Capítulo onze.

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- Você e a Nicole? - ouvir o Derick perguntar chateado.

- Derickizinho, não é o que você está pensando - Nicole falou cobrindo o corpo com lençóis e sua cara de sonsa.

Revirando os olhos, comecei a escutar a discussão de pai e filho. Lorenzo queria se explicar para o pai, e eu ainda estava tentando assimilar tudo.

Lorenzo e Nicole? Sério mesmo?

Querendo ou não, eu fiquei aliviada um pouco. Não seria hipócrita ao ponto de dizer que pegar Lorenzo no flagra com Nicole, não fez que a minha culpa diminuísse 10%.

Olhei para cena, Derick passava as mãos pelo o cabelo frustrado. E eu não entendia aquela sua reação.

Será que ele gostava da víbora de verdade?

O meu coração doeu um pouco ao pensar essa possibilidade.

Será que o Derick só queria brincar comigo?

Meus pensamentos ferviam. Ver o seu desapontamento com o filho fez pensar que ele sempre quis algo comigo nas escondidas, mesmo quando eu queria terminar o meu relacionamento com o Lorenzo. Naquele momento, os meus pensamentos viajavam e pensavam várias coisas terríveis.

- Alicia? - vi Lorenzo só de cueca na minha frente me chamando.

Olhei pra ele e forcei um sorriso que não chegavam aos meus olhos.

- Eu juro que isso não era pra ter acontecido - ele disse com certe preocupação na voz - Não acho certo traição!

Sua frase fez o meu sangue tremer.

- O que aconteceu aqui foi um absurdo. Você sabe que a gente não estava bem- ele disse- Eu ia até conversar com você, mas nunca trairia você, quer dizer, além de hoje – falou passando às mãos em seu cabelo loiro já bagunçado.

Acenei com a cabeça absorvendo toda a sua sinceridade.

- Você me perdoa? - perguntou aflito.

Não conseguia falar, pois eu fiz o pior. Não conseguia responder sua perguntar. Lágrimas caíram dos meus olhos, não eram de raiva ou decepção por ter pegado Lorenzo com a Nicole.

Mesmo sabendo que Lorenzo merecia alguém melhor.

Eram lágrimas de medo da sua reação quando descobrisse tudo.

- Vá tomar banho e depois você conversa com ela - Derick disse bravo.

Lorenzo saiu sem pestanejar. Derick veio até eu e segurou meu braço, levando-me comigo até o seu quarto, que ficava do outro lado do corredor.

O seguir calada, sem saber o que dizer.

Assim que entrei no quarto eu não segurei uma pergunta que atormentava minha cabeça.

- Você ainda gosta dela?

- O quê? - perguntou como se não acreditasse na minha pergunta.

Ele poderia me achar louca, vocês poderiam. Mas qualquer pessoa perguntaria se visse a reação que ele teve ao ver a Nicole com o Lorenzo.

- O que você ouvir... - falei chorosa.

- Isso só pode ser brincadeira sem graça... - disse passando as mãos por todo o cabelo.

- Não gosto dela, você sabe muito bem- falou exasperado- só fiquei chocado, ele sempre foi contra ao nosso noivado, e lhe traiu logo com ela – falou como se fosse um absurdo.

- Irônico. Não é? - murmurei com sarcasmo.

- Não me venha com ciúmes agora, Alicia. Droga, desde que você chegou nesta casa a minha vida se tornou uma zona, a relação com meu filho também.

- Agora toda a culpa é minha? - perguntei já chorando.

- Grande parte - disse me encarando- Vamos combinar, você não devia ter aceitado o pedido de namoro do Lorenzo.

- E você não devia ter me assediando.

- Maldita hora que você foi ao meu consultório!

Aquela frase doeu mais que tudo. Sentei na cama na mesma hora e deixei as lágrimas cair. Não lembrava sentir uma dor tão forte desde a morte da mamãe.

Não acreditava que estava escutando aquilo da voz do homem que eu amava. Que por acaso, era o pai do bebê que estava em meu ventre.

- Oh, bebê - ele falou como se percebesse que tinha falado merda.

- Não me toque, nunca mais.

- Alica...

- Maldita a hora que fui me envolver com você, maldita hora que eu seguir o meu coração - gritei na mesma hora que Lorenzo adentrou no quarto.

Tinha como piorar aquele dia mais?

- Como é que é você dormiu com a gente ao mesmo tempo? – Lorenzo bradou.

Oh, aquilo seria o início de toda a minha humilhação. Eu merecia.

Lágrimas caíram dos meus olhos, balancei a cabeça negando para Lorenzo. Mas ele não me ouviu.

- Porra, e eu me sentindo culpado por ter lhe traído, e você brincando com pai e filho.

- Você estava com nós dois? - se Derick queria acabar com o meu coração, e o nosso amor, ele estava conseguindo todas as vezes que abria aquela boca de merda dele.

O encarei com ódio e enxuguei minhas lágrimas.

- Quero conversar a sós com o Lorenzo - murmurei - E você- apontei para Derick- não me faça perguntas que você não poça mais voltar atrás.

Vi ele engolindo em seco e depois saiu do quarto batendo a porta.

Um dor no pé da barriga me incomodou, passei a mão por lá.

- Lorenzo, vou ao banheiro e volto já - ele assentiu sem ao menos me encarar.

Eu esperaria o que dele?

Entrei no banheiro e lavei o rosto. Merda, se alguém me contasse a duas horas que isso ia acontecer, eu iria revirar os olhos.

Na verdade, eu achava que as coisas estavam sobre controle. Erro meu grande e feio.

Fazendo algo que era errado, que no fim todo mundo ia saber. E por mais que eu estivesse todos os motivos, as pessoas não iriam querer saber.

Já estava preparada para ser apontada para a mulher que brincou com pai e filho.

A dor aumentou e eu tirei a calça que estava usando para usar o sanitário. Quando vi a calcinha, me desesperei. Estava com sangramento, e isso no início da gravidez não era nada normal.

Abrir a porta com tudo chorando mais ainda. Lorenzo viu meu estado e se aproximou visivelmente procurado.

- Alicia, não precisa ficar assim. Eu tenho raiva de tudo isso, mas não sou um hipócrita...

- Lorenzo, por favor, leve-me para o hospital- pedir sem me importar com a conversa.

- O que aconteceu? - perguntou.

- Estou sangrando e isso não é normal! - disse chorando passando a mão na barriga.

- Por quê? - perguntou confuso.

- Estou grávida, não é normal.

Ele arregalou os olhos e me pegou no braço.

- Não precisa - disse - Só me leve, por favor – implorei.

- Vai ficar tudo bem.

Já não sabia mais se podia acreditar naquela frase.

Mas sabia de uma coisa, que não queria perder minha relação com o Lorenzo, mesmo sendo erradas muitas coisas que omitir.



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