Capitulo II

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Mais uma vez naquela semana, pelo que parecia ser a milésima vez, Lucy sentiu seu corpo formigar, as suas chaves presa em um cinto ao redor de seu quadril começavam a brilhar. Era estranha aquela sensação, uma energia que crescia borbulhante em seu interior e logo começava a transbordar dela, sua magia crescia descontrolada, não era como a magia comum a uma maga celestial, era algo mais selvagem, era perigo e ela sabia disso, por causa desse fato, logo que sentia os primeiros sintomas, tratava logo de se afastar de qualquer um ao seu redor, o que a levava aquele beco totalmente branco pela neve, onde estava agora.

Sua magia, ou melhor, aquela magia selvagem em seu interior era tão poderosa que ganhava forma, como ondas de uma cor amarelo ouro, como os olhos da criatura em seus sonhos, sonhos esses que ela vinha tendo a algum tempo já. A neve ao seu redor logo começava a derreter, então a água que fica começava a ferver e então evaporava. Ela se agachou, abraçando o própria corpo, tentando controlar aquilo, desejando que parece, mas parecia estar alem dela. Diga o meu nome, uma voz animalesca, já conhecida, gritava em sua mente, ela queria poder fazer o que era pedido, mas como? Ela não fazia ideia de qual era o nome daquele ser em seus sonhos, mesmo que ela já tenha perguntado inúmeras vezes e ele a tenha respondido em cada uma delas.

Depois do que parecia horas, quando fora apenas alguns minutos, ela sentiu a energia selvagem parar de vazar e então ser comprimida para algum lugar em seu interior. Agora ela se sentia exausta, ofegante e tremula, era sempre assim, depois daquela demostração de poder, nem ao menos tentou se levantar, sabia que não iria aguentar o próprio peso. Pensou em quando aquilo ocorrera pela primeira vez, há quatro dias, logo depois que tivera aquele sonho pela primeira vez.

Despertou sentindo um pouco de frio, logo notara o porque, Natsu e Happy já tinham ido embora e deixaram a janela do quarto aberta, por onde entrava a brisa invernal. Se enrolou nas cobertas quentes e se levantou, indo ate a janela e a fechando, ao olhar o relógio posto sobre a cabeceira, costarou que já era tarde, onze e dez da manhã. Tomaria uma banho e seguiria para a guilda, fora o que decidira.

Fora quando estava na banheira a cantarolar, que sentiu, começou em seu abdômen, depois viajou para seus membros superiores e depois inferiores, ate mesmo sua face começou a formigar, seu coração desparou como se ela tivesse a correr uma maratona, ela sentia aquela incrível magia, tão salvagem, não podia acreditar que vinha dela. Estava assustada, seus membros estalavam, os sons, cheiros e imagens se tornaram maos intensos. De vislumbre viu o jarro que ficava ao lado da banheira, onde crescia uma planta aromática, a mesma estava queimando, mas não havia fogo. O que era aquilo? Imaginava se fosse Natsu, ou qualquer outro ali no lugar daquela planta, sera que teria o mesmo fim? Ela nunca se deu muito bem com surpresas.

Balançou levemente a cabeça, afastando aquela lembrança, agora mais calma, já certa que poderia se levantar e seguir para seu apartamento, afinal não estava no clima para voltar a guilda, de todo modo, alguém do seu time acabaria invadido seu apartemento, mais tarde, de qualquer forma. Levantou-se e testou andar, mesmo tremula conseguiu, seguiu seu rumo.

Depois de alguns minutos e nenhum contratempo, adentrou seu familiar lar, a quentura lá dentro era agradável, se despiu das roupas quentes, escolhendo algo mais confortável. Suspirou cansada quando enfim sentou na cama macia, fitou o quarto procurando por algo que pudesse entrete-la, não escreveria naquele dia, como vinha fazendo em vários outros interiores aquele, por falta de inspiração. Foi quando notou sobre a escrivaninha, um pequeno envelope que não deveria esta ali, se levantou e se aproximou, levantou as sombrancelhas em duvida, questionadora, como aquilo fora parar ali? Poderia ter sido um de seus companheiros, ou não, de qualquer modo, a melhor forma para saciar aquela duvida seria averiguar do que se tratava aquilo, seu conteúdo.

Pegou o envelope simples, tudo que havia escrito no mesmo era Para Lucy minha amada filha, com amor mamãe, aquilo a assustou, como aquilo poderia ser algo de sua mãe? Era impossível, não era? Ainda assustada, e duplamente cheia de duvidas abriu o simples envelope, lá havia uma carta, a tirou e desdobrou, aquela sem duvida era a caligrafia de sua mãe.

Querida Lucy, não sei dizer quantos anos tem agora, nem mesmo o que está fazendo, onde esta vivendo... querida ter participado mais de sua vida, mas se ler essa carta então isso quer dizer que tal desejo não fora atendido. Não me prolongarei com minhas lamúrias, pois tenho algo mais importante para tratar aqui.

Essa carta ela fora encantada, chegaria a você quando enfim sua herança se manifestasse, não sei ao certo,mas é para funcionar assim. Quero explica-la ao que me refiro, a tal herança. Nossa familia possui um segredo, nosso sangue fora a muitas gerações contaminado com o de um demônio, desde então vem se manifestando de forma diferente de geração para geração, temo pela forma que possa vim a se manifestar em você, minha amada filha.

Minha maldição fora a dita doença que me matou, ou matara, é estranho falar sobre o futuro assim... Mas deixe-me ser mais clara, o que possuo não é em se uma doença, é um poder em meu sangue, a cada vez que o uso, meu corpo sofre por não suporta-lo e então entra em um estado doente, sei que deveria parar de usa-lo, mas temo que não possa, tenho meus motivos...

Agora preste atenção Lucy, você deve ter tido sonhos, com uma criatura felina de grandes olhos cor de ouro, esse fora o demônio que manchou nosso sangue. Você tem uma missão, deve ouvi-lo, ouvir o nome dele e dizer quando esse a perguntar, apenas nesse momento pode dar controla-lo, porem existe um problema, para ouvir seu nome, você deve se tornar merecedora, deve conquistar aquilo que maos deseja. Então, minha amada filha, o que mais deseja? Um desejo do coração.

Em choque terminara de ler o que dizia a carta, estava incrédula, era informação demais para se absorver, como assim ela carregava um demônio em se? Que historia era aquela de desejo? Se tornar merecedora? Nada fazia muito sentido, parecia uma historia mal contada. Largou a carta sobre a escrivaninha, e voltou para a cama onde sentou, estava tão atordoada que achava melhor sentar-se.

Sua mãe tinha escrito aquela carta, não teria motivos para mentir para ela, então ela precisava acreditar. Lembrou-se da grande questão que a carta possuía, a pergunta feita por aquela que a criou e amou, qual era seu desejo? O desejo de seu coração? Pensou e pensou, desejava tantas coisas, mas nada parecia o que procurava. O que ela procurava? Algo que tivesse tanta importância que ela não exitaria em dar sua vida para conseguir. Era isso, agora ela sabia.

Lucy desejava poder, não por capricho, mas para proteger quem amava, ela queria ser útil, queria lutar ao lado de todos os seus companheiros, queria protege-los e só havia um meio disso acontecer, se ela se tornasse mais forte. Era isso então, o seu desejo, agora o que deveria fazer? Deveria cumpri-lo e só então poderia dizer o nome do ser em seus sonhos, só assim teria controle sobre ela mesma e o melhor, nenhum arrependimento.

The Inheritance - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora