ilusao de otica

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Uma ponte negra desceu obre o lago,abrindo caminho para o castelo em ruínas.

-pra onde estamos indo?

"Eles não vão te responder!"

"Se você tá tao tranquila assim por que não assume o controle?por que me deixou sozinha com eles?"

"Simples,porque não adianta perguntar,eles vão continuar a te ignorar."

Atravessamos a ponte em silencio!
O castelo parecia totalmente destruído,mais quando passamos pela porta,a visão mudou completamente!
Era como se as ruínas fossem uma especie de ilusão de ótica!como se o castelo estivesse protegido por algum tipo de feitiço.
Ao entrar pelos portões destruídos,as paredes se ergueram em minha frente,como magica,se espalharam por todos os lados, formando um salão de pedras num estilo medieval clássico,com cortinas vermelhas e um tapete que levava direto a uma porta de madeira decorada.
Seguimos pelos cantos do salão,até chegar a uma escada que levava ao térreo.
Quanto mais desciamos,mais escuro e frio ficava,as escadas deram origem a uma gruta escura e úmida.
As grades de ferro mantinham pessoas e criaturas das mais diversas.
Aquilo me assustou um pouco.
Eles passaram por todas as grades e abriram uma porta no final de tudo aquilo.
A porta levava a um quarto magnifico,era incrível,mais fora do real.
A julgar pelo tempo que ficamos descendo e a escuridão e umidade da prisão,devíamos está
No subsolo,metros a baixo do castelo.
Mais as janelas do quarto estavam abertas e tinham uma vista incrível para o lago e toda a neve abaixo da montanha.

"Como isso é possível!"

Sussurrou a voz em meus ouvidos!

"Eu não faço ideia!"

Fiquei admirando a paisagem,estava tao encantada com a vista que demorei a perceber a agua quente escorrendo pelas pedras.
O quarto era todo feito de pedras,era enorme e na cama,uma colcha bem macia e quente.
O tapete no chão dava um charme ao ambiente.
Ao lado da cama,uma escrivaninha com flores, velas e perfumes chamou minha atenção.
Nas gavetas, roupas limpas e quentes.
Na parede,uma estante de livros antigos e graciosos.
Fiquei boquiaberta com tudo aquilo!eramos hóspedes ou prisioneiras?
Ouvi ruídos na porta,se pareciam com batidas,mais eram leves e suaves,como as de uma criança de colo.
Segui em direção a porta e forcei,mais estava trancada.
Percebi que as batidas não vinham da porta,vinham do piso.
Segui em passos leves e vagarosos até encontrar uma parte meio oca no piso.
Procurei alguma especie de porta ou abertura,mais nada. Bati varias vezes com uma das pedras soltas da parede até que finalmente o piso de madeira se rompeu.
O piso revelava um túnel e uma voz de criança me chamava a segui-la.

-hei!

Uma menina me olhou sorrindo e se virou correndo pelo túnel.

-hei!volta aqui!quem é você !

Ela dava risadas e corria saltitante.
Aos poucos,percebi que aquele rosto não me era estranho.
Corri tentando alcança-la!

"Cuidado Luiza!"

"É só uma criança!"

"Nem tudo é o que parece ser!"

A segui com cuidado até que finalmente ela parou.
Olhei seu rosto e fiquei paralisada de medo.
Ela não era má,nem estranha!
Ela era eu!

"Como isso é possível?"

De repente me veio uma sensação estranha,como um déjà vu.

-não era um sonho!

As lembranças do orfanato invadiram minha mente.
Eu sempre via uma mulher,eu jurava que era minha mae!
As coordenadoras do orfanato diziam que eram apenas sonhos,que era minha imaginação,e de certa forma,eu sabia que não eram!

-hei!Luiza!Pra onde está me levando querida?

Falei por fim,tentando conter as lagrimas.
Ela não me respondia,apenas gesticulava para que eu a seguisse.
Eu a observei,ainda sem acreditar!

"Vai ficar ai parada?"

"É que..."

"Vai logo!"

Ela me interrompe!
Corro em direção a Luiza,mais uma voz me faz parar!

-senhora!onde você está?

A pequena se aproxima de mim e me abraça!

-mae!você tem que voltar!

Meus olhos se encheram de lagrimas ao ver eu me chamar de mae!
Aquilo me deu um aperto no peito,me fez lembrar do quanto era difícil viver sem Rene,sem familia,o quanto era difícil ser aceita naquele lugar!

-querida!você vai ficar bem?

Falo me abaixando e segurando as maos dela.
Ela sorri e passa seus dedos de leve em meu rosto,secando as lagrimas.

-vou sim mae!

Ela me abraça e algo começa a me puxar!

"O que está fazendo?"

"Salvando a gente! "

"Não posso deixar ela ir!não posso deixar ela voltar pra aquele lugar!"

"Se toca Luiza!ela é você!você está viva,está bem,mais se ficarmos não vai estar!"

Ela corria o mais rápido que podia.
Esperamos na entrada do túnel até o homem sair e procurar ajuda.
Tapei o buraco com a ponta do tapete e Me dirigi a varanda,onde fiquei ouvindo a canção triste dos ventos enquanto dois homens entravam como um furacão pela porta do quarto,derrubando alguns livros e velas da escrivaninha!

-onde você estava?

-e...eu?

-eu estava lendo,sentada nas rochas por trás das cortinas!

Ela tomava o lugar de novo!
Tenho que admitir,ela era boa em desculpas esfarrapadas.

-e por que não respondeu quando chamei?

-porque quando eu leio,viajo nas paginas,nem ao menos percebi sua presença!

Eles se viraram para sair do quarto quando eu os interrompi!

-quando eu vou sair daqui?sou uma prisioneira ou uma hóspede?

O homem magro se virou.

-você faz perguntas demais!

-quando alguem vai responde-las?

Minha voz era tremula!
os guardas saíram irritados com o homem magro e baixo de olhos castanhos.
Ele parecia envergonhado.
Eles saíram e as portas se trancaram mais uma vez.
Tirei o tapete de cima do buraco,descendo com cuidado e tampando de novo a entrada para não ser descoberta.
Segui pelo túnel com uma vela,em passos vagarosos e trêmulos.
Meu coração acelerava e o medo de ser pega aumentava a medida que avançavamos.

"Onde será que ela foi?"

"Pra casa!ela não vai voltar!"

"Tem certeza?"

"Tenho!"

Eu não falei,mais as lembranças entregaram o que aconteceria comigo quando eu voltasse.
A diretora do orfanato ficou muito brava por eu ter sumido por tanto tempo,e meu castigo foi uma surra e todas as tarefas da gloria!
Ela era responsável por todo serviço pesado,e eu,com quatro anos,tive que lavar os lençóis,aparar o jardim,limpar todo o orfanato e ainda levar a maior surra com chicote de cavalo.

"Era por isso que não queria deixar ela voltar?"

"Sim!mais não posso interferir!"

As lagrimas correram por meu rosto!

"Sinto muito!"

Pela primeira vez,a voz parecia humana!

-tudo bem!uma semana e dois dias depois,rene chegou no orfanato e me viu sozinha no canto.
Ela perguntou como eu me chamava e prometeu cuidar de mim.

" e a diretora?"

-rene denunciou ela a policia!

Seguimos pelo túnel até encontrar uma fissura entre as rochas.
Por ela,eu conseguia ver um grande salão feito de pedras.
Ele estava cheio de homens com capuz preto e entre eles,um homem vestido de negro falava.

o trono do tempo-sol de prataOnde histórias criam vida. Descubra agora