Uma Chance

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Um mês se passou, resolvi apaga-lo da mente e voltei a frequentar a cafeteria.

Meu celular começou a tocar, como demorei para acha-lo na bolsa, perdi a ligação. Quando coloquei em cima da mesa, um homem parecido com Bruno entrou na cafeteria, como estava de costas não consegui ver seu rosto. Se fosse  mesmo não queria que me visse pois não queria falar com ele. O homem fez uma ligação e em seguida meu celular começou a tocar de novo, era um número desconhecido. Sim, era ele me ligando. Só pensava em um jeito de sair dali sem que me visse, então recusei a ligação. Tava achando o que? Que poderia sumir e depois me ligar que eu iria igual uma cachorrinha toda contente babar por ele? Estava muito errado!

O celular voltou tocar. Tentei recusar outra vez, mas ele travou. Droga, logo agora tinha que travar? O toque estava me irritando, as pessoas perto de mim começaram a me observar. Bruno olhava para os lados procurando o telefone barulhento. Estava desesperada. Encolhi para me esconder quase ficando de baixo da mesa, tentando baixar o volume do toque em vão.
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---Analu?---- Falou em pé ao meu lado.----Porque ta se escondendo de mim? Posso me sentar aqui com você?
----Não. ----Respondi, ele ignorou e se sentou mesmo assim.
----Você deve estar com raiva de mim por ter sumido assim... Mas não foi porque eu não queria saber mais de você...
Eu só pensava "Lá vem desculpa esfarrapada!".
----Não né, você só foi abduzido por Ets, e estava esse tempo todo na nave deles servindo de cobaia! Onde foi que eles implantaram o microchip? ----Debochei, mas logo me arrependi. Ele abaixou a cabeça com uma cara triste, parecia sincero. Então calei minha boca.
----Não fala assim comigo. Minha mãe está doente.----Os olhos dele brilhavam como o mar em dia ensolarado. Parecia que ia chorar a qualquer momento---- Tive que viajar, fiquei esse tempo todo no Hawaí, voltei ontem só pra terminar de gravar o CD e depois vou pra lá de novo.
----Ah, sinto muito...----Falei me sentindo ridícula e egoísta . Então lembrei que ele tinha meu número. ---- Mas porque não me ligou pra avisar?
----Sai daqui tão atordoado que me esqueci de levar o celular...
----Entendi...Olha eu sinto muito mesmo, mas admito que fiquei muito chateada.
Ele não falou nada, nem olhava pra mim. Aquele silêncio me incomodou. Levantei e peguei minha bolsa:
----Bruno, tenho que ir trabalhar, depois conversamos melhor.
Ele segurou meu braço:
----Analu, não vai assim. Me desculpa. Gosto muito de você. ---- Levantou ---- Esse tempo que fiquei lá, não tirei você da minha cabeça! Me da mais uma chance.
----Tudo bem, sei como são essas coisas de família. Agora tenho mesmo que ir.

Quando estava saindo ele me chamou:

----Você aceita sair comigo?
----Ah Bruno, não sei se quero me envolver assim...----Falei sem jeito.
----Vamos...---- Falou entusiasmado.
----Hum... Num sei, você sumiu e reaparece assim... Já me convidando pra sair.
----Mais uma chance...----Fez beicinho. ----Por favor!
Olhei para o chão para poder pensar sem a pressão que ele me fazia pelo olhar. Ele me deu uma explicação bem aceitável por ter sumido e estava ali tentando se redimir. Resolvi aceitar.
----Então te pego hoje às nove. Vamos a um bar bem legal!
Nos abraçamos mais uma vez e fui embora.

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⏰ Última atualização: Jan 23, 2018 ⏰

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