Justin Bieber.

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14 de fevereiro 5pm

- Mas que droga! O que diabos ele estava fazendo lá?
- Você o conhece?
- Não. Quer dizer, sim. Mas...Não tô entendendo nada o que diabos ele é?
- Não sei Ally algum ladrão ou sei lá parte de alguma gangue deixe que a polícia cuide disso.
- Queria ter esse gostinho de ferrar com ele.
- O que aconteceu entres você dois?
- Eu nem sei quem é ele na verdade, só entrei em uma discussão com ele e já o odeio.

Acho que alimentei algo como nojo por aquele cara, agora então! E eu nem fazia idéia do seu nome, irrelevante.
Sai de lá deixando eles na sala e fui em direção às escadas ignorando todas as perguntas, entrei no meu quarto tirando a jaqueta e jogando na minha cama. Eu precisava dar um jeito nisso tudo, estava uma grande bagunça.
Procurei na bolsa em busca de uma caixinha branca, e eu não achava, bufei frustrada indo para a minha mochila até que achei.
Acendi o pequeno cigarro indo para varanda, era um bairro calmo sem movimento, meus olhos passeavam por toda a rua analisando as casas, as árvores, até que parei no céu, eu olhava e via as nuvens se mexer com toda a sua graça.
Quando eu era criança, o meu pai me levava ao parque perto de onde morávamos e depois de brincar quase uma tarde inteira a gente se deitava na grama e ficava observando o céu, meu pai me dizia que o céu era algo único e mesmo que na época me parecesse óbvio, não existia dois céus, então ele ria do meu comentario e explicava que o céu era infinito, era uma grandeza sem tamanho com toda sua graciosidade, ele me explicava que o céu com toda a sua calmaria as vezes ele ficava bravo com a humanidade e escurecia. Era algo tão lindo quanto o céu azul, talvez fosse por isso que eu nunca tive medo de tempestades, a gente sentava na área da nossa casa e ficava reparando em cada gota de água, as cores cinzas e azuis todas camufladas, aquilo era o mundo para mim.
Agora, não era tão legal. O céu ainda sim com toda sua grandeza não era algo tão sensacional quanto antes, mesmo que eu pudesse passar horas e horas o observando o sentimento de que aquilo seria pra sempre não é mais o mesmo.

- Hey sweetie.

Tirando o cigarro da boca apenas me virei para ver Lydia entrar na varanda e me encarar, ficamos algum tempo até que desviei me virando novamente para a rua.

- Sente falta dele neh?
- Mais do que imagina. -suspirei pesado olhando para ela que me olhava doce - pare de me olhar assim Lydia.
- Assim como?
- Como se sentisse pena.
- Não te olho com pena, você não merece isso. Apenas te olho e tento entender como consegue aguentar tudo isso.
- Não é tanta coisa.
- Você perdeu sua mãe muito nova e quase não derrubou lágrimas. Perdeu seu pai recentemente e a única coisa que fez foi dar um tempo por dois dias, você não sofreu o luto. Não teve a oportunidade de ver Melanie crescer e nem de conhece-la direito e ainda sim age como se nada tivesse acontecido. Quando Cam sumiu você apenas ficou preocupada por alguns dias e depois era como se não se importasse. Você vai desabar sweetie.
-Lydia já disse que eu estou bem. Não precisa se preocupar.

Bufei enquanto colocava o cigarro na boca de novo, ultimamente tenho bufado muito, parece até um boi. Meu senso de humor está ótimo.
Iria recolocar o cigarro na boca quando Lydia o tirou de mim apagando.

-Lydia!
- Você vai acordar um dia e não vai mais sentir vontade disso. Mas até lá eu não vou deixar que se afunde.
- Lydia eu estou bem, mas que saco! Já pensou que tudo iss é escolha minha? Eu sempre fui assim Lydia, sempre tive cada emoção completamente controlada, eu fui criada assim lembra? Não é porque eu não vivi o luto como as pessoas vivem que eu vou desabar, eu estou bem.

Lancei a ela um último olhar antes de sair da varanda, troquei a blusa colocando uma de basquete que ficava enorme em mim e tirei minha calça, eu iria ficar em casa, tirei minhas meias colocando uma branca com duas listras enormes que ia até o meu joelho e me acomodei na cama.

Criminal SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora