Como quase tudo na vida, demorei a entender que o amor não se busca, não se pede, muito menos se implora. Ele simplesmente aparece, na hora que bem entender.
Há quem o encontre no cinema, no teatro, no parque ou na escola, num dia qualquer. Há quem passe anos correndo atrás dele, pedindo, implorando, chorando por um pouquinho de amor, mas nada, nada do amor dar as caras.
Eu encontrei o amor num dia como qualquer outro, num lugar comum, num momento inesperado. Mas não vou dizer que deixei ele vir de mansinho não, muito pelo contrário, eu cansei de ir atrás, confesso, e passei a simplesmente não me importar mais.
Como tudo na vida que só aparece quando se perde, o amor surgiu para mim quando eu já tinha perdido as esperanças e me conformado a viver sem ele. E daí ele apareceu como quem não quer nada, preenchendo minha vida aos pouquinhos até o ponto de transbordar. Porque é assim que ele funciona: aguarda o momento certo para ocupar o vazio na vida de alguém.
E é assim que o amor pretende mudar o mundo: transformando os vazios, preenchendo as lacunas e deixando transbordar o amor na alma dos afortunados que recebem a sua visita.
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Marcas Indeléveis - Crônicas
Non-FictionColetânea de crônicas extraídas do blog: marcasindeleveis.blogspot.com.br. "Tudo deixa marcas, meu caro leitor. Bem ou mal, inefável ou não. Estamos o tempo todo sujeitos ao registro de nossas vidas. As marcas em nossas peles, os respingos de chu...