Capítulo dez.

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Um mês depois

Olhei para o papel em minhas mãos tremulas.

- Abre logo menina - Judh mandou com expectativa.

Os dias tinham se passado e eu é Derick ficamos cada vez mais próximos. Carol tinha recebido alta uma semana depois da nossa visita no hospital, ela passou boa parte da recuperação aqui em casa, já que seus pais não saiam do hospital por causa de Matheus, que ainda se encontrava em coma. Fazia três dias que ela não andava mais por aqui, o que chamou minha atenção. Lorenzo tinha se afastado, não deu brecha para eu terminar algo que já não existia mais.

Fazia cinco dias que eu tinha passado mal na frente de Judh. Tontura e enjoos eram o que mais me afetavam, até que ela apareceu do nada com um teste de gravidez. No dia, eu fiquei louca, pensei que tinha perdido a mente em algum lugar por pensar tal possibilidade. Mas ela não estava errada, com sua insistência acabei fazendo o teste que deu positivo.

Sim, sentei e chorei por umas meia hora nos seus braços. Mas ainda não queria acreditar que aquilo estava acontecendo comigo. Então Judh indicou uma clínica para fazer o exame de sangue, ela não saiu da minha sombra nenhum minuto, e eu agradeci silenciosamente. Precisava realmente de alguém que lembrasse minha mãe por perto.

E hoje era o grande dia, o exame tinha sido entregue e estava nas minhas mãos. Já estava atrasada para ir ao trabalho e queria sair daquela situação o mais rápido possível.

- É melhor a noite - disse.

- Menina, é melhor abrir antes. Do que tem medo? Ficarei do seu lado sempre.

- Derick e Lorenzo são pai e filho, você entende? Como vou explicar para eles?

- Uma coisa de casa vez.

Suspirando, abrir o envelope e o que eu mais temia aconteceu, eu realmente estava grávida dele.

- Estou grávida - murmurei deixando uma lágrima solitária cair.

- Ei - Judh me abraçou - Tudo vai ficar bem.

Balancei a cabeça e suspirei cansada.

Onde eu tinha me metido?

- Hey, minhas lindas - a voz do Lorenzo me fez sentir culpada.

- Oi - respondi sem ânimo.

- Aconteceu algo, Alicia? - perguntou.

- Não - disfarcei forçando um sorriso.

- Por que a Carol não veio mais aqui? - foi minha vez de perguntar.

- Ela está com o Matheus - disse com uma carranca - E com raiva por causa de uma coisa estúpida.

- Como o que?

- Nada, coisa nossa - percebi que ele não queria falar mais, então me calei.

Minutos depois Derick entrou rindo e assobiando. Lorenzo arqueou uma sobrancelha para o pai.

- Viu o passarinho verde, papai? - perguntou rindo.

- Oh, não filho- falou sem graça.

- Quem é ela?

- Ela quem? - Derick perguntou espantado.

- A mulher que o deixou todo alegre. Vocês repararam? Papai todo sorridente nesses últimos dias, eu sei que estou meio afastado, mas observo as coisas.

- E-eu? - Derick gaguejou e eu quis morrer ali mesmo - Não existe mulher, é só coisa da sua cabeça.

- Vou fingir que acredito - Lorenzo falou e depois voltou a tomar seu café.

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