The Inheritance - Concluída

Capitulo I

Era quase natal, a animação de todos era visível, quase palpável, estavam ainda mais barulhentos e briguentos, se é que aquilo era possível. Observar a todos a enchia de um sentimento bom e quente, depois de perder sua mãe e seu pai, por um momento chegou a pensar que jamais pudesse vim a se recuperar completamente, estava errada, junto aqueles seres barulhentos se sentia bem, sua ferida já cicatrizada.

Bebericou sua bebida, essa que havia sido deixada sobre o balcão a sua frente por uma Mira sorridente, e ao seu lado, Erza comia uma fatia de um bolo de morango, algo tão costumeiro de se ver por ali. Mais ao fundo estava Natsu, Gray e Gajeel, em mais uma de suas brigas, que começou por um motivo realmente tolo, ao qual Lucy nem ao menos tentava imaginar.

Nos últimos tempos as coisas tinham se acalmado bastante, depois dos jogos a Fairy Tail voltou a ser a guilda numero um de Friore, ao retornarem foram recebidos com grande comemoração. Quando pensava nos jogos se sentia um pouco abatida, abatimento esse que não durava mais que alguns segundos, tinha o conhecimento que havia sido praticamente inútil, perdendo e sendo humilhada, agradecia o apoio que recebeu. Apesar de seus amigos nunca ao menos terem insinuado algo a respeito do seu rendimento durante os jogos, ainda sim, havia aquelas pessoas, fora da guilda, que a olhava torto, que a subestimava. No inicio aquilo a deixou incomodada, com o tempo, porém, aprendeu a relevar aquilo, se seus amigos não se importavam, ela deveria fazer o mesmo, e seguir em frente, melhorando a cada dia, para assim, poder agradecer apropriadamente a eles por confiarem nela e apoiá-la.

A loira deixou aqueles pensamentos de lado, naquela manhã iria falar com a proprietária e a pagaria o aluguel atrasado, pois, enfim, havia arrumado o dinheiro necessário, ao sair em um trabalho com Levy e Wandy, onde não houve nenhum imprevisto que levasse todo o dinheiro da recompensa. Levantou-se e acenou em despedida para Mira e Erza, enquanto que Natsu estava tão entretido em sua luta com outros dois magos que nem notaria sua ausência, diante disso, apenas se foi.

Seguindo seu caminho, pensava no rosado, chegando a conclusão de que a melhor coisa que aconteceu em sua vida, provavelmente, foi tê-lo conhecido. Ele vinha se mostrando alguém extraordinário, um amigo de verdade, no início achou que o sentimento que nutria pelo mesmo era algo romântico, mas com o passar do tempo, notou que não era bem assim, aquele amor estava mais para algo fraternal, um amor de irmãos, ainda assim, as vezes, não tinha certeza.

Sua caminhada até seu apartamento foi calma, nas ruas já se podia ver a fina camada de neve que as cobria, mesmo usando roupas grossas, ainda sim, sentia um pouco de frio, e pelo que ouviu, esfriaria ainda mais até o dia do natal. Quando viu o prédio familiar logo a diante, apressou um pouco os passos, estava louca por um banho quente e os lençóis macios e quentes da sua cama. Antes de adentrar o prédio, a proprietária apareceu diante dela, não foi surpresa alguma vê-la usando suas roupas, que na mulher mais velha ficava pequenas e apertadas. 

— O aluguel esta atrasado, se não pagar vai para o olho da rua!— Reclamava severa.

— Desculpe, mas finalmente tenho o dinheiro, aqui.— Disse ao tirar um envelope recheado do bolso traseiro da calça que usava.

— Esta tudo certo.— Constatou, depois de contar o dinheiro.— Da próxima vez que demorar tanto, sera despejada.— E então, saiu.

Por um momento a loira apenas observou a mulher se distânciar pela rua branca, suspirou antes de adentrar o prédio e rumar para seu apartamento. Teria a tarde livre para fazer o que desejasse, talvez escrever um pouco do seu romance, esse que já estava bem atrasado, ultimamente andava um pouco sem ideias.

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Estava em um lugar sem cores, aquilo era estranho, tudo que havia era preto e branco, até mesmo ela. Enquanto andava parecia que pisava em uma massa grudenta, estava frio ali e ainda havia um cheiro de orvalho, apesar da ausência de arvores. Estranhamente ela tinha a consciência de que aquilo era um sonho, mas ainda assim, não conseguia desperta do mesmo.