Vi a tal pessoa a flexionar os joelhos e comecei a correr e a tropeçar no ar descalçando os sapatos para ir mais rápido. Estava a começar a suar e a pessoa estava a dois metros do meu alcance. Corri e corri e corri e a pessoa em vez de saltar com impulso decidiu deixar - se cair o que me deu mais tempo. Tropecei num grande solavanco e caí no chão de joelhos e quando a silhueta já estava prestes a cair, levantei-me, a pessoa abriu os braços virada para o rio e deixou o seu corpo amolecer.
Ia morrer. E a culpa era minha. Fui eu que a matei. Já não bastava eu ter morrido agora outra pessoa iria morrer também.
Não.
Agarrei o seu torço com ambos os meus braços finos e marcados, abraçando a pessoa, não me importando com quem esse indivíduo era.
Consegui alcançar a silhueta por que tinha corrido. Apertei o abraço e puxei-a para o lado seguro da ponte, deixando - nos cair no pavimento. Ouvi um pequeno grito da parte da pessoa e caímos ambos no chão.
Felizmente, consegui aparar a sua queda e não tentou se atirar novamente. Simplesmente ficou de costas para mim e em cima de mim a olhar o céu em silêncio. Eu ainda estava a abraçar a pessoa até que me apercebi que isto seria estranho. Quando concluí este pensamento a pessoa levantou-se e eu fiz o mesmo logo a seguir. Aproximei-me da pessoa e deu para cheirar uma fragrância que eu, estranhamente conhecia.
A pessoa virou - se logo para mim e notei que era um rapaz. Uma cara que eu já tinha visto algum dia. Sim! O estranho que fui contra no dia de São Valentim, à dois anos atrás! Era ele! A cara triste, mas linda e o cheiro encantador e também triste.
Olhei para ele profundamente e ele para mim, mas sem nenhum sorriso.
-Obrigado.-disse ele numa voz baixa e grave.-mas eu merecia morrer.
Ele começou a movimentar - se virando-me as costas mas eu agarrei - lhe a mão e gritei, falhando-me a voz: NINGUÉM MERECE MORRER!
Ele olhou para mim surpreso e uns momentos depois abanou a cabeça.
-Claro...-disse ele com um sorriso falso e triste.
Ele olhou mais uma vez para mim e notou que as minhas pernas, mais especificamente os joelhos,o tecido das minhas calças estava roto e a minha pele em sangue.
Depois de o ver de olhos arregalados eu também olhei e notei no que ele tinha notado.
-Ah...ah..AU! -gritei eu e baixei-me pondo os meus joelhos magoados perto do meu peito. A dor física eu sentia.
Ele aproximou - se de mim e pôs - se ao meu nível e olhou para a minha cara para ver se eu estava bem.
-Deves ser muito forte para não estares a chorar han?-disse ele com um pequeno sorriso.
-Ah...não é bem isso...-eu não consigo chorar...-isto já passa.
Ele suspirou, levantou - se e ofereceu a sua mão para eu me levantar.
-Va lá, não me deixes pendurado. Se me ajudaste eu também tenho de te ajudar. Não gosto de ficar a dever.
Anuí e peguei na sua mão que era tão pálida quanto a minha. Levantei-me e acompanhei - o enquanto ele se dirigia a algum sítio. Fomos a uma farmácia onde ele comprou compressas com adesivos e um desinfectante. De seguida fomos para um banco no meio de uma ruela e sentei - me enquanto ele me tratava dos joelhos. Ardeu muito de início e ele notou porque me viu a agarrar a minha blusa com força e depois aplicou as compressas.
Depois pegou no meu braço muito de repente e olhou para as minhas mãos. Eu bem que tentei sorrir mas foi tudo um falhanço. Não consigo sorrir sem motivo. Ele puxou as mangas da camisa para cima num silêncio constrangedor, uma vez que as minhas mãos também tinham ficado raspadas.
Ele ficou muito confuso ao ver os meus braços e depois lembrei - me.As cicatrizes.
Eu desviei a cara e ele começou a tocar nelas. Se eu sentisse algo neste momento seria embaraço total.
-Tão...incompreensível...-sussurrou ele.
-Disseste alguma coisa?-perguntei.
Ele simplesmente abanou a cabeça.
Depois de me tratar, deu - me o que tinha comprado na farmácia e foi - se embora. Antes que ele se afastasse muito eu consegui segurar - lhe o pulso e dizer no meu tom mais sincero:
-Fica bem, por favor.
Ele anuiu e sorriu falsamente tentando convencer - me que ele estava bem. Mas eu conseguia ver através dele. E ele de facto, estava a cair ao pedaços.
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WELL HELLO THERE MISHAMIGOS!
ESPERO QUE ESTEJAM TODOS MARAVILHOSOS E QUE TENHAM GOSTADO DESTE CAPÍTULO. VOS AMO MUITO.
Desculpem os erros de ortografia e aproveitem este capítulo e os que seguirão. Bjs
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•Waking up dead•
Romansa•Diana, uma rapariga normal, tão normal que até é cliché. Até que um certo dia de São Valentim muda a sua vida por completo•