Um Café Meio-Amargo - Parte 1

168 12 1
                                    


Minha vida quase nunca foi um mar de rosas. Começando que, meu pais são ausentes, passam a maior parte do tempo viajando a trabalho e, eu sempre estou a me mudar. O que com certeza não é fácil, pois você perde os poucos amigos que você consegue fazer. Basicamente, você os pega e os deixam ir na primeira oportunidade de embarque. Mas, esse ano meus pais resolveram se mudar de vez para a cidade de Amityville, em New York. Não há muito interessante pra se ver mas, é a vida, não é? A cada pouco amigo que perco, mais depressivo vou ficando. Você não perguntou, mas sim. Já tentei suicídio, obviamente, não sucedido e sim, eu me auto mutilo. Você pode achar estranho, mas é algo comum entre jovens da minha idade que também passam ou passaram o mesmo que eu.

Sei o que devem estar pensando... "Não convive com os pais, sempre perde os amigos e procura esconder a dor que sente. Cara, esse garoto é completamente perturbado mentalmente". E para falar a verdade, eu sou sim. Me chamo Ector, tenho 16 anos. E tudo começou quando eu me mudei pra rua Walkstreet.

- Café com leite, meu filho? - minha mãe disse.

não a respondi.

- Meu filho, eu sei que é difícil sair dos lugares onde você gosta, perder seus amigos mas, é para o seu próprio bem. Precisamos de dinheiro e este trabalho é o mais viável para nós. - disse minha mãe.

Eu levanto e saio levando uma mochila nas costas.

- Deixe-o, meu amor. Ele ainda vai entender tudo isso. - afirmou meu pai.

- Assim eu espero... - ela disse.

Se tem uma coisa que eu realmente não gostava, era a antiga High School de Walkstreet. Fica há uns 7 quarteirões de minha casa, e tinha gente por toda parte. Pessoas me encarando e rindo de mim, mas, para mim não tem importância.

- Filho! Filho! Você esqueceu seu passe! Não vá perder o ônibus, viu? - ela disse.

- Claro, mãe.

- Tenha um belo dia, meu bem. Tchau!

A parada de ônibus não fica muito longe, mas eu ando alguma coisa para pegá-lo.

- Ótimo, lá vem o ônibus. - pensei.

Havia chovido pela manhã, e uma grande poça de água reinava bem onde o ônibus costuma passar. Eu estendo a mão para pegar o ônibus das 8h35.

O ônibus passa direto em cima da poça, claro, fiquei encharcado.

- Sai da frente, idiota! - motorista

Todos riram.

- Que otário! Hahaha!

- Ah, que ótimo. Além de ir molhado, vou ter que ir andando... Belo dia esse.

Chegando na escola, não vi nada de muito diferente das outras. Só que, eu era totalmente excluído. Nenhum aluno queria sentar ao meu lado.

- Sentem-se e abram seus livros na página 24, agora. - diz a professora

Haviam apenas dois lugares disponíveis na minha sala, e eram bem lá no fundo da classe. Sento na cadeira vazia encostada na parede, quando alguém entra na sala.

- E você é? - Professora

- Enzo Valentowisk. Disseram que eu estava nesta classe.

A professora dá uma pequena olhada na caderneta.

- É, realmente. Sente-se naquela cadeira vazia perto do novo aluno. Agora, vamos começar a aula.

O novo aluno era bastante misterioso e interessante. Tinha cabelo castanho escuro e encaracolado, pele branca como neve, olhos castanhos claros e uma boca avermelhada como um morango. A cada a vez que ele se aproximava da carteira, nossos olhos se encontravam mais e mais, chegavam até a brilhar.

- Posso? - perguntou.

Fiz um gesto com que sim na cabeça.

A aula ia passando a cada segundo, e eu vi que ele tinha uma certa dificuldade em cálculo. Mas, tratando-se de matemática dá para imaginar né.

- Aí...Hey! Ector, né? Eu saquei que você manda muito bem em matemática. - ele disse.

- E você manda muito mal, né? - pensei -

De tudo que eu poderia dizer naquele momento, o que eu disse foi:

- Ah, valeu. - respondi.

Ele levanta, pois o final pro intervalo havia tocado e pergunta...

- ...Você vem?

- Sim, só vou guardar minhas coisas aqui. - respondi.

- Tudo bem. Te espero no corredor.

Logo após guardar meu material, vou até a saída da sala. Os corredores estão vazio pois a maioria das pessoas costumam estar no refeitório. Mas eu não.

- Aí, viadinho! Me passa o dinheiro do lanche agora ou as consequências não serão das melhores.

---------------------------------------------




A Rua WalkstreetOnde histórias criam vida. Descubra agora