Capítulo 7. Os dois

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~Na mídia, a música que ouvi enquanto escrevia este capítulo. Foi o mais fácil de escrever, adoro escrever esses dois brigando (sim, sou sádica <3) Levou uns cinco minutos para escrever ele! o/

Depois que vovó veio nos receber, todos nós entramos na cabana, que de repente parecia lotada com todos aqueles homens altos. Vovó preparou a ceia e todos almoçamos e apesar de tosse constante, Simon parecia bem, alegre, brincava com o pai e com os amigos dele, os homens, cujos nomes me foram devidamente apresentados durante o jantar.

Naelyian era alto e moreno, bem ao estilo escandinavo com uma barba loira por fazer, queixo anguloso e olhos azuis. Duncan era negro e alto, musculoso, cabelo curto e olhos castanhos com o rosto quadrado. Noah era o menor, mas ainda era bastante alto, loiro e bastante forte embora tivesse a aparência de alguém doente. Frederick era da mesma altura que Killian e era outro amigo de infância, que eu custara a reconhecer. Tinha cabelos castanhos, lisos, raspado nas laterais, nariz afilado e rosto ovalado, ele era bonito, o mais bonito do grupo, com exceção de Killian.

À noite, Adrian e eu fomos nos deitar em meu antigo quarto, no andar de cima. Killian no mesmo quarto que Simon no andar inferior, os outros homens dividiam o quarto de hóspedes em frente ao quarto de Simon e vovó ficava em seu próprio quarto no andar de cima. Trocamos de roupa e nos lavamos em silêncio e quando já estávamos arrumados para dormir, Adrian perguntou.

-Quando pretende começar a contar? -Ele disse sentando na cama de casal para testar o colchão.

-Estou... Pensando nas palavras certas. -Eu disse. -Não é o tipo de conversa que se começa levianamente, é a história de minha vida.

-Eu sei, mas me prometeu que contaria assim que chegássemos. Estou esperando. -Ele disse deitando-se na cama enquanto eu escovava meus cabelos e então, ao terminar, fui até a cama e me sentei ao lado dele.

-Por onde começo? -Pergunto-lhe e ele senta-se com as costas apoiadas na cabeceira como eu. -Quais suas perguntas?

-Comece pela parte em que você não é filha do barão Allistair.

-Mas eu sou filha dele. -Disse. -Só não sou filha da baronesa. -Corrigi. -Papai teve um caso com uma prostituta, anos atrás, mas crianças não eram permitidas no prostíbulo e eu fui mandada a ele como último pedido de minha mãe biológica. Papai não poderia ter uma bastarda morando com seus filhos puros de casamento, então vovó propôs criar-me como dela, assim ela poderia me ensinar tudo o que sabia, ainda ficaria perto, mesmo estando longe. Ao alcance, caso ele precisasse de mim.

-Isso é horrível, porque ele não te assumiu de uma vez? -Ele perguntou e dei de ombros. Falar disso era expor a parte mais dolorosa de meu passado, todos os anos que passei perguntando à vovó a mesma pergunta que ele me fazia agora. Olhei minhas mãos.

-Ele me assumiu quando estava para completar quinze anos. -Eu disse. -Ele precisava firmar pelo menos mais uma aliança, os negócios iam mal. Mas a essa altura, eu já estava casada com Killian. -Falei pondo o cabelo atrás da orelha.

-Certo, agora me fale sobre esse Killian. -Ele disse cruzando os braços e sorri pensando em nossa infância juntos. Correndo pelo campo, brincando na lama do pântano, levando bronca por nos sujar. -Posso ver que ainda gosta dele.

-Eu o amei minha vida toda. -Eu disse e olhei em seus olhos, que responderam ao meu olhar. -Ele foi um dos poucos que não se importou sobre de onde eu vim. Eu só era Lídia para ele. Nunca a filha do barão Allistair, nunca a filha de uma prostituta. Apenas Lídia. Ele me amava por quem eu era não por causa da circunstância de meu nascimento. -Então desviei o olhar e ri de uma lembrança. -Houve uma vez, no dia que nos conhecemos, alguns garotos estavam zombando de mim por não ser criada por meus pais, porque meus pais não me queriam. Killian bateu neles e os obrigou a pedir desculpas para mim na hora do intervalo e me disse que ninguém devia aguentar ouvir esse tipo de estupidez.

Arruinada ( #1 Duologia Arruinada)Onde histórias criam vida. Descubra agora