Essa historia que irei relatar aqui é completamente fictícia. Nomes, pessoas, lugares são apenas criações da minha mente, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
QUATRO ANOS ATRAS
Meus braços doem enquanto tento segurar meus irmãos, seus olhos vermelhos injetados de dor me encaram e isso é quase uma dor física. Meus braços magros estavam rodeando as três cinturas dos pequenos. Também queria chorar, mas não poderia demonstrar fraqueza. Chorei o que tinha para chorar ontem, ontem eu me deixei desmoronar, deixar que meus pedaços quebrados caíssem a esmo e me deixassem apenas uma casca vazia da mais pura dor, sem mistura, apenas dor. Meus irmãos tentavam sair do meu aperto. As pessoas passavam por nós e pena era a única coisa que eu conseguia ver em seus olhos. Forcei eles a caminhar em linha reta, saindo de perto dos buracos onde nossos pais estavam sendo abaixados. Escutavam os gritos de dor dos meus irmãos, ecos maculados do que um dia foram risadas de crianças felizes. Nunca fui uma criança robusta e em consequência não me tornei um adolescente robusto, tentava com todas as minhas forças segurar meus irmãos mais novos, que ao contrario de mim sempre foram robustos, Larissa, Caio e Pedro tentavam se soltar.
Meus braços continuam a doer enquanto empurro eles através do caminho de cascalho que separa as duas partes de grama do cemitério, a grama que mais tarde se tornaria cobertor para a cama de madeira dos meus pais, nossa tia Enestine iria morar conosco, eu ainda era de menor e então teria que ter um adulto morando conosco ou ir para um orfanato, coisa que eu não queria, Ela não era exatamente nossa tia, mas foi a única que quis ficar com a gente.
- Me solta Chris - A voz enrolado por causa do choro e da dor chega até mim, olho nos olhos deles e vejo a minha dor triplicada, pontadas de dor se espalham pelo o meu corpo.
- Não.
- Eu te odeio - Não sei quem foi que disse isso, só sei que eu escutei. Não tem problema eles poderiam me odiar o quanto quisessem, mas eu continuarei amando eles incondicionalmente.
DIAS ATUAIS
- Cadê o dinheiro do lanche? - A voz irritada de Pedro soou da porta, eu estava tentando limpar uma panela de gordura que eles tinham deixado ontem dentro da pia, minha mão estava gordurosa e fedida. Agora eu estava com 20 anos. E meus irmãos de 16 tinham muito mais corpo do que eu, nem parecia que eu era o mais velho.
Nossas peles eram claras e nossos cabelos loiros, mas em mim ficava esquisito, eu ficava parecido com uma criança tentando assumir papel de adulto. A falta de pelos faciais também colaborava nesse aspecto. Pedro ao contrario de mim era o centro das atenções, seu corpo era totalmente cheios de músculos e sua pele clara dava um aspecto marmóreo para ele. Pedro, Caio e Larissa são trigêmeos, então os homens são idênticos de rosto e corpo e a garota é uma beldade.
- Pega ai - Gesticulei com as mão para a meu bolso da calça traseiro, ele suspirou pesadamente e veio arrastando o pé até chegar perto de mim, colocou a mão no meu bolso e tirou a nota de vinte e outra de dez. - É dez pra cada.
- Tubo bem - Ele murmurou, arrastou as pés até a saída novamente e até a saída, ouvi a porta se abri e antes de fechar ele falou - Nós vamos a uma festa hoje... então não nos espere.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Abrigo
RomanceEssa história foi postada originalmente na Casa dos Contos pelo perfil: Blind/Dealf/Mude.... E eu decidi postar aqui para facilitar o acesso a essa incrível história. Todos os direitos reservados ao autor citado acima. Link do perfil: http://www.cas...