Cai uma gota de chuva
Em meio a quatro paredes
E quando cai, vai crua
Na rua
Onde, por enquanto, vão-se lavas
Até que parem, e nasçam nuasA gota que se cria, evapora
Aos pés de Deus, de nada
Aos meus pés
Rolando a escada
Que desce, sobe
E não faz nadaSeria mais fácil com uma telha
Mas que graça telhia?
Além de nossas vozes
Ecoando eternamente
E ideias guardadas num caneco
Na estante de nossas avósE que via, até pouco tempo
Mais do que tudo que somos
Mais do que seríamos
Se tivéssemos aberto a boca
Aos céusFechando os olhos
Aos plocs da bolha
Da água
Da chuva
Da gota
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Salada de Balanços
PoetryPoesias, minipoesias e crônicas para todos os momentos. Obras originais. Capítulos novos Toda quarta e sábado.