Traída

Alvorecer de um Dia Perfeito

Annabell:
Sou Annabell, e tenho dezessete anos. Sou uma anja que vive no reino dos céus junto com meu irmão Wade, somos órfãos desde que nos recordamos, perdemos nossos pais durante um ataque que sofremos de um grupo de demônios, por isso me esforço para me fortalecer e aprender a controlar meus poderes e quem sabe, um dia me tornar semelhante à Kate, minha irmã que se qualificou para entrar na armada do famoso anjo Lúcifer. Pelas cartas que Kate me manda, Lúcifer é um poderoso anjo e o anjo mais próximo a Deus dentre todos. Quem sabe quando eu finalmente fizer dezoito, confesso que estou um pouco ansiosa, poderei me candidatar a entrar lá.
Acordo de manhã com aquele maldito despertador tocando e o sol batendo em meus olhos verdes, atiro aquela buzina quadrada no chão e tento levantar-me da cama, inerte me olho no espelho, com meus cabelos ruivos caindo sobre meus olhos tapando minha visão parcialmente.
- Ai que droga. – digo para mim mesma enquanto levanto da cama e arrumo meus cabelos.
Desço as escadas e corro para o banheiro fazer minhas higienes pessoais, e ouço Wade se levantando vindo em direção ao banheiro.
- Anna, anda logo! – exclama ele com voz de sono – Tenho que sair. –
Abro a porta e me deparo com ele de braços cruzados, usando apenas uma bermuda azul e folgada, seus cabelos ruivos e bagunçados que tapavam seus belos olhos azuis.
- Aonde vai com tanta pressa? – perguntei curiosa.
- Vou ver quando começam as inscrições para entrar no exército de Lúcifer, daqui há dois meses você e eu teremos dezoito, e nosso treinamento está quase no fim –
- Não se esqueça de que temos vidas ok? – zombei sorrindo e mostrando a língua – Desde que começamos a treinar para esse teste, nossos amigos tem passado aqui sentindo nossa falta. –
- Aqueles meninos não são seus amigos. – disse ele me fitando – Eles só te querem. –
Corri até ele e dei uma banda em sua perna, e segurando suas mãos virei-o de costas e o prendi na parede.
- Eu sei me defender. – sussurrei em seu ouvido dando uma mordia em sua orelha e soltando-o.
- Nesse pique todo, você logo alcançará a Kate. – disse Wade esboçando lentamente um sorriso de canto.
- Obrigada! – Exclamei alegremente abraçando-o e dando um beijo em seu rosto.
Logo depois, Wade foi tomar banho, enquanto eu fui preparar o café, após acabar de comer permaneci na janela observando a vista, enquanto em meu coração permanecia um desejo profundo de defender aquele lugar com minha própria vida. Alguns minutos depois, Wade sai de seu banho vestindo apenas uma toalha branca, e senta-se a mesa para tomar café.
- Vai tomar café só de toalha? – disse com um ar de reprovação.
- E se reclamar eu tiro ela. – zombou ele.
- Nem brinque com isso. – retruquei – De coisa ruim na minha cabeça, já basta aquele despertador, não quero essa imagem na minha cabeça. –
Apesar de não ficar reparando, devo admitir que Wade é bem bonito, com seus cabelos tão ruivos quanto os meus e seus olhos azuis penetrantes que cintilam à luz do dia, combinados com uma pele rosada e um corpo definido, é do tipo que deixa uma garota aos seus pés com facilidade. Ao terminar o Café Wade vestiu-se com uma camiseta vermelha, uma calça jeans, pegou um par de tênis qualquer, e após se despedir, abriu suas asas e sumiu pelos céus na direção do que os soldados chamavam de "Fortaleza". Um lugar onde aqueles que estavam sendo treinados permaneciam. Enquanto ele visitava o local, fui ao mundo dos humanos para observar se tudo estava normal, trancei meus cabelos e coloquei um gorro preto deixando apenas a trança e minha franja para fora, vesti uma blusa de manga preta e coloquei um mini short jeans, e calcei um salto que achei enquanto acabava de fechar as janelas da casa, vesti um casaco feito de um tecido fino, e abrindo minhas asas, desci até a Terra tomando cuidado para que ninguém me visse. Saí de um beco em que pousei observando detalhe por detalhe do mundo dos humanos, é incrível a inteligência que possuem comparado a de outras criaturas que tem muito mais longevidade e inteligência. Virei umas duas esquinas e vi um garoto que parecia ter uns dezenove anos, sua pele era branca e seus cabelos eram castanhos escuros assim como seus olhos, notei pelo seu andar que estava apressado com alguma coisa, enquanto carregava um corvo em seus braços que parecia ferido.
- Ei, menino – disse alcançando-o – aonde vai com esse corvo? –
- Preciso levar ele até um veterinário. – respondeu ele, sua voz era suave e tranquila.
- Deixe-me ajudar com isso. – puxei-o para um canto e estendi minhas mãos sobre o corvo, usando meus poderes de cura, os ferimentos do animal cicatrizaram-se. – Não conte a ninguém sobre isso. –
- Pode deixar, não conto. – respondeu, ele não parecia muito impressionado – o que você é? –
- Eu sou um anjo, venho visitar a Terra para ver se tem alguém indesejado por aqui. –
- Qual seu nome? – ele perguntou com um ar de curiosidade.
- Annabell, prazer. – respondi – E o seu? –
-Prazer, meu nome é Dimitri – o menino me respondeu sorrindo. – Se me der licença, tenho que ir, ou minha irmã ficará brava comigo. Até. –
Me despedi dele e fui em direção ao beco, quando ouço um bater de asas, quando m viro, vejo o corvo pousar em meus ombros.
- Acho que ele gostou de você. – disse Dimitri sorrindo.
- Ele não é seu? – perguntei.
- Eu o encontrei caído no meio da rua não tem muito tempo. –
- Então não se importa se eu ficar com ele? –
- Claro que não moça – ele me respondeu abrindo outro sorriso.
Sorri para ele de volta e me despedi voltando ao beco com o Corvo e junto dele, voltando para minha casa. Ao anoitecer, Wade chegou em casa apressado.
- Que foi? – perguntei assustada.
- Os testes – dizia ofegante – serão dois dias depois de nosso aniversário. –
Arregalei meus olhos enquanto Wade olhava para o corvo.
- Quem é esse? – dizia fazendo carinho no animal.
- Esse é o Corvo, o encontrei na rua e ele gostou de minha companhia –
- E qual o nome que ele vai ter? –
- Parece que ele gosta de ser chamado de Corvo, deixe assim mesmo. –
- Vou para cama, estou exausto. –
Wade foi para cama enquanto eu preparava o jantar, tentei acordá-lo para comer, mas o cansaço não o deixou levantar da cama, jantei e fiquei brincando com o Corvo até certa hora da Noite, quando deitei em minha ama, não consegui dormir de ansiedade pensando no dia em que me alistaria para tentar o teste da Armada de Lúcifer, afinal, até lá é um longo caminho.