Jessica se moveu em direção ao almoço, um punhado de nervos cerrados em seu estômago.Dess tinha dado arrepios de novo, como naquele primeiro dia em trigonometria, Jessica podia ver o porquê de Dess não ter muitos amigos. Toda vez que Jess sentia como se elas estivessem começando a se conectar, a garota fazia alguma estranha observação astuta, comose ela quisesse convencer Jessica que ela tinha poderes psíquicos. Tudo o que Jessica queriaera um pouco de ajuda com trigonometria, não um curso nos ocultos modos de Bixby, Oklahoma. Jessica suspirou enquanto ela fazia seu caminho em direção à cafeteria. Agora que elapensou sobre isso, Dess não era realmente todo aquele mistério. Só triste. Ela estava repelindoJessica sob um propósito. O desnorteante, ir e voltar de suas conversar era, provavelmente, querendo excluir as pessoas. Brincar com a cabeça das pessoas era mais fácil do que conhecer e confiar nelas. Talvez ela tivesse medo. Mas Dess nunca parecia assustada, só calma e confiante. Entretanto suas palavras estavam fora do muro, ela sempre as entregava de maneira inteligente. Dess falava como se ela vivesse em um mundo alienígena com regras completamente diferentes, tudo o que fazia perfeito sentido para ela. Que era outro jeito de dizer que ela era louca.Por outro lado, algo dentro de Jess sentia como se Dess estivesse na verdade tentando se comunicar com ela. Estava tentando ajudá-la a entender sua própria cidade, ou talvez mesmo alertá-la sobre algo. Dess tinha estado totalmente correta sobre o sonho estranho. É claro, o que não necessariamente fazia de Dess uma leitora de mentes e não significava que o suprimento de água de Bixby tinha causado isso. Um monte de pessoas tinha sonhos engraçados quando elas iam para novos lugares. Dess provavelmente percebeu que Jessica estava assustada sobre semudar e tinha decidido que seria engraçado assustá-la um pouquinho mais.E tinha funcionado.Enquanto Jess alcançava a lanchonete, o leve cheiro rançoso de fritura varreu através dasportas duplas abertas, junto com o rugido de centenas de vozes. O passo de Jessica diminuiu enquanto ela cruzava o limiar. Como a nova garota, ela ainda experimentava uns poucos segundos de pânico enquanto tentava descobrir onde se sentar, não querendo ofender os novos amigos ou se enfiar com pessoas que ela não tinha certeza. Por um momento Jessica quase desejou que seu pai não tivesse decidido começar a fazer almoços para ela. Esperar na fila pela gororoba oficial da escola de Bixby High, teria dado a ela mais tempo para saber onde se sentar. O que, talvez, era a razão dos almoços de escola terem sido inventados. Certamente não tinha sido por seu valor nutricional. Ou seu sabor. Enquanto seus olhos estudavam a sala, as borboletas no estômago de Jessica começaram a flutuar de novo. Lá estava Dess, olhando direto para ela. A garota deve ter usado alguma rotamais rápida para a lanchonete através do labirinto de Bixby High. Ela se sentava em uma mesa,em um canto distante, com dois amigos. Como ela, eles estavam todos de preto. Jessreconheceu o garoto do primeiro dia da escola. Ela se lembrou do momento de ansiedade ao entrar em Bixby High pela primeira vez, aterrorizada de que ela estivesse atrasada. A memória era estranhamente clara, a imagem dos óculos dele arremessados para fora, estava cimentada em sua mente. Jessica se perguntou o porquê dela não tê-lo visto por ali desde então. Com seulongo casaco preto, o garoto deveria chamar atenção em Bixby. Havia tido um bando de garotos como ele e Dess na escola pública 141, mas só havia três ou quatro aqui. Era muito quente e ensolarado em Oklahoma para fazer a coisa toda de vampiro.Ao menos, é claro, você fosse "fotofóbico", se Dess tinha estado falando a verdade sobre isso. Agora, o garoto estava olhando para Jessica também, como se ele e Dess estivessem esperando que ela se juntasse a eles. A outra garota na mesa estava olhando para o espaço, osfones sobre as orelhas. Jessica olhou ao redor, por qualquer lugar onde se sentar. Ela não estava pronta para nenhum jogo mental hoje. Ela procurou por Constanza e Liz, mas ela não podia vê-las, ou a nenhuma das outras garotas da mesa da biblioteca. Seus olhos procuraram por um rosto familiar,mas Jess não reconheceu nenhum. As hordas de rostos borraram-se em uma confusa massa. A cafeteria deslizou para fora do foco, um vertiginoso rugir de vozes a assaltando por todos oslados. Seu momento de hesitação se prolongou, subitamente transformado em total confusão.Mas de alguma forma seus pés mantiveram caminhando, trazendo ela mais perto da mesa de Dess. A garota e seus amigos eram a única parte estável da sala. O instinto carregou Jessica em direção a eles."Jessica?"Ela se virou, reconhecendo um rosto fora do borrão. Um rosto muito atraente."Eu sou o Jonathan da aula de física. Se lembra?"O sorriso dele atravessou a névoa envolvendo ela. Seus olhos castanhos escuros estavam muito em foco. "Claro. Jonathan. Física." Ela tinha notado ele na aula. Qualquer um teria.Jessica ficou lá, incapaz de dizer algo mais. Mas pelo menos ela tinha parado de andar emdireção à mesa de Dess. Um olhar de preocupação cruzou o rosto dele. "Você quer se sentar?""Sim. Isso seria ótimo."Ele guiou Jessica a uma mesa vazia, no canto oposto ao de Dess. Sua tontura começou adiminuir. Ela, agradecida, largou sua mochila e o saco de almoço sobre a mesa, enquanto sesentava."Você está bem?" Jonathan perguntou. Jessica piscou. A cafeteria tinha voltado ao seu normal: barulhenta, caótica, e um pouco fedida, mas não mais uma montanha russa. Sua desorientação tinha desaparecido tão de repente quanto tinha chegado. "Muito melhor.""Você pareceu como se fosse tomar um tombo.""Não, eu... Sim, talvez. Semana difícil." Jessica queria adicionar que ela geralmente não agia como um zumbi em frente a caras bonitos, mas de algum modo não podia descobrir aspalavras certas. "Eu acho que só preciso comer.""Eu também."Jonathan virou sua sacola de almoço, derramando os conteúdos sobre a mesa. Uma maçarolou perigosamente perto da beira da mesa, mas ele a ignorou. Ela parou por pouco de cair aochão. Jessica levantou uma sobrancelha enquanto ela via a pilha de comida dele. Ela incluía três sanduíches, um saco de fritas, uma banana, e um copo de iogurte e mais a maça instável. Jonathan era magro como um comboio. Uma fome de comboio. Ele agarrou umsanduíche da pilha, puxou o plástico que o envolvia, e o rasgou. Jessica olhou para seu próprio almoço, como sempre, seu pai tinha estado entediado noite passada e criado algo elaborado. Queijo ralado, carne moída, alface picada e tomate, todos ocupados em seus próprios cantinhos da divisão do recipiente. Um par de tacos duros era visível através do plástico de outro recipiente. Os tacos já estavam quebrados. Jess suspirou e abriu os recipientes, atirando todos os ingredientes e começando a misturá-los.
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MIDNIGHTERS - A Hora Secreta
Teen FictionO dia não tem apenas 24 horas. Ao menos não em Bixby, uma cidadezinha no Oklahoma. Lá, à meia-noite, coisas muito estranhas acontecem: o tempo para, e ninguém se move... Ou quase ninguém...