Monica subiu e encontrou Maria falando ao celular na varanda. Viu que os filhos não tinham chegado e se jogou no sofá. Ficou mexendo no celular vendo notícias sobre sua loja, mas nada demais. Levantou e foi para o quarto trocar de roupa. Monica ficou deitada na cama assistindo e mexendo na Internet, sem conseguir ligar pra Otaviano, pois seu celular dava desligado. Estava quase pirando.Escutou a porta se abrir devagar e uma voz masculina. Saiu do quarto rapidamente e viu Otaviano entrar com os dois no colo, dormindo. Olhou o relógio da sala de estar que marcavam 20 horas. Fez uma cara feia para Ota, mas ele não disse nada. Pegou Lucas no colo e o levou para o quarto, sendo seguida por Ota e Pedro.
Colocaram os dois na cama, acendeu o abajur e encostaram a porta. Otaviano tentou ir embora sem falar nada, mas escutou a risada irônica de Monica.
- Você acha que vai sair assim? Calado? Você levou os meus filhos...
- Eles também são os meus filhos! - Ele diz se aproximando dela.
- Você leva eles, diz que vai trazer depois do almoço e traz agora?
- Sou o pai deles, eu trago na hora que eu bem quiser. Você passou a semana com eles.
- Você mentiu pra mim!
- Não grite comigo. - Ele avisa trincando os dentes. - Eles vão acordar se você gritar.
- Agora você está nervosinho? Se fosse eu? Se eu tivesse pegado eles de dentro da sua casa na sexta a noite e levasse de volta de noite, horas depois do combinado, você ia gostar? - Ele passou a mão na boca e recuou.
- Tudo bem, desculpa. Próxima vez eu...
- Próxima vez? Você acha que vai ter próxima vez? Não já achou demais ele ficar o dia inteiro com você e aquela mulherzi...
- EU NÃO TENHO NADA COM A THAIS! Porra! - Monica se assusta com o tom de voz do amado.
- Aquele dia...
- Você sabe muito bem o que aconteceu aquele dia. Eu contei a verdade, só que você é uma maluca que acha tem razão em tudo, em tudo!
- Eu vi! Eu vi ela com você...
- Olha, me deixa, certo? Vai ser melhor assim. Vai ser melhor, já que você está em outra.
- Em outra!? - Ela franze a testa, com as lágrimas escorrendo pela bochecha. - De onde você tirou isso?
- Da cena que eu vi lá embaixo! Você abraçando o seu motorista. Me poupe, duvido que seja motorista. Aposto que você se deitava com ele quando ia pra empresa, ou pra qualquer lugar. Eu vim deixar os meninos de tarde, mas eu vi vocês dois lá embaixo, então passei direto e levei eles pro shopping.
- Bruno e eu somos amigos!
- Thais e eu também éramos isso. - Monica ri.
- Aham, amizade colorida.
Otaviano ignora o comentário de Monica e vai embora. Monica passa o final de semana em casa com os filhos e checando as vendas de sua loja que iam bem.
Na segunda, Otaviano chegou na casa de Monica de surpresa.
- Papai! - Lucas correu e pulou no colo dele.
- Oi meu amor! Cadê o seu irmão? - Lucas apontou pro corredor. - Vai chamar ele pra gente comer uma pizza?
Lucas foi pro quarto chamar o irmão. Monica apareceu na sala com Giovanna ao lado.
- Vai sequestrar eles de novo? - Perguntou com as mãos na cintura.
- Calma, Mo! Ele é pai, tem direito de levar os filhos pra jantar. - Gio colocou a mão no ombro da morena.
- Jantar é uma coisa, ficar com eles dois dias sem avisar a hora que vai voltar é outra, Gio.
- Eu vou pegar eles.
Ota vai pro quarto e pega os dois meninos prontos. Sai de casa e deixa Monica com raiva.
- Ele está me testando. - Giovanna ignora o que a amiga fala e atende o seu celular que tocava. - Giovanna!
- Espera! - Giovanna fala com Pablo e desliga em seguida. - Preciso ir atrás do Pablo, ele caiu numa blitz da polícia e tá sem a carteira de motorista, preciso levar lá em dez minutos.
- Tudo bem. Tchau, Gio.
As duas se abraçam e Monica se joga no sofá, bufando. Seu celular toca minutos depois e ela atende.
- Alô?
- Monica? Você está em casa? - Era a voz de Bruno.
- Sim, porque?
- Então, eu queria saber se você toparia ir ao cinema comigo. Isso se não estiver fazendo nada. - Ele ri.
- Pode ser. Otaviano levou os meninos pra jantar e a Maria foi caminhar na praia, então eu aceito.
- Chego aí daqui a quarenta minutos, pode ser?
- Pode. Vou me arrumar e desço. Beijo.
Ela desliga e vai se arrumar. Bruno se atrasa cinco minutos, mas ela não liga. Assim que entra em seu carro, ele sorri de lado e diminui o volume do rádio.
- Que foi? Está achando estranho eu sentar no banco do passageiro, e não no detrás? - Ele ri e assente. - Deixa de ser bobo, garoto.
- Ué, dirijo pra você há dois anos, não tenho culpa se me acostumo.
- Que filme vamos ver? - Ela tenta meter qualquer assunto para não pensar em Otaviano.
- Pode escolher, mas não escolhe romance, odeio filme meloso. - Mo ri e acesso o site do shopping.
- Olha, tem filme de terror, gosta? - Ele assente. - Então pode ser esse.
Chegam no shopping, compram ingressos, a pipoca e entram na sala do cinema. Depois de duas horas de susto, Bruno vai deixá-la em casa.
- Adorei a sua companhia, querida. - Ela sorri.
- Eu também adorei. Agora vou subir e me estressar um pouco com o Ota. Ele levou os meninos pra jantar e não falou a hora que voltaria.
- A gente se vê amanhã, chefe. - Monica ri e se aproxima para beijar seu rosto.
Bruno vira o rosto e recebe um selinho de Monica. Ela o olha sem graça e ele sorri. Monica acaba beijando Bruno. O beijo dura segundos, um beijo lento. Ela pára quando seu celular toca. Ela pega na bolsa e atende sem ver quem é.
- Alô?
- Oi, você é o parente do Otaviano José da Costa? - Monica olha pra Bruno.
- Sim. Aconteceu alguma coisa? Quem está falando?
- Aqui é da polícia. O senhor Otaviano bateu o carro em um poste, estamos com ele na Avenida Brasil. Você pode vir pra cá?
- Só me responda uma coisa antes. - Monica estava com lágrimas nos olhos. - Tem duas crianças com ele?
- Não, não encontramos nenhuma criança. - Monica respira aliviada.
- Estou indo agora. - Monica desliga. - Bruno, dirige pra Avenida Brasil agora! Sei que não é hora de tra...
Bruno arranca o carro para a avenida, sem esperar ordens da patroa. Monica liga pra Maria chorando.
- Alô? Oi Monica.
- Maria, o Pedro e Lucas estão em casa com você?
- Não, eles não chegaram ainda. Você está chorando? O que houve? - A morena desliga a ligação e cai no choro.
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O Casamento
FanfictionEla foi obrigada a se casar com ele mesmo não o amando. Ela ama outro cara.