Culto no lar ( Part.2)

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Notas

Lembram-se de Suzana? A jovem no consultório de Fausto?

Esta linda jovem em nossa envolvente estória ou história,como acharem melhor, chama-se Suzana Lauritz. Uma médica quase residente. Quer saber mais dela? Continue acompanhando, rs.


Boa leitura! =")

***

* Suzana Lauritz on*

Sinto-me tão leve. Dei largos passos, entrei em desespero, perdi a compostura e decepcionei meu marido. Ele tinha de saber que eu o amava, mas eu não queria ir naquele lar de crianças abandonadas. Iria me lembrar o que eu quero muito esquecer. Talvez ele tenha pensado que eu era esnobe, pois não queria juntar-me a 'pequenos pobres órfãos', termo por ele empregado.

Muito pelo contrário, amo crianças. Amo sua inocência e vulnerabilidade. Tentei convencê-lo do errado e falar todos os meus sentimentos por crianças carentes, mas ele não acreditou em mim. Chamou-me de fútil e insensível, algo que me magoou profundamente.

A verdade é esta, não consigo olhar para crianças e adolescentes e não lembrar de mim em suas idades. Só de pensar em o porquê de elas estarem ali, me emociona em demasia. Talvez algumas estejam lá pelo abandono de ambos os pais, ou porque não poderiam criá-las com tamanha pobreza... Ou o fato de terem sido violentadas sexualmente...

Pyter, meu marido, não sabe. Nunca contei a ele. Quando o conheci, eu estava no colegial e ele terminando a faculdade. Éramos somente amigos, eu havia acabado de sair da casa de meu pai (meu pior pesadelo). Ficamos amigos por um ano, mais ou menos, e depois ele me confessou que era apaixonado por mim, e logo me pediu em namoro; e como eu sempre nutri um sentimento por ele eu aceitei.

Mesmo cheia de receios, traumas e lembranças um tanto recentes. Eu o aceitei em minha vida, em meu coração. Sempre disse a ele que eu queria me guardar para um marido, que eu queria casar-me casta. O que de fato eu era, casta, isto é, com 17 anos eu ainda era virgem.

E, quando eu menos esperava, com seis meses de namoro, Pyter me pediu em casamento. E claro que o aceitei. Em dois anos e meio nos casamos. Um lindo casamento, digno de uma princesa. Como eu morava na casa dos pais de minha amiga, não tinha dinheiro algum, ele mesmo economizou cada centavo para fazer nosso casamento e comprar nosso apartamento.

Pyter sempre me respeitou, nunca sequer perguntou sobre meus pais. Nunca me pressionou a nada. É cinco anos mais velho que eu. Eu o conheci por intermédio de minha amiga, quando eu ainda estava no ensino médio. 

Hoje ele está viajando. Talvez eu tenha ocasiondo sua viajem repentina. Ele já não me suporta. Tenho sido um peso para ele, ele não me compreende como antes. Mas eu o amo, e o entendo. Sua viajem era a trabalho, ele é médico anestesista, e tem viajado muito para criar novos tipos de anestesias. E eu tenho ficado só em casa, ele mal me liga. E isto está me matando.

Ontem, sexta feira, fui em busca de ajuda com um profissional da psicologia. Minha amiga me indicou, disse que o marido dela tinha o TOC (transtorno obsessivo compulsivo), e se curou em semanas.

Eu fui até ele. Muito envergonhada por contar problemas pessoais a um estranho e ainda por cima homem, mas ele me inspirou confiança, e contei. Fausto me disse coisas que nem pensava que existiam. Disse-me que eu era forte e já tinha vencido as barreiras. Disse também que eu deveria olhar, contemplar o mundo com olhos de amor e piedade, que se eu continuasse a fugir, não iria a lugar algum. Nessas poucas horas que se passaram tenho refletido muito, consequentemente respirado mais.

O Maravilhoso plano de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora