Sucessora da máfia - finalizado

Capítulo 16

   Daniel faz uma Lasanha de Camarão para nós dois e enquanto esperávamos, ficamos conversando.  Eu, sentada no balcão americano e ele na minha frente. De repente me lembro: A festa!!

- Dani, você ainda vai comigo à festa lá da sala hoje?

- Você quer mesmo ir comigo? E aquele seu namoradinho lá? 

- O Bernardo não é meu namorado! Não é nada meu. E eu quero que você vá - Sorrio.

Ele me abraça. - Então vamos sim.

- Certo! Vou retocar a maquiagem rápido aqui ta? 

- Você é linda de qualquer jeito. 

Sorrio, solto um beijinho no ar e corro para o meu quarto. Dou uma arrumada rápida no meu cabelo e retoco a maquiagem, passando um batom mate escuro.

Desço e o cheiro de comida deliciosa me toma. Quando entro na cozinha, vejo que Daniel preparou a mesa e está sentado me esperando. 

- Demorei muito? Af tô morrendo de fome! - Sento à mesa e espero ele servir meu pedaço.

- Não, você não precisa de muito pra ficar perfeita.

Fico vermelha e sibilo um agradecimento, e ele dá uma risadinha da minha vergonha.

- Agora vamos ver se você sabe cozinhar - rio e provo um pedaço- Hmmmmm,  que delícia!! Meus parabéns hein? Quais os seus outros dons que eu não conheço?

Daniel ri e agradece. 

Depois do jantar, pego minha bolsa e vamos para o carro dele. Pego meu celular e tem uma mensagem de Pedro dizendo que não pode ir para a festa porque vai sair com uma gatinha. Pedro sendo Pedro, rio comigo mesma. Digo o endereço da casa de Logan para Daniel e em menos de 10 minutos já estamos lá.

Ele desce e pede para eu esperar, então vai até o meu lado e abre a porta pra mim!

Oi? Quem faz isso no século XXI? Mas tudo bem, foi tão fofinho. Como nunca enxerguei esse lado do Daniel? Para mim ele era só um colega de trabalho...

Eu desço e caminhamos em direção a porta. A festa parece bem animada: Muitos gritos e música alta. Está tocando Hotline Bling, do Drake. 

- Até que essa festa deu gente hein? Achei que era só o pessoal da minha sala... - Digo enquanto reparo nas pessoas na piscina, mesmo que sejam 10 horas da noite, gente se agarrando nas paredes, no sofá, ou no chão mesmo. Meu Deus!

Logo vejo a Bruna, o Logan e o... Vinicius? Oi? O que ele ta fazendo aqui?

Eles estão na bancada da cozinha pegando mais bebidas e conversando,  vou até lá com Daniel.

- Salve,  galera!

- Malu! A gente achou que você não vinha mais - disse Logan enquanto virava mais vodca em seu copo.

- Só me atrasei um pouquinho - Sorrio para Daniel. - Então... Vini e Bruna? 

Ela olha pra ele com vergonha e sorri. 

- É... - ele responde - A gente começou a conversar quando ela ainda estava no hospital, mas a gente começou a sair por esses dias...

Sorrio para os dois. - De qualquer jeito, aprovo o casal.

Bruna quase morre de vergonha e Vini disfarça mexendo a bebida em seu copo, provavelmente uma mistura de vodca e energético. Percebo que dei um fora. E dos grandes.

Quem nos tira do silêncio mortal é Daniel:

- Iai? Vamos jogar ou não? Uma festa não é uma festa sem jogos. 

Sentamos no chão da sala e começamos a jogar  "Quem falar 'não' toma!".

Bernardo não veio a festa. Deve estar se agarrando com aquela vagabunda, se bem que foi mais que merecido aquele chega pra lá que ele deu nela!! Daniel passa o braço pela minha cintura e me olha como se perguntasse 'Tudo bem?', sorrio para ele em resposta.

 O jogo é mais ou menos assim: Senta-se em uma roda com amigos, cada um com seu copo, e o primeiro começa a perguntar a qualquer um da roda. Por mais imbecil ou comprometedora, em hipótese nenhuma você pode falar a palavra NÃO. Quem falar, toma.

Vinicius começou a brincadeira, e depois disso eu não lembro muita coisa.

Só sei que fui carregada por Daniel até seu carro. Depois me lembro de abrir os olhos e já estar no meu quarto, mas ouvi um barulho e me virei foi aí que vi o Daniel falando ao telefone e... revirando as minhas coisas? Ele estava revirando minhas gavetas como quem procurava alguma coisa. Aí eu apaguei novamente.

Acordei no meio da noite e levantei para ir ao banheiro. Pego meu celular e ele tem um monte de notificações, não tenho cabeça para isso agora então simplesmente ignoro-as.

Num ímpeto ligo para Bernardo. O telefone começa a chamar e eu me assusto me perguntando o que eu vou falar se ele atender. Por que eu estou ligando? Chama três vezes e quando eu acho que ele não vai atender, ele atende.

- Malu? Tá tudo bem? Por que você ta me ligando a essa hora? 

Deito em minha cama e olho o relógio: 03:47 da madrugada.

- Desculpa, não sei porque te liguei.

- Saudades? - Ele brinca.

Nem penso quando digo: - Senti sua falta na festa... Eu sinto sua falta.

Ele não responde nada, acho que vou começar a chorar de vergonha. E, como se não bastasse o mico que já estou pagando, fica pior.

-Bernardo,  eu queria te dizer uma coisa...  Eu acho que... eu te... - Não consigo terminar a frase, simplesmente não consigo. E depois de uns 30 segundos de silêncio desligo. Pra quê eu fiz isso? Ai, que vergonha!

Estou tão cansada que durmo num piscar de olhos. Como vou encarar Bernardo amanhã?