Capitulo III

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O natal havia chegado, a animação na guilda mais forte estava multiplicada, se é que isso era possível, afinal as coisas por ali era sempre animadas ao maximo. Lucy aproveitava ao maximo, tinha seus motivos, o principal era sua atual descoberta e o que teria que fazer, já tinha tomada sua decisão e não poderia voltar atrás,  esperava que seus amigos entendesse, falaria com o mestre ainda naquele dia, antes que o mesmo estivesse bêbado demais para isso, o que não demoraria a acontecer. Sendo assim, ela saiu de fininho da mesa em que estava junto aos seus companheiros de time e seguiu para o balcão onde o mestre estava sentado, com ele estava uma grande barril de bebida.

-Mestre,  sera que posso falar com o senhor em particular?- Ela foi direto ao ponto, seu tom algumas oitavas mais alto,  devido a toda barulheira.

-Claro, claro, só espero um segundo.- Um mestre animado dizia enquanto tomava mais uns goles e deixava o barril de lado.- Vamos para minha sala.

O mestre saiu a frente, prontamente Lucy o seguiu, o pequeno velho um pouco cambaleante já, talvez ela tenha esperado demais e o mesmo já estivesse bem bêbado. No segundo andar reparou na guilda, os enfeites de natal que a deixava mais iluminada e brilhante, a grande arvore enfeitada em um canto, os inúmeros presentes em baixo da mesma, se recordou como fora difícil terminar os preparativos a tempo, afinal a todo momento alguem iniciava uma briga e acabava destruindo tudo, estava contente que tudo tenha dado certo. Deixou esses pensamentos de lado e voltou ao que fazia, se dirigiu a sala do mestre e a adentrou sem previas, o mesmo já estava a sua espera lá.

-O que queria falar comigo Lucy? -O mestre iniciou o diálogo.

-Algo esta acontecendo comigo, preciso deixar a guilda por um tempo...- Seu olhar era baixo e sua voz um tanto falha, por lágrimas que queriam brotar.

O mestre a fitou por momentos, parecendo subitamente sóbrio.

-Não entendo o porque dessa decisão repentina. Perder um filho é algo doloroso,  porém, irei fazer como pede, a deixarei ir.

Lucy já não se continha,  perder mais uma familia, mesmo que apenas por algum tempo, era algo que machucava, queria que fosse diferente, mas era assim que era. Não estava fazendo aquilo apenas por ela, de certo modo por eles também, afinal seu objetivo final era protege-los.
-Quando ira partir?- O mestre quebrou o silencio.

-Ainda hoje, logo depois da troca de presentes.- Disse em meio as lagrimas.- Mestre,  mais uma coisa, - chamou a atenção do outro - não conte a ninguém,  apenas diga que parti em missão por um tempo indeterminado,  assim evitara que alguem vá a minha procura.

O pequeno velho nada disse, seus olhos perspicazes a analizava. Ele sabia que ela escondia algo, era óbvio, porem nada disse a respeito,  se resumiu em acenar em concordância ao que a garota pediu.

-É melhor irmos logo, ao iram notar nossa ausência. - Se levantou seguindo para a porta, antes de sair se voltou novamente para a jovem.- Seja o que for que pretende,  tenha cuidado e não demore a volta, minha filha.

-Hai. -Prontamente concordou secando suas lágrimas.

(...)

-Meu amigo oculto é...- Fez suspense, enquanto um sorriso enorme prenchia sua face.- Alguem cabeça dura, que vive na companhia de um neko irritante, com cabelos rosas...

-Natsu! -Uma multidão de vozes a interrompeu, e logo um rosado se destacava do monte a frente da loira.

Aquela era a hora da troca de presentes, a alguns momentos a loira recebera seu presente, quem a tinha tirado fora Erza que toda sorridente lhe entregou um grande bolo de morango, bem a cara da ruiva.

Agora Natsu estava ali a sua frente ansioso pelo presente que o aguardava, a loira o entregou e o mesmo levou questão de segundos para rasgar o papel e grita animado com o que viu. Lucy foi envolvida em um abraço forte que a tirou do chão, ela epanas gargalhou. Quando enfim o animado Natsu a largou e assumiu seu lugar, ao começar a descrever seu amigo oculto,  a loira se resumiu em observar.

Foi quando Gray,  que por coincidência fora o amigo oculto de Natsu, foi ate o mesmo de mal gosto, receber seu presente que se fez em forma de um soco, que logo gerou mais uma nova briga entre eles, que, como sempre, se espalhou pela guilda. Lucy sentiu aquilo que de certa forma era familiar, estava enchendo e não tardaria em transbordar. Ela correu, para fora da guilda,  para longe da guilda ate que se viu incapaz de continuar.

Era aquilo então, sua ultima estadia junto a seus companheiros,  antes de uma viagem de tempo indeterminado, havia terminado. Procurou não pensar muito, enquanto rumava para seu apartamento, pegava suas coisas e então seguia para a estação, seu destino era um lugar qualquer, que de preferencia fosse distante e isolado.

No trem, se recostou no acento, enquanto observava a paisagem passar como borrões. Permitiu que lembranças lhe invadisse a mente. Lembrou-se de quando chegara a guilda e recebera a marca de sua nova familia, os setes anos que passara na ilha das fadas, os grandes jogos, ate mesmo das tantas brigas sem sentido, gostos estranhos e manias. Sentiria falta de todos. E lá estava ela novamente a chorar, mas não tinha problema nisso, fazia ali uma promessa a ela mesma, aquela seria a ultima vez que choraria, a Lucy chorona e fraca morreria.

(...)

Aquele lugar era perfeito, o conseguira alugar por um preço bem em conta. O tal lugar era uma pequena cabana, afastada na floresta que rodeava a pequena e esquecida cidade de nome estranho, ao qual ela nem se recordava.

Aspirou o cheiro de orvalho, sentiu a terra misturada a neve  sob seus pés,  sim estava descalça, com o acréscimo de um short curto e uma blusa de alcinhas,  o porque daquilo?  Era simples. Seu treinamento começava com o fortalecimento de sua resistência,  e o que melhor para treinar sua resesitencia que aquele frio extremo? Certamente havia, porem, aquilo serviria por  hora.

Fora questão de segundos para que começasse a sentir o frio aterrador,  que a fazia tremer como uma vara verde, seus dentes batiam um contra o outro continuamente,  seu sangue parecia esta correndo mais lentamente por seu corpo, pois ela começava a ficar azul. Ela tinha que se mover, esquentar seu corpo com exercícios, foi o que fez.

Talvez se Lucy não estivesse tão absorta não que fazia, tivesse notado que alguem a observa a um certo tempo, alguem de sorriso lardo, cheio de segundas intenções, ainda havia aquele olhar tão cruel, parecia ser um ser impiedoso.

-Pobre fadinha, seu desejo nunca se realizara, pois para salvar seus amiguinhos você teria que esta lá, e quando voltar terá sido tarde demais. -Gargalhou baixinho, não atraido a atenção da focada loira.

O estranho se curvou, como um animal que anda sobre quatro pernas, suas unhas que mais pareciam garras se afundaram na mistura de terra e neve, logo ele se lançava em uma corrida com extrema velocidade. Seu destino? Fairy Tail.

The Inheritance - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora