Quarta temporada, capítulo 10 - Missão de paz

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Notas iniciais: Missão de paz nessa Trupe? Será que vai dar certo? Sei não, hein?!

Meninas, o cap está morno, mas o próximo estará mais top, ok?

Digamos que vai rolar um "flash back". Rs!

Mas por enquanto,

Aproveitem!*

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Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas

Quase um mês depois...

- Malú não esquece que essa é uma missão de paz, hein? Nada de escândalos, brigas... Malú? Malú! Dá para largar esse fone de ouvido e me escutar? – Pedi perdendo a paciência com a Maria Luiza e dando um tampa desses bem estralados em seu braço. Ela me olhou com uma expressão de "Você vai morrer", mas continuou ouvindo música, me ignorando completamente.

- Ahhh, é assim? Então olha o que eu faço com esse fone! – Falei puxando os fios do seu ouvido com um só tranco – Vou jogar na privada e dar descarga! – Avisei me levantando da minha poltrona e indo até os fundos do meu jatinho particular, o Black Jack.

Nós estávamos voando em direção à Londrina. Por causa dos dias que passei de repouso em causa a minha agenda profissional estava uma bagunça e, para consertar isso, a Rafa havia marcado uma reunião comigo. Como eu também precisava acertar alguns detalhes do bebê, como a decoração do quarto e as roupinhas, resolvi que seria melhor que o encontro com a minha empresária acontecesse na Toca. Assim eu poderia matar dois coelhos com uma paulada só (ou seja lá como for o jeito certo de falar esse ditado popular...).

Naqueles dias que passei em casa, muita coisa aconteceu. Os resultados genéticos confirmaram que a minha filha realmente tinha Síndrome de Down. Mas, para a minha surpresa, eu não fiquei chocada ou triste com aquela notícia. Acho que a conversa com a minha mãe no carro, as minhas orações para Nossa Senhora da Aparecida e a canção que o Lú dedicara para mim por telefone conseguiram, de alguma forma, fazer com que eu encontrasse o meu equilíbrio, além de uma força inesgotável que vinha de dentro de mim e me tornava capaz de encarar qualquer desafio. Talvez fosse o famoso "amor de mãe" entrando em ação...

O fato é que aquele exame serviu como injeção de ânimo para mim. A partir daquele dia uma nova Anita nasceu. Uma Anita capaz de administrar sozinha os horários das suas vitaminas e refeições, que planejava ela própria a decoração do quarto da criança e que, junto com a mãe, comprava o enxoval para a filha. Me flagrei conversando por horas e horas com a Nicole, situação que não acontecia antes. Nós falávamos sobre todos os assuntos: filmes, novelas, fofocas de celebridades, sobre o meu amor por ela e, principalmente, sobre como o pai dela era perfeito. Os enjoos também pararam junto com as minhas "crises" de sono, que me faziam querer hibernar por quase um dia inteiro.

Minha mãe me ajudou muito nessa fase. Como a Dona Clara era a única que sabia do meu "segredo", ela ficou ao meu lado me dando muita força e vários conselhos. Era tão bom passar aquele tempo com a minha mãe. Nós nunca tivemos uma relação familiar normal. Ela sempre trabalhou demais e depois eu própria iniciei a minha carreira. A Nicole estava servindo como uma "desculpa boa" para nos aproximarmos.

Por várias vezes ela me disse para abrir o jogo de uma vez e contar tudo para o Luan e o resto da Trupe, mas eu não tive coragem. Era estranho, mas eu sentia como se precisasse defender a minha filha. Não queria ninguém a julgando antes mesmo de conhecê-la. Fora isso, eu também temia a reação das pessoas. Eu não me sentia pronta para enfrentar a rejeição ou o preconceito de alguém, principalmente se essa pessoa fosse o Luan.

A Granfina e o CaipiraOnde histórias criam vida. Descubra agora