Capitulo 30

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Eu estava com tanta raiva de Bernardo que estava difícil até respirar. Ele marca um almoço com a família no domingo e logo depois me diz que não vai dar, tudo bem aceito. Mais quando ligo hoje ele está com a oxigenada no almoço em família? Só pode estar brincando comigo.
Estou em êxtase, jogo o celular na cama e me sento olhando para o nada, como ele pode fazer isso comigo? Se queria continuar com Mariane era só me dizer, e por que me pediu em namoro? Eu já não entendo mais nada.
Olho para minha mão onde minha aliança está, a luz do sol está refletindo no coração de brilhantes que há no centro dela.
Num acesso de raiva a tiro do meu dedo e a jogo em algum canto do meu quarto, não preciso disso, gosto de Bernardo? Sim muito, posso talvez o amar, esses meses que passamos juntos realmente foram os melhores meses que já passei ao lado de um homem. Mas a 10 anos atrás prometi para mim mesma que nunca, em hipótese alguma eu iria sofrer por quem não valesse a pena, e essa promessa eu levarei pelo resto da minha vida.
Meu telefone toca, olho no visor e é Bernardo, não atendo e não desligo apenas coloco o celular no silencioso o deixando em cima da cama enquanto vou para a sala.
Ligo a televisão e ponho em um canal qualquer, está passando a procura da felicidade, amo esse filme, mais não estou conseguindo prestar atenção, a imagem de Mariane saindo da sala de Bernardo e o dando um beijo no rosto não sai da minha memória, e sua voz o chamando para comer ecoa pelos meus ouvidos.
Estou com tanta raiva que eu poderia gritar, ou até mesmo chorar por horas, até não ter mais lágrimas a serem derramadas, mais decido simplesmente ficar impassível.
Vou para o meu quarto e pego meu celular há 18 chamadas de Bernardo, 7 mensagens e 13 mensagens no WhatsApp, apago todas sem ao menos ler e vou para o banheiro tomar um banho.
Quando saio do banho sinto-me relaxada, eu precisava disso. Coloco um vestido soltinho, uma sandália e decido ir a uma sorveteria comprar um açaí.
Assim que piso na rua sinto uma brisa de verão atingir meu corpo, inspiro e solto tentando me acalmar o que na verdade não dá muito certo.
Ando pelas ruas no automático sem prestar atenção em nada nem em ninguém, chego na sorveteria e peço um açaí com frutas e leite condessado. Assim que fica pronto pago e vou para casa.
Chego em casa e me jogo no sofá, coloco Harry Potter e o prisioneiro de azcaban, meu preferido, e me perco no filme, como todo o meu açaí e deixo o pote em cima da mesa de centro, me deito e acabo adormecendo.

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"Tá pronta?". Léo me pergunta

"Acho que sim". Respondo meio envergonhada, eu nunca havia feito antes então eu não sabia ao certo o que precisava fazer.

"Só relaxa Cat, só faça o que eu falar tudo bem?". Léo me olha nos olhos e da um sorriso tranquilizador.

"Ok". A única coisa que consigo dizer.

Léo fica em cima de mim e altera entre beijos na minha boca e beijos pelo meu pescoço, ele morde minha orelha de leve e passa a língua pelo meu maxilar e em seguida morde o meu queixo.
Já havia um tempo que Léo me pedia para que eu ficasse com ele de forma mais íntima, mais eu sempre o cortei e sempre disse que não estava pronta. Como ele sempre foi paciente comigo eu criei certa confiança e decidi que faria isso por ele, por nós dois.
Depois que Léo acaba ele se deita do meu lado e passa a mão pelo meu rosto.

"Como está se sentindo princesa?". Ele pergunta com uma felicidade que nunca vi em seus olhos.

"Bem". Dou um sorriso sincero.

"Te machuquei?". Léo me olha com preocupação.

"No começo foi incomodo, mais depois foi bom". Digo com vergonha, me lembrando de momentos atrás.

"Pra mim foi maravilhoso". Ele sorri.

"Mais eu nem sabia fazer nada". Falo triste.

"Você foi perfeita e só de ter sido com você, foi a melhor noite da minha vida". Ele me dá um beijo calmo nos lábios.

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Acordo com Estela me balançando, abro os olhos e vejo ela sorrindo pra mim.

"Huuuuum, oi". Falo com a voz trêmula de sono.

"Dorminhoca, tenho ótimas notícias"

"Ae? Então me conta"

"Eu e o Renato resolvemos levar nosso relacionamento adiante, ainda não posso chamar de namoro, mais estamos um com o outro agora". Ela sorri boba.

"Que bom Tela, fico feliz". Sorrio pra ela e me sento no sofá.

Estela diz que vai tomar um banho e que volta para vermos um filme, então eu fico a esperando na sala. O sonho invade meu pensamento, meu Deus nunca havia sonhado com esse dia, e o mais interessante é que eu não tive um surto depois de sonhar com Leonardo, eu sempre surtei se o sonho envolvia ele. Acho que nossa conversa de ontem surtiu efeito, sorrio em pensar na possibilidade de viver o resto da vida sem pesadelos.
Estela volta e se senta ao meu lado,ela está tão feliz que não para de tagarelar, eu fico feliz por ela ter encontrado alguém que goste dela de verdade, ela em especial merece ser feliz.
Depois de falar quase o filme todo Estela percebe que eu não estou usando aliança e me pergunta o que aconteceu, eu explico pra ela a história e como de costume ela começa a gritar pela casa, como se fosse matar alguém.

"Eu vou matar aquele idiota, vou arranca os órgãos dele e vender no mercado livre, como ele pode fazer isso? Não entendo te da a aliança em uma semana pra te trair na outra. Que cara mais mane.

Estela fica tão brava que começa a ficar vermelha e diz que vai pra cozinha beber uma água e se acalmar eu gargalho da sua crise e vou atender à porta, na qual alguém não para de bater freneticamente.

"Já vai". Grito calçando o chinelo para ir atender o apressado.

Abro a porta e encontro Bernardo com as duas mãos no bolso de sua calça jeans.

"A, você". Digo

"Sim, eu".

"O que veio fazer aqui?"

"Tentei te ligar inúmeras vezes mais não obtive resposta"

"Deve ser por que eu não queria falar com você, agora que já constatou que eu estou viva, poderia por favor me dar licença, estou ocupada agora".

"Deixa eu explicar o que aconteceu, não é o que você tá pensando Catarina"

"Não tem que me explicar nada".

"Claro que tenho. Eu..." Ele para de falar e seus olhos pousam na minha mão.

"Você?". Pergunto.

"Cadê a sua aliança?"

"Bom que eu saiba só se usa aliança quando se tem um compromisso, e o meu acabou hoje depois do almoço, um fim trágico, fui chifrada acredita?". Faço cara de espanto.

"Cat não aconteceu nada disso, deixa eu explicar, te contar o que realmente houve"

"Sabe Bernardo, eu não estou a fim de escutar, e se me der licença estou ocupada fazendo nada, e outra coisa, na empresa por favor, sejamos profissionais". Fecho a porta e volto para o sofá com uma vontade incontrolável de chorar.

Sem barreiras para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora