09h:28min - MARCAS DA MEIA NOITE

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  Beth estava em boa forma na manhã seguinte, no café da manhã."Mãe, Jessica estava espreitando dormindo noite passada.""Andando dormindo?""Não. Espreitando dormindo. Ela estava se arrastando pelo meu quarto, me espreitandoenquanto eu estava dormindo."Os pais de Jessica olharam para ela, levantando suas sobrancelhas."Eu não estava te espreitando", Jessica disse. Ela mergulhou seu garfo nos huevosrancheros – queijo e ovos – que o pai tinha feito, desejando que este tópico da conversa nãorendesse muito. Ela deveria saber que Beth não se manteria calada sobre sua visita noitepassada.Quando Jessica olhou para cima, todos ainda estavam olhando para ela. Ela encolheuseus ombros. "Eu não conseguia dormir, então eu fui ver se Beth estava acordada.""E para dar um pequeno discurso", Beth disse.Jessica sentiu seu rosto corar. Sua irmãzinha sempre descobria instintivamente a rota paraa vergonha máxima. Ela queria que cada fato desconfortável estivesse a par do conhecimentopúblico. Cada momento embaraçoso precisava desesperadamente de seu comentário."Um discurso?" Seu pai perguntou. Ele se sentava do outro lado da mesa em uma de suascamisetas de dormir. A camisa estava adornada com o logotipo de alguma companhia desoftware que ele costumava trabalhar, as cores brilhantes apagadas. Seu cabelo estavabagunçado, e ele não vinha se barbeando há alguns dias.A mãe estava comendo em pé, já vestida para trabalhar em um terninho, o colarinho desua blusa cegantemente branco, em uma cozinha iluminada pelo sol. Ela nunca tinha se produzido esse tanto para trabalhar em Chicago, mas Jessica apostava que ela estava tentandoimpressionar seus novos chefes. A mãe nunca trabalhou no sábado antes, também."Por que você não podia dormir?"Jessica percebeu que não tinha jeito de contar a verdade a ninguém. Antes que elatomasse banho naquela manhã, as solas de seus pés tinham estado quase pretas, muitoparecido com os pés de alguém que tinha caminhado um quilômetro no asfalto, descalço. Suasmãos ainda tinham apagadas marcas vermelhas nas palmas, e ela tinha uma escoriação na mãoonde o slither tinha mordido.É claro, havia ainda a reduzida chance que tudo isso tivesse sido um sonho, completo coma andança e escalada da cerca, dormindo. Ela estaria checando aquela possibilidade em algumashoras."Jessica?""Oh, desculpe. Eu acho que eu estou cansada hoje. Eu venho tendo esses sonhosesquisitos, desde que nos mudamos. Eles me acordam.""Eu também." O pai disse."Sim, pai", Beth disse, "mas você não vem até meu quarto e me faz pequenos discursos."Todos os três olharam para Jessica com expectativa. Beth sorrindo cruelmente.Normalmente Jessica teria feito uma piada ou saído da sala, qualquer coisa para escaparda vergonha. Mas ela já tinha mentido sobre a razão de ela não poder dormir. Ela decidiu fazer aspazes no departamento da verdade."Eu só pensei em dizer a Beth", ela disse hesitante, "que eu sabia que se mudar foi duropara ela. E que eu estava aqui para ela.""Isso é tão podre", Beth disse. "Mãe, diz a Jessica para não ser tão podre."Jessica sentiu os dedos de sua mãe levemente na sua nuca. "Eu acho que isso foirealmente doce, Jessica."Beth fez um ruído de ugh e escapuliu da cozinha com seu café da manhã. Os sons dedesenhos animados vieram da sala de estar."Isso foi muito maduro da sua parte, Jess." O pai disse. "Eu não fiz isso para ser madura""Eu sei, Jessica", a mãe disse. "Mas você esta certa – Beth precisa de nosso apoio agoramesmo. Continue tentando."Jessica deu de ombros, ainda um pouco embaraçada. "Claro.""A propósito, eu tenho que ir", a mãe diz. "Eu vou experimentar o túnel de vento estatarde.""Boa sorte, mãe.""Tchau, queridos.""Tchau", ela e seu pai disseram juntos.No momento que a porta da frente tinha se fechado, eles levaram seus cafés da manhãpara frente da tv. Beth patinou para um lado do sofá para Jessica, mas não disse uma palavra.No primeiro intervalo dos desenhos, Beth pegou seu prato vazio para levá-lo, hesitou, eolhou abaixo para o prato de Jessica."Você terminou?"Jessica olhou para cima. "Yeah..."Beth se agachou e empilhou o prato de Jess com o seu próprio, então os carregou,sacudindo em suas mãos, para a cozinha.Jessica e seu pai trocaram olhares surpresos.Ele sorriu. "Eu acho que ser podre funciona às vezes."Uma hora depois o pai decidiu ser o sr. Responsável. Ele ficou de pé e se alongou, entãocolocou a tv no mudo. "Então, vocês duas vão terminar a arrumação as malas hoje, certo?""Sim, claro", Beth disse. "Vai levar o dia todo.""Nós deveríamos deixar alguma coisa pronta antes que sua mãe chegue em casa", o paidisse."Na verdade", Jessica disse, "eu tenho que ir a um museu no centro da cidade. O museuda era Clovis ou algo assim. Trabalho de casa." "Trabalho de casa, já?", o pai perguntou. "Nos meus tempos eu não recebia nenhumtrabalho na primeira semana. Nós só tínhamos que fazer um pouco o que queríamos por umtempo, então eles lentamente nos reintroduzia ao conceito de trabalho.""Então não mudou muito para você, não é, pai?" Beth disse.O pai deu seu novo suspiro derrotado. Ele não se colocava mais em um briga com Beth.Jessica a ignorou. "De qualquer jeito, pai, não é muito longe. Eu acho que vou de bicicleta."As ruas e a casa da noite passada ainda estavam lá, reconhecíveis a luz do dia. Ela olhouseu relógio. Sem chance de estar atrasada – ela ainda tinha uma hora para chegar ao Museu deClovis.Haviam tantas perguntas em sua mente. O que eram os Darklings e os slithers, e de ondeeles vinham? Como Dess tinha assustado a pantera gigante com uma calota? Por que Jessicanunca tinha visto a hora azul antes de vir para Bixby? E a propósito, como Rex e suas amigassabiam sobre essas coisas?Jessica pedalou lentamente, retraçando seus passos por partes, onde tudo tinhaacontecido na noite passada. A rota de sua casa para a rua onde ela tinha visto pela primeira veza pantera era a parte mais vaga em sua memória. Ela tinha estado seguindo o gatinho-slither daKerr e Division e, daqui, do local onde o carro congelado tinha estado.É claro, ele se foi agora. Jessica tentou imaginar ele pulando de repente em movimento,enquanto a hora secreta terminava, a motorista calmamente continuando estrada abaixo, comose nada tivesse acontecido. Não havia marcas na rua, nenhuma calota queimada, nada paramostrar que uma luta tinha tomado lugar ali, há apenas onze horas atrás.De lá ela traçou seu caminho de volta, se lembrando claramente do caminho que ela tinhafeito enquanto a pantera a estava seguindo. Ela descobriu um beco estreito e foi por ele, para acerca do quintal, que ela tinha escalado e escapado por ela. Jessica não ia escalá-la de voltadurante o dia, e o pensamento de estar em pé no mato alto ainda fazia ela nervosa, então elacirculou em torno da rua para o outro lado da casa.O velho salgueiro dominava a quadra, como um guarda-chuva gigante encobrindo o sol.Jessica desmontou e caminhou com sua bicicleta sobre o gramado malcuidado até a árvore. Naescuridão abaixo de sua sombra ela viu três riscos cinzelados no tronco, as marcas da pata dapantera gigante.Sua pele formigou, enquanto ela traçava os cortes com um dedo trêmulo. Era mais do queum centímetro de profundidade, tão largo quanto seu polegar. Seu dedo voltou pegajoso. Ela brincou com o traçado de seiva entre seus dedos, percebendo que a árvore tinha sangrado aoinvés dela."Desculpe por isso", ela disse suavemente ao salgueiro."Hei!"Jessica pulou, procurando ao redor a voz."O que você está fazendo na minha grama?"Ela viu um rosto na janela da casa decrépita, mal visível através da luz refletida da telaantimosquitos."Desculpe", ela falou. "Só olhando a árvore." Ok, Jessica pensou, aquilo soou esquisito.Ela empurrou sua bicicleta de volta para rua e subiu nela, fazendo sombra em seus olhoscom uma mão por um momento, enquanto ela olhava de volta. O rosto tinha desaparecido, masJessica reconheceu uma estrela de treze pontas na placa pregada perto da porta. Dess tinhaestado certa: elas estavam em toda parte de Bixby.E uma velha surgiu da casa, usando só um robe fino agarrado a sua frágil estrutura nabrisa leve. Ela estava segurando alguma coisa contra o peito, um objeto longo e fino que brilhavaao sol."Fique longe da minha casa", a mulher gritou em uma voz maior que seu corpo minúsculo."Ok, desculpe." Jess começou a pedalar se afastando."E não volte hoje à noite também", um grito final a seguiu pela rua.Voltar hoje à noite? Jess se perguntou enquanto ela pedalava. O que a velha queria dizercom isso?Jessica balançou sua cabeça, olhando seu relógio. As marcas na árvore provavam que ahora secreta era real. Ela tinha que encarar o fato de que algo realmente tinha tentado matá-lanoite passada. E ela tinha de descobrir um jeito de se proteger antes que a hora azul viesse denovo.Jessica pedalou rápido em direção ao centro.Ela odiava estar atrasada.  


MIDNIGHTERS - A Hora SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora