Capitulo 28

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Assim que chego em minha sala a recepcionista vem ao meu encontro e diz que chegou um pacote em meu nome. A princípio não entendo o por que de chegar na empresa pois qualquer correspondência minha chega em casa, mais quando olho o remetente entendo o por que.
Na frente do envelope pardo está escrito: para Catarina de Leonardo. O que será que ele quer?
Abro o envelope e de lá de dentro tiro um papel escrito à mão. Então começo a ler.

[ Cat, juro que tentei conversar com você, me explicar e te pedir desculpas, mas todas as minhas tentativas foram em vão pois você nunca me deixou chegar perto e nunca deixou que eu me aproximasse. Não te culpo por isso, muito pelo contrário, eu me culpo por isso, pois fui eu quem criou toda essa situação e fui eu também que te expôs a tanto sofrimento. Cat, eu sinto tanto pelas coisas que fiz, sinto tanto por ter feito coisas com você das quais sinto nojo hoje. Eu mudei muito e acho que percebeu, não só por fora mais por dentro também, sou uma nova pessoa, e acho que gostaria da pessoa que me tornei.
Depois daquele dia que eu fui embora, eu voltei a estudar, me formei em administração e comecei a trabalhar com um tio próximo que na época era dono da cosméticos, ao morrer ele me deixou tudo, e nesse período do qual convivi com ele aprendi muitas coisas, ele realmente foi um grande homem. Eu deixei todo o meu passado para trás, apaguei tudo o que tinha vivido e comecei uma nova vida, mas, a única coisa que ficou gravada em mim foi você, nunca te esqueci e não pense que te deixei aquele dia, não, eu sempre tive notícias suas, sempre procurei saber sobre você, e depois que soube do estrago que fiz em sua vida só quis me afastar para não te causar mais sofrimento. Eu realmente espero que um dia me perdoe, eu mudei e devo isso tudo que sou hoje a você, eu te amo Catarina e nada vai mudar isso, você sempre será o meu pinguim, mesmo que eu não seja o seu.]

Acabo de ler a carta de Leonardo já com lágrimas nos olhos, começo a chorar compulsivamente, ele realmente havia mudado, mais será que eu deveria perdoa-lo? Isso eu realmente não sei. Pego o envelope a fim de guardar a carta outra vez mais vejo que há mais alguma coisa dentro dele, quando o viro com a abertura para baixo cai um cordão de prata, e quando o olho com atenção lembro, foi o cordão que ele me deu na primeira noite que passamos juntos, nele há dois pinguins com as testas encostadas de mãos dadas. O Leonardo sempre me disse que seríamos um casal de pinguins pois nunca nos separaríamos.
Pego o colar com a mão trêmula e o guardo dentro da minha bolsa que estava perto de mim, dobro a carta e a coloco também na bolsa, no sábado procurarei Leonardo precisamos ter uma última conversa, todos merecem uma chance para se explicar. Começo a secar minhas lágrimas quando a porta da minha sala se abre e Bernardo aparece com um sorriso, mas quando me vê seu sorriso desaparece dando lugar a preocupação. 

"O que foi Catarina?". Ele me pergunta vindo em minha direção.

"Não foi nada". Minto, não quero contar pra ele sobre nada, por que consequentemente terei que contar toda a história e não estou nem um pouco afim.

"Como não foi nada? Está chorando.

"Foi só uma carta que recebi, que mexeu comigo, só isso"

"Que carta? Quem enviou? Onde ela está Catarina?"

"Leonardo me enviou, não é nada demais"

"Leonardo? O que ele teria para te falar?"

"É passado Bernardo, não é nada demais"

"Me deixa ver"

Pego a carta e entrego a ele.
Depois que ele acaba de ler só vejo raiva em seu olhar. Ele joga a carta encima da mesa e me olha.

"O que significa isso?"

"É passado"

"Se essa carta chegou hoje não é passado"

"Agente namorou a alguns anos, mais não terminou muito bem"

"E ele decide te enviar uma cartinha de amor?". Fala sarcástico.

"Ué, não tenho culpa, ele deixou na recepção"

"Meu Deus, eu vou quebrar o nariz desse idiota"

"Você não vai fazer nada disso Bernardo, sábado vou me encontrar com ele para tomar um café e resolver essa situação"

"Vai se encontrar com ele?"

"Vou deixar claro que acabou, que estou com outra pessoa e que estou feliz"

"Não te quero nem perto dele"

"Bernardo só sábado, depois ele some da minha vida"

"Assim espero". Ele vem até mim me levanta da cadeira e me abraça. "Quando vai me contar o que aconteceu com vocês dois?"

"Me dá um tempo, prometo que te conto assim que me sentir pronta"

"Ok, eu espero". Beija o topo da minha cabeça. "Vamos almoçar?"

"Vamos, só vou ao banheiro me recompor, tudo bem?"

"Tudo bem, te espero lá fora"

"Ok, 10 minutos". Beijo seu rosto e ele sai da sala.

Vou ao banheiro, lavo meu rosto e retoco a maquiagem, saio da sala e encontro Bernardo me esperado sentado na recepção, assim que me vê se levanta.

"Vamos?". Pergunta.

"Sim vamos". Forço um sorriso.

Saímos da empresa de mãos dadas e nos encaminhamos para um restaurante italiano, a comida estava uma delicia, mais não comi direito, parecia haver um bolo no meu estômago.

"Queria te convidar para ir na casa dos meus pais no domingo"

"A claro, vamos sim"

"Que bom que vai comigo, passo na sua casa às 10:00 pra pegar você tudo bem?"

"Tudo bem". Sorrio.

Acabamos de comer e vamos para a empresa, ao chegar no nosso andar damos de cara com a oxigenada, ao nos ver ela se levanta e vem ao nosso encontro.

"Bê, precisamos conversar"

"Não tenho nada pra falar com você"

"É sério Bernardo". Ela diz, e pelo seu tom de voz ele entende que realmente precisa falar com ela.

"Ok, na minha sala"

Ele me dá um beijo demorado e se encaminha apressado para sua sala, a oxigenada passa e ele fecha a porta. Como eu odeio essa mulher.

Sem barreiras para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora