Capitulo 22

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Depois do beijo o clima ficou estranho entre eu e Bernardo, eu realmente não sabia o que pensar sobre isso e ele agia como se nada tivesse acontecido.

"Gosta de comida japonesa?". Bernardo pergunta.

"Eu gosto de tudo o que for comida"

"Acho que você realmente passa fome"

"Não é questão de passar fome é quentão de adorar comida"

Bernardo dá uma gargalhada e avisa que chegamos, descemos do carro e vamos em direção ao restaurante japonês do outro lado da rua. Durante o trajeto Bernardo segura minha mão e vamos de mãos dadas até o restaurante.

"Boa tarde senhor Montenegro"

"Boa tarde Mário" Bernardo responde.

"A mesa de sempre?"

"Sim a de sempre"

O recepcionista nos leva a uma mesa reservada ao fundo do restaurante, ele sorri e chama um garçom. Todos tratam Bernardo muito bem aqui o que me faz pensar que ele vem aqui sempre, todos o tratam pelo sobrenome, sabem quem ele é.
Depois de fazermos nosso pedido o garçom sai nos deixando a sós, fico meio constrangida ainda não falamos do ocorrido dentro do carro, e realmente nem sei se tem algo a ser dito.

"Não te beijei pra ficar esse clima horrível entre agente Cat". Bernardo quebra o silêncio.

"Me beijou pra que então?"

"Por que eu já estava ficando louco por estar perto de você e não poder quebrar a distância"

"Bernardo mas..". Ele me interrompe.

"Quero que isso dê certo Catarina, você está comigo a poucos meses e me ajudou mais do que qualquer pessoa, se estou em casa não te tiro da cabeça, e se estou no trabalho a todo momento arrumo algum motivo para ir a sua sala. Se você não quiser eu entendo, mas se a hipótese passou pela sua cabeça, se já pensou na gente, dê uma chance e vamos tentar, pode dar certo"

"Hum, podemos tentar"

Bernardo me olha e seus olhos sorriem, eu sorrio em resposta e nosso pedido chega. Comemos em silêncio e quando acabamos o garçom nos trás a conta. Bernardo paga e saímos do restaurante.

"Bernardo?"

Eu e Bernardo olhamos para trás e há uma mulher loira na porta do restaurante.

"Mariane?"

"Nossa quanto tempo". A loira fala e vem em nossa direção, abraça Bernardo e deixa um beijo em seu rosto.

"É, faz algum tempo". Ele diz.

Vejo que Bernardo não está confortável com a situação, a mulher nem reparou que estou aqui, e se reparou simplesmente me ignorou, que falta de educação.

"Conversei com sua mãe ontem, disse que estava morrendo de saudades de você"

"Quando voltou?"

"Faz uma semana, agora vim pra ficar Bê, e acho que temos que conversar"

"Marcamos algum dia para almoçar, agora tenho que ir, foi bom ver você." Bernardo sorri sem graça.

"A tudo bem, eu vim almoçar com uns amigos, a propósito quem é essa?". A tal loira me olha, agora reparou em mim querida?.

"Essa é Catarina, ela trabalha comigo"

"E desde quando almoça com funcionários Bê?"

Bernardo não responde simplesmente acena com a cabeça vira as costas indo em direção ao carro. Eu o sigo, ele coloca as mãos no bolso da calça e anda a passos largos.
Não entendi muito bem o que aconteceu ali na calçada, a 40 minutos Bernardo me pedia para que fizesse dar certo e me trata com tamanha indiferença na frente de sua amiga? Ou sei lá o que ela é. Dou a volta no carro e entro, Bernardo não fala nada o trajeto inteiro.
Depois de chegar ao estacionamento da empresa ele desce do carro e eu desço logo atrás. Ele vai ao elevador e entra apertando o botão do nosso andar, me acomodo a seu lado e vamos em silêncio até a cobertura, quando o elevador abre as portas é minha vez de sair primeiro, aceno com a cabeça para a recepcionista e vou para minha sala.
Sei que Bernardo não me deve nada, a propósito nem estamos juntos, mas no restaurante pede para que façamos dar certo, para que tentemos, e quando encontra aquela mulher me trata como uma desconhecida? Além de tudo somos amigos, ele podia ter me apresentado como uma amiga não como uma funcionária, pelo menos era o que eu teria feito, mas não posso esperar das pessoas atitudes que eu tomaria, acho que já aprendi isso.
                               *
Mais um dia chega ao fim, estou cansada, quero minha cama. Pego minhas coisas e me encaminho para o elevador. Aperto o botão para chamá-lo e aguardo enquanto ele sobe.

"Cat?". Ouço Bernardo atrás e mim

"Oi?" Pergunto me virando.

"Eu queria me desculpar por hoje mais cedo, é que.."

"Não precisa explicar".

O elevador abre as portas eu entro e aperto o botão do térreo, enquanto as portas se fecham ouço Bernardo dizendo: me desculpa mesmo.
Chego ao térreo e o taxi já está me esperando. Entro digo o endereço e o taxista arranca.
Chego em casa dou um beijo em Estela que está jogada no sofá e vou para o meu quarto tomar um banho, Estela vem atrás de mim.

"Cat tenho que te contar uma coisa". Fala toda empolgada.

"O que foi?". Pergunto.

"Tome seu banho e venha jantar, conversamos na sala"

Ela sai pulando, me encaminho para o banheiro e coloco a banheira para encher, quero relaxar um pouco hoje.

Sem barreiras para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora