viajar pra Paris com um cara que tem apelido de Tomate? - Os três riram. Gio continuou: - Pelo menos quando você voltar vai poder viajar "comigo".

- Ah, falando nisso, o Ota não sabe ainda dessa viagem, vou falar quando o encontrar pessoalmente. - Pablo e Gio assentiram. - E agradeço ao Pablo por comprar duas passagens para vocês irem a Espanha pra disfarçar que estaremos juntas.

- Que isso! Só gosto de você e do Ota juntos. - Pablo sorriu orgulhoso pelo que tinha feito e beijou Gio na testa.

Giovanna e Pablo se afastaram ao ver Tomate voltar com duas taças de champanhe na mão.

- Ansiosa pra Paris?

- Ansiosa pra acabar toda essa palhaçada de casamento. - Monica notou um fotógrafo se aproxima e abriu um sorriso pro Tomate.

Hotel - Núpcias

- Ainda não entendi porque você quer passar a noite de núpcias em um quarto separado. - Felipe disse pela décima vez no quarto presidencial do hotel. - Mas tudo bem, estarei no primeiro andar do hotel, qualquer coisa me liga.

- Claro. - Monica puxou a mala de carrinho pra dentro e trancou a porta.

Pegou o celular e discou o número de Otaviano.

- Alô? - Uma voz feminina atendeu o celular do amado.