Capítulo 21

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- Eu seria o sucessor de Juan, eu seria o chefe de toda a máfia do Rio de Janeiro, se não fosse por você, idiota. Se você não tivesse chegado "em busca de aventuras" e conquistado o Juan de primeira, sem ao menos saber quem ele era de verdade. 

- Eu não tenho culpa se Juan preferiu a mim como sua sucessora. - digo como defesa.

- Não me importa! - ele grita - Sabe... eu já tinha tentado acabar com você, mas você até que é bem difícil de matar. Lembra de quando você bateu o carro? Era eu no outro carro.

Mas o que diabos???

- Seu filho da puta, você quase matou minha amiga!

- Ai eu percebi que me aproximar de você faria meu trabalho mais fácil. Eu poderia achar evidências contra você - lembro de uma visão que tive quando estava bêbada, eu vi Daniel mexendo nas minhas coisas, achei que tinha sido algum tipo de sonho louco - e, poderia acabar facilmente com você, na hora que eu quisesse.

- Você é um monstro!

- Dinheiro, bebê, money. Faz qualquer um fazer qualquer coisa. Mas agora vamos a parte final da minha vingança, sua morte - ele olha para Antonio - e depois eu decido o que fazer com você, policial.

Daniel mira em minha cabeça.

- Uma pena que tenha que terminar assim, não é? Você até que é gostosinha, queria ter aproveitado antes. 

E ai tudo é um borrão. Ouço um tiro, caio no chão, não sei dizer se me acertou ou não. Quando abro os olhos, tudo que vejo é preto... ue, não deveria ser uma luz branca? Sabe aquelas histórias de que quando você morre vê uma luz branca e sua vida passa pela sua cabeça? Porque a minha é preta? 

Mas ai tudo clareia um pouco e vejo duas sombras brigando e uma sentada no chão. Três? Só tinham duas pessoas aqui além de mim.... e ai a luz preta volta.

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- Malu? Malu, amor?

Abro os olhos meio grogue ainda. O que tá acontecendo aqui? Essa voz é familiar.

- Malu! Ufa, você tá viva.

- Bernardo? O que diabos você tá fazendo aqui?

- Ah, depois eu explico, vamos sair daqui logo, vem.

Ele me ajuda a levantar e eu olho em volta. Daniel esta caído no chão, aparentemente inconsistente. Parece que ele e Bernardo brigaram.

- Cadê Antonio?

- Ele está no carro, esperando a gente. Eu estanquei o ferimento dele, e a gente tem que ir logo porque mesmo que o seu seja menor já que só pegou de raspão , temos que parar o sangramento.

Olho para meu braço, a dor lancinante me atinge e, se não fosse por Bernardo estar me apoiando para conseguir andar, eu já estaria no chão. Como eu não senti isso antes? 

- Calma, vamos para um hospital. Só que tem que ser longe daqui pra não levantar suspeitas.

Como eu vou aguentar até lá?? 

- Bernardo, eu preciso pegar as minhas armas. Não posso sair assim. Elas estão com as minhas digitais, vou ser incriminada. 

Ele me ajuda a voltar e pegar a metralhadora. Nesse momento, Daniel puxa Bernardo para baixo e encosta uma faca em seu pescoço.

- Eu não consegui matar você, mas eu vou tirar tudo o que você tem, Maria Luiza.  - Daniel diz com uma voz rouca.

Sem pensar, simplesmente miro a metralhadora na cabeça de Daniel e atiro.

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- Malu... Malu, tá tudo bem. Vamos embora logo.

- Não tá tudo bem, eu matei dois homens hoje, Bernardo. Dois. Eu não quero mais isso de tráfico, eu não quero mais matar pessoas, essa não sou eu, eu não quero mais essa Maria Luiza.

- Só... vamos embora tá? A gente conversa sobre isso depois, sozinhos e bem longe daqui.

Caminhamos em direção ao carro, e eu aproveito que estamos no porto e jogo a arma no oceano. Não quero nem me lembrar de que já fiz parte disso.

Entro no carro. O irmão de Bernardo está no banco de trás com um pedaço de tecido amarrado em volta do seu ferimento no joelho.

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Abro os olhos e logo me localizo. Estou no hospital.  Tateio meu braço e encontro um curativo recém feito.

Bernardo entra no quarto  trazendo dois copos de café.

- Bom dia, gatinha. Como está se sentindo?

- Com fome, doutor Bernardo. - rio. - Como está Antonio?

- Ele está aqui ao lado. Os médicos acham que ele vai precisar de algumas sessões de fisioterapia, mas vai ficar tudo bem. E com você também.

- Obrigada, Ber. De verdade, você salvou a minha vida.

Ele sorri tímido.

- Malu, olha eu quero que você me explique isso tudo. 

- Eu vou te explicar, Ber. Mas agora não, tá bem?

- Certo. Vem cá, amor. - ele puxa minha cabeça contra seu peito.

Me aninho em seu ombro.

- Eu te amo, Malu

- Eu também te amo, encosto.


Sucessora da máfia - finalizadoOnde histórias criam vida. Descubra agora