O PRÍNCIPE E O LADRÃO®: Um reino, uma floresta e um destino (LIVRO I)

CAP.: 15 - O PRÍNCIPE DO SOL

"Eu já não acreditava na ideia de almas gêmeas, ou amor à primeira vista. Mas eu estava começando a acreditar que umas poucas vezes em sua vida, se você tiver sorte, você pode encontrar alguém que é exatamente o certo para você. Não porque é perfeito, ou porque você é, mas porque suas falhas combinadas permitem que dois seres separados formassem um só."

(Kaius Cruz)

*Por Lunna

4 anos depois...

    Haviam se passado quatro anos desde aquela terrível tempestade que matou meu pequeno Raphael, hoje é o dia de seu aniversário, se estivesse vivo estaria com seus oito anos de idade, já seria um menino grande, ainda vivemos o nosso luto, a casa perdeu seu brilho e meu marido perdeu aquele brilho que tinha nos olhos... Kaleb, desde aquele maldito dia, nunca mais foi o mesmo, eu nunca mais fui a mesma. Ele passou um longo ano sem querer me tocar, e eu sabia, que no fundo ele achava que eu tinha uma certa culpa, pois fui eu quem deixou o nosso filho sozinho... mas se eu estivesse lá, seriamos dois mortos.

    Só depois de muito tempo, Kaleb resolveu voltar a me tocar... Ele não me tocava com o mesmo amor de antes, apenas cumpria com sua função de esposo e dormia. Ele meio que caiu em um mundo onde só existiam sombras e tristezas e eu quase fui junto...

Quanto a Raphael, bom, nem podemos enterrar nosso filhinho, pois seu corpo nunca fora achado, e isso me incomodou muito, pois todos os corpos foram encontrados, inclusive o da babá, que estava junto com ele dentro da carruagem.... Os rastreadores falaram que era muito possível, que ele tenha caído no rio e fora arrastado pela correnteza forte daquela época. Confesso que até dois anos atrás eu tinha muita fé em achar meu filho vivo, mas nada, nem um vestígio...

Eu queria muito ver Lilith e Baltazar, os lobos, os espíritos protetores de meu filho, mas infelizmente até hoje nós nunca os vimos... Kaleb acha que eles eram o elo que mantinha nosso filho vivo, e com a morte de Raphael, eles também devem ter morrido...

Ano passado, alguns de nosso rastreadores ouviram rumores de que alguém tinha visto próximo as florestas vermelhas ao sul do reino central, um menino de cabelos negros e olhos muito azuis, que andava montado em um lobo negro gigante, ele fora visto com um bando de ciganos. Kaleb quando ouviu isso, montou uma comitiva inteira de rastreadores e ofereceu verdadeiras fortunas para quem conseguisse uma informação a respeito do tal menino. Ele partiu, mas não deixou eu ir junto, ele volta dois meses depois para casa com nada, nem nosso filho, nem informações e pra piorar com o semblante mais triste ainda...

Finalmente, cansados de esperar por informações, e sempre sendo importunado por algum oportunista, querendo ganhar dinheiro, trazendo meninos treinados e com características muito parecidas com a do meu filho, mas o problema era que nenhum traziam a prova maior que precisamos e que ninguém sabia, a marca da lua nas costas e os lobos gigantes, Baltazar e Lilith. E dada tantas tentativas frustradas. Hoje, quatro anos depois, o rei John Micaelsus, declarou a morte oficial do herdeiro primogênito dos Petrovas.

Era pra ser uma cerimônia simples, só com as sete família reais, mas o povo amava muito a mim e ao meu marido, que como conselheiro real, já havia ajudado milhares de pessoas por todas as sete províncias, então milhares de pessoas vieram para celebrar o luto oficial pela morte do filho primogênito do conselheiro real. Até a rainha de Battori, que nunca saia das montanhas veio... E o que foi muito estranho, foi que ela, antes de partir, me disse que o tempo faria eu reencontrar meu filho... que era pra eu ter calma, pois a tempestade que o levou, seria a mesma que o traria de volta para mim... Outra coisa que me marcou a mim e a Kaleb, e que de uma certa forma trouxe paz aos nossos corações, foi o fato da rainha das montanhas deixar no ar, a possibilidade de meu filho está vivo... Kaleb não quis acreditar, entrou em negação total, mas eu resolvi me agarrar nessa ínfima possibilidade.