~Na mídia: Uma explicação mais visual sobre as fogueiras para quem não conhece a mitologia Pagã. Esse é um vídeoclipe da banda Faun chamado Walpurgsnacht (Noite de Walpurg/Noite de Beltane).
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Quando Killian enfia algo em sua cabeça, nem um exorcista pode fazê-lo tirar de lá, desse modo, depois do café da manhã, todos na casa começaram a arrumar suas coisas para a viagem até o local das fogueiras que ficava a duas horas de carruagem da cabana. Mesmo que Adrian estivesse aparentemente tranquilo quanto a não sermos cristãos, ainda pedi que ele saísse do quarto e tranquei a porta antes de abrir meu baú. Tirei meu vestido especial vermelho, duas sacolinhas de veludo e então tranquei o baú novamente, escondendo a chave embaixo do assoalho embaixo da cama.
Adrian e Killian trocaram suas roupas por roupas mais leves, apenas camiseta, calças, botas e suspensórios. Simon também, assim como todos os outros, trocaríamos de roupa somente no local. Perto de quatro da tarde saímos nos cavalos e na carroça da fazenda do pai de Killian.
~Killian~
Eu devo admitir que estava achando uma tremenda estupidez da parte de Lídia ficar tão na defensiva sobre Adrian ser nosso terceiro. Eu sou homem, eu quem devia me preocupar com isso! Mas eu tinha certeza do que dizia, nunca contaria a um estranho sobre nossos segredos, nossas tradições. Concordo que, talvez, eu devesse ter falado com ela a respeito antes de contar, mas nunca diria isso em voz alta. Ela quer ser teimosa? Também sei ser.
Eu cavalgava com meus homens a cavalo enquanto Lídia e Adrian iam com Simon e vovó na carroça coberta. Lídia e Simon dormiram por boa parte do percurso, talvez não tivessem dormido tão bem, mas acordaram espontaneamente quando entramos no acampamento onde aconteceria a fogueira. Guardamos os cavalos e a carroça do lado de fora do acampamento, num cercado próprio para isso.
Haviam pessoas fazendo diferente coisas, um mastro pintado de vermelho e cheio de fitas brancas e vermelhas quilométricas estava de um lado e algumas pessoas juntavam a lenha para a fogueira do outro lado. Ao fundo estavam duas barracas, uma branca e uma vermelha, altas e bem espaçadas com estandartes no alto. Puxei Adrian e expliquei-lhe.
-A barraca vermelha com o estandarte branco com a pintura de lua crescente, é a barraca das mulheres. A branca com estandarte vermelho com a pintura de galhadas é a dos homens. -Falei apontando as barracas enquanto adentrávamos o acampamento.
-Qual a diferença? -Ele perguntou. Cada um carregava embaixo do braço sua muda de roupa, tive que emprestar a ele roupas apropriadas e vi o enrolado vermelho sob o braço de Lídia. O vestido especial. Arrepio correu por todo o meu corpo.
-As cores simbolizam algo, os símbolos nos estandartes também. Te explico na barraca. -Falei dando um tapa leve em seu ombro e seguimos, Simon veio no colo de Naelyian enquanto Lídia e vovó entravam na barraca vermelha.
Na barraca, vários homens estavam nus, cobrindo seu corpo com tinta e enfeites, alguns ainda se despiam e outros passavam de um lado para o outro trazendo mais tintas ou mais enfeites.
-O que é tudo isso? -Adrian perguntou enquanto colocávamos nossas coisas em criados mudos espalhados por todos os lados e começávamos a nos despir. -A nudez é...
-Não é um tabu para nós como no cristianismo. Nossos corpos são um presente dos deuses, por que nos envergonharíamos deles? -Ele pareceu refletir a respeito. -Se for usar tinta, é melhor esperar que seque antes de por a roupa.
-Você vai usar a tinta? -Ele perguntou.
-Eu sempre uso. -Falei sorrindo.
~Adrian~
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Arruinada ( #1 Duologia Arruinada)
Historical Fiction~ESTA HISTÓRIA SERÁ CORRIGIDA.~ 1902: Lídia é a filha mais nova do Barão Allistair, e sendo a mais nova, não herdaria nenhum título ou bem especial. Sua única função na família é conseguir se casar com alguém que ajude sua família financeirament...