Sinto a carne arder
Nos extremos de nossa sociedade oligárquica
Na minha pele, vejo-a queimar
Cinzas de um futuro incertoSim, nas cinzas
No cerne daqueles os quais
Não mais me aparecem
Senão em pesadelos inquietantesNossa hipocrisia, falsa modéstia,
Oblíqua fraternidade ambulanteSinto irmãos e irmãs nus
Observando boquiabertos
O prato de comida
No lixo de ontemA generalidade em nós
Destronando lobos e leões
Em função de outro nome
Que de novo arderá, pobre carne
Até quando, de tão escura,
Ainda reste a herança de nossos
Últimos, latentes, diasFome
Miséria
Covardia
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Salada de Balanços
PoetryPoesias, minipoesias e crônicas para todos os momentos. Obras originais. Capítulos novos Toda quarta e sábado.