Capitulo 27

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Saio de casa às 7:40, hoje meu expediente começa às 8:00. Depois do pesadelo da noite passada eu não consegui dormir mais, então vi filme até as 6:30, Estela acordou e se assustou ao me ver sentada no sofá vendo tv, ela sabia que tinha acontecido outra vez, então me disse para procurar o doutor Borges.
Estela sempre foi super protetora e eu a agradeço muito por isso, sempre que precisei de sua ajuda ela estava pronta para me ajudar, e enquanto eu sofri com os pesadelos ela esteve ao meu lado.
Depois que ela falou exatas meia hora na minha cabeça eu a prometi que ligaria hoje para meu psicólogo e que o colocaria a par da situação.
Chego na portaria do meu prédio e lembro que esqueci algumas plantas em casa, merda, eu já estou atrasada.
Volto correndo pra casa e pego as plantas que esqueci, meu telefone toca.
*

"Bom dia". Ouço a voz de Bernardo do outro lado da linha.

"Bom dia"

"Estou te esperando aqui em baixo". Ele diz em tom natural.

"O que?"

"Vem logo, to na portaria".

"A sim, já estou descendo"

"Beijo princesa". Ele desliga.

Ainda não me acostumei com a ideia de que agora tenho um namorado, eu quase não namorei, na verdade depois de Leonardo eu só beijei alguns caras, foi tudo o que aconteceu. E agora tem o Bernardo uma ótima pessoa e um fofo comigo, pode dar certo, eu tenho que me dar essa chance de ser feliz, eu tenho que me dar a chance de esquecer tudo o que eu já passei.
Desço as escadas correndo, não esperei o elevador ia demorar e Bernardo já está me esperando.
Chego no térreo ofegante e sorrio para o porteiro. Saio e vejo Bernardo sorrindo pra mim encostado em seu carro.

"Oi". Digo, sorrindo para ele.

"Olá". Ele diz enlaçando minha cintura e me dando um beijo.

"Vamos?"

"Vamos". Reponde.

"Já comeu?"

"Ainda não". Ele diz. "E você?"

"Também não, mais estamos atrasados".

Ele gargalha e me olha fazendo sinal negativo com a cabeça.

"Acho que eu posso chegar a hora que eu quiser". Ele diz ainda sorrindo.

"Você sim, eu não"

"Acabei de passar seu horário de expediente para as 9:00"

"Não Bernardo, eu vou pegar as 8:00, nada de misturar pessoal ao profissional"

"Eu sou o patrão, então só aceita". Ele me beija na testa e volta sua atenção para o motorista. "Para no mc por favor Bruno"

"Tudo bem, senhor". Bruno responde simples.

"Urul, mc". Falo alto.

"Meu Deus, essa minha namorada passa fome". Bernardo brinca.

"E esse meu namorado é um chato". Dou língua para ele.

"Olha que eu mordo essa língua em"

"Morda se for capaz". Sorrio com ar de desafio.

"Não sabe com quem está mexendo"

"Então me mostra". Digo o dando um beijo no pescoço.

"Só não te mostro agora por que já chegamos". Ele diz apontando para o mc a nossa frente.

Descemos do carro e entramos. Peço duas promoções de CBO, e nos sentamos para comer.

"Sabia que eu to perdendo dias de exercício físico por causa desse lanche?". Ele fala mordendo o sanduíche.

"Fazer o que? Morra gordo, mais morra feliz"

Ele gargalha e eu começo a rir junto com ele. Meu Deus como eu amo o som da sua risada, amo o modo como sorri com os olhos e o modo como batuca os dedos na mesa quando está nervoso, na verdade eu adoro tudo o que está relacionado a ele.
A meses eu já o observava, mais nunca me deixei sentir nada, pois era meu patrão e seria antiético, mas ele me ganhou de tal forma que eu fiquei totalmente envolvida,  e quando me fez o pedido não havia outra resposta a não ser o sim. Eu ficava impressionada em como ele mudava de humor, em como conseguia o que queria e quando queria e o mais impressionante é que mesmo assim ele ainda era uma pessoa totalmente humilde e descontraída, isso me chamou muita atenção.

"Que foi?." Ele pergunta.

"An? Que?"

"Tá me olhando a um tempão"

"A me desculpe". Balanço a cabeça a fim de tirar tais pensamentos da minha cabeça.

"Não precisa se desculpar". Ele dá um sorriso de lado, eu somente sorrio em resposta e volto a comer meu lanche.
Acabamos de comer e vamos para o carro. Chegamos a empresa e quando descemos do carro Bernardo enlaça meus dedos nos seus.
Quando entramos no prédio todos nos olham, fico envergonhada mais mantenho minha cabeça erguida. Passo por Anabela e sorrio, ela sorri e faz que sim com a cabeça como se apoiasse minha decisão.
Vamos para o elevador e Bernardo fica atrás de mim segurando em minha cintura, alguns homens entram no elevador junto com nós dois.

"Bom dia senhor
Montenegro" cumprimentam.

"Bom dia senhores". Bernardo fala e volta sua atenção para a porta do elevador a nossa frente.

"E quem é essa linda mulher?" Um deles pergunta.

"Minha futura esposa" Bernardo responde simples.

Todos descemos no meu andar, pelo que parece são alguns acionistas da empresa que farão uma reunião com Bernardo.

"Até o almoço?" Bernardo pergunta.

"Sim, até o almoço". Respondo.

Ele beija minha testa e se encaminha para a sala de reuniões enquanto eu vou para a minha sala.

Sem barreiras para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora