Terceira temporada, capítulo 1 - Aberta a temporada de má sorte

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- Booooooooooom diiiiiiiiiiiiiia casal meteórico - Ouvi a Rafa dizer muito animada enquanto entrava pela porta do nosso quarto esbanjando disposição e felicidade. Aquela era a Rafaela Prado, sempre um poço de otimismo e boas energias.

Tentei abrir os olhos, sem sucesso. Eu estava completamente exausta e sem nenhuma vontade de levantar da cama. Nesses casos, a solução mais prática era colocar o travesseiro sobre a minha cabeça e fingir que nada estava acontecendo. E foi exatamente o que eu fiz. Ao meu lado eu pude sentir que o Luan havia feito a mesma coisa. Isso era o que eu chamava de casal unido!

- Ah, nem me venham tentar me enrolar. Dona Anita Tunice, a senhorita sabe que você tem um voo para Los Angeles marcado para hoje às 10 horas da manhã. Vamos gata garota, você sabe que sempre tem que chegar antes no aeroporto para atender os fãs - A Rafa disse. Pela sua voz eu imaginava que ela estava parada na porta do quarto. - Energia, energia, energia meus amados!

Fala sério, como alguém conseguiria ter "energia, energia, energia" às 6h da manhã de uma segunda-feira? Só a Rafa mesmo!

- Mais quinze minutos, vai... - Tentei negociar, ainda com o travesseiro tampando o meu rosto.

- Mais quinze minutos, Any. Nem um minuto a mais, hein? Vocês dois são os campeões em me enrolar! - Ela tentou se fazer de brava, mas eu sabia que aquilo era só tipo. A minha empresária era a melhor pessoa nesse mundo em conseguir alguns "minutinhos" extras para mim e para o Luan.

- Estou descendo para checar se a Monique já saiu do hotel. Volto daqui a pouco... Sejam "bonzinhos" e não deixem uma grávida esperando, hein? - Ouvi a Rafa dizer enquanto ia se afastando da porta. Assim que me certifiquei que os seus passos já estavam longe o suficiente eu tirei o travesseiro do meu rosto e me virei em direção ao Luan.

- Eu não quero ir... Quero ficar com você! Você mal chegou e eu já tenho que sair - Falei fazendo "draminha".

- Também não quero que você vá, nega. Não quero ficar esse "tempão" todo longe "docê" - O Luan falou com a voz sonolenta empurrando o seu travesseiro de qualquer jeito para o lado deixando eu ver o seu rosto.

- Oh paixão, não fala assim que eu já fico morrendo de saudades - Falei enquanto aproximava o meu corpo do dele. Em menos de um minuto nós já estávamos abraçados.

Eu conseguia contar nos dedos quantas horas faziam que nós estávamos juntos. O Luan tinha feito um show perto de Londrina e voltou para casa de madrugada só para se despedir de mim antes da minha viagem para Los Angeles. Eu iria passar dois meses fora. Seria uma viagem a trabalho. Trabalho esse que, se desse certo, seria o melhor de toda a minha carreira. Eu iria grava um filme junto com o Robert Pattison, um dos galãs mais badalados em Hollywood no momento.

O convite para esse papel surgiu logo após eu me mudar para "A Toca", a casa que o Luan havia comprado para mim em Londrina. Eu lembro que na época nós ficamos super felizes com a novidade e que ele me deu a maior força para viajar, mesmo morrendo de ciúmes do Robert. Esse era o ponto negativo do seu namorado-barra-praticamente-marido ter lido o seu diário: Ele sabia que a minha opinião sobre o senhor Pattison envolvia achá-lo um cara muito gato e muito gostoso, além de um ator talentoso. Isso não era algo que contava muito a meu favor. Principalmente quando você vai fazer o papel da "stripper" pela qual a personagem do Robert se apaixona no filme...

Mas, depois de muita conversa e de muito "jeitinho", eu consegui convencê-lo que eu era muito mais Luan. Difícil mesmo estava era superar os nossos problemas com os nossos horários que insistiam em não bater e com todos os compromissos que nós tínhamos que cumprir.

Assim como eu previ quando começamos a morar juntos e oficializamos a nossa relação para o status de "Enrolados", nós não tivemos um minuto sequer de paz. Sem contar os nossos compromissos que já estavam previstos no nosso cronograma de trabalho, como a gravação do novo CD do Luan e do filme do André e da Ana Júlia que eu havia gravado há um tempo atrás, nós recebemos inúmeros convites para festas, eventos e todos os tipos de chatices e afins que para manter a pose nós tínhamos que comparecer. Nós viramos o "Casal Meteórico" do momento. E a nova moda dos colunistas de fofoca das revistas e sites era me criticar por não ter aceitado me casar com o Luan além de apostar quanto tempo o nosso namoro-barra-quase-casameno iria durar.

A Granfina e o CaipiraOnde histórias criam vida. Descubra agora