Primeiro dia de aula (Part.2)

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*NARRADOR*

Isabela, ao ver Priscila se expressar tão bem sobre o que havia lido, ficou impressionada; o mesmo foi ao ver João.

Isabela os achou muito inteligentes, nunca tinha visto ninguém tão inteligente quanto eles desde que se mudara para Brasil, eles foram os primeiros. Na sua cidade natal, Massachusetts, tinha muitos inteligentes, inclusive ela; no Brasil, já estava há quase dois anos, ainda estava adaptando-se, ao clima e a língua; assim que saia da escola, pela tarde, tinha aulas de Língua Portuguesa e Alemão. O pai de Isabela era natural da Alemanha, por isto o sobrenome Müller.
Os pais eram ricos. Tinham uma grande empresa de jóias; ambos os pais eram bem ocupados em reuniões com investidores, por isto viajavam bastante. Era única filha, ficava sob os cuidados da babá.

David Talyson, natural do Sul. Seu pai era um grande advogado da cidade, um dos melhores do Brasil; a mãe era uma bem sucedida socialite. Ambos os
os pais eram divorciados, por isto morava  com o pai e a madrasta. Nem tudo o que queria tinha, o pai tinha pouco tempo ao lado do filho, por isto tudo o que pedia ao pai, apenas dava-lhe dinheiro, e este se desinteressava e apenas guardava o dinheiro. Passava a maior parte do dia em casa, na televisão, isto é, quando não estava na escola. Não gostava de estudar, com isto o pai criticava-lhe muito, ocasionando brigas contínuas. Assim que viu Priscila e João, soube que poderia contar com eles a lhe ajudar nos deveres escolares.

Eva e Ivo Gonzalez, naturais do México. Filhos de Juan Gonzalez, alguém muito temido na sua cidade; conhecido por suas artimanhas criminais, um mafioso. Casado com Thalía Perón, mãe de seus filhos. O grande mafioso trouxe os filhos para o Brasil em busca de refúgio ao lado dos avós maternos, pois estavam sendo ameaçados por causa do pai, que havia feito um desfalque de milhões de um bilionário, e este não sabendo de quem se tratava, transferiu o dinheiro para a própria conta. Quando soube quem era o tal bilionário, um mafioso tão perigoso quanto ele, temeu, estava sendo procurado. Trouxe as crianças para o Brasil e depois foi para Dinamarca com a esposa, onde tinha conhecidos. As crianças sabiam que o dinheiro do pai não era conseguido com trabalho, tampouco por esforço; mas evitavam ao máximo questionar o pai, pois o amavam muito, temiam o que poderiam ouvir; quanto a mãe, era serena, não concordava com os feitos do marido, e fazia um grande esforço para omiti-los aos filhos.

O dia findou-se, logo Priscila e João já esperavam pela condução escolar. No caminho de casa aproveitaram para conversar sobre os novos amigos, ficaram surpresos por terem feito 'amigos', foram para casa satisfeitos com o dia.

***

- O que acha de ir lá  pra casa amanhã, já que é sábado? - falou Priscila ao primo.

- Mas amanhã tem a Igreja. Lembra? - João não faltava um dia sequer nos cultos.

- Não quero ir João! Então até  segunda...

- Negativo! Você vai para a Igreja no sábado, e eu venho aqui para sua casa pela manhã nós poderemos estudar e depois vamos juntos pela tarde! - disse João, percebendo que a prima negaria, e continua: - e eu não aceito não como resposta!

- Afe, morango azedo! Eu vou sim... Mas não pense que será assim todo o santo sábado! Feio!

- Linda! Prima veja bem, não sei por que, mas você é  muito triste... - pigarreou um pouco e continuou - eu vou descobrir!

- Por favor, este assunto de novo não primo... Olha eu gosto de você e tal, mas para com essa conversa.

- Tudo bem, mas não vou desistir, sempre estarei com você...

Em seguida o silê ncio ganha espaço no ônibus escolar e Priscila torna a respirar, sentiu as bochechas queimarem, sentia vontade de contar ao primo. Tinha  necessidade de desabafar. Mas não podia contar a ninguém sua vergonha.

O Maravilhoso plano de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora