Quarta temporada, Capítulo 9 - As Granfinas e o Caipira

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Notas iniciais: Cap está cheio de fortes emoções!

Espero sinceramente que gostem!*

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Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas

Acordei em um quarto todo branco, deitada em uma cama desconfortável e com algo pinicando no meu braço.

Levantei a cabeça muito devagar. Minha vista estava um pouco embaçada e todo o meu corpo parecia ser feito de gelatina. Demorou alguns instantes para os meus olhos se acostumarem com a luz pálida do local. Assim que consegui enxergar melhor, caí na real que estava em um quarto bege de hospital, deitada em uma maca e que aquilo pinicando no meu braço na verdade era uma agulha conectada a um soro. E o pior de tudo: eu vestia aquelas camisolas horríveis que eram abertas na parte de trás! Socorro!

Ao meu lado, o Luan dormia todo torto em uma poltrona. Ele estava despenteado, com a roupa amassada e parecia estar em um sono agitado, como se estivesse tendo um pesadelo. Era estranho vê-lo daquele jeito. O meu marido costumava sempre estar na "estica", penteado e cheiroso, exatamente o contrário de mim.

Fiquei olhando para ele ali, se remexendo na poltrona e, aos poucos, fui me lembrando de tudo o que acontecera na noite anterior. As provocações dele na boate, o meu show de "Poderosa", a discussão no escritório, o meu desmaio...

Ai meu Deus! Será que o meu bebê estava bem? Por instinto coloquei a mão na barriga como se quisesse protegê-lo, mas encarando a situação na qual eu me encontrava – o quarto, o soro, a aparência do meu marido – era difícil acreditar que a resposta para a minha pergunta era sim.

De repente o desespero tomou conta de mim. A sensação veio tão forte e intensa que eu sentia como se tivesse acabado de receber uma descarga elétrica de vários volts. Me encolhi na cama, as lágrimas rolaram pelo meu rosto e os meus soluços eram tão fortes que senti a cama se mexer embaixo de mim. Eu chorava por causa da minha irresponsabilidade, pela minha teimosia, imaturidade e, sobretudo, pela minha burrice! Onde eu estava com a cabeça quando acreditei que poderia ser uma boa mãe? Eu era um desastre completo em todas as áreas da minha vida!

- "Paxão"? Ô "Paxão", não chora! Não fica assim que eu não aguento te ver chorar... Vai ficar tudo bem, "cê" vai ver só...

Eu devia estar chorando muito alto, porque o Luan acordou com um sobressalto. Quando ele viu o meu estado, se levantou e veio até mim, segurando uma das minhas mãos e tentando secar as lágrimas no meu rosto.

- Amoooor..., e o nosso bebê? Como... ele está? – Precisei reunir todas as forças que ainda me restavam para conseguir controlar o meu choro e fazer aquela pergunta. Enquanto esperava a resposta do meu marido, experimentei uma sensação muito estranha. Ao mesmo tempo que estava ansiosa para saber como estava o bebê Luanita eu também não queria ouvir a resposta. Eu jamais me perdoaria se, de alguma maneira, eu tivesse prejudicado o meu filho.

- Não sei ainda, "Paxão". A "dotora" veio aqui, te cutucou de tudo quanto é jeito, mas não falou nada. Ela disse que queria esperar você acordar e conversar com nós dois juntos – O meu marido me respondeu com uma expressão preocupada.

Não consegui me segurar. Voltei a chorar, o desespero tomando conta de mim. Será que eu tinha perdido o meu bebê? Eu sabia que se alguma coisa tivesse acontecido a culpa seria apenas minha e de mais ninguém. E essa certeza pesava nos meus ombros de forma opressora.

- Não chora, Anita! Pelo amor de Deus, não chora! Vai ficar tudo bem! Você vai ver só... Eu tô aqui com você e nós vamos superar tudo isso juntos, entendeu? – Ele apertou a minha mão ainda mais forte – Confia em Deus e na Nossa Senhora que tudo vai dar certo!

A Granfina e o CaipiraOnde histórias criam vida. Descubra agora