A Notícia

564 46 20
                                    

Era noite de domingo, Hanna revirava-se na sua cama, aonde estava deitada, ouvindo música, seu coração estava apertado, os minutos pareciam eternos, ela sábia que seu melhor amigo estava a ponto de cometer uma loucura, sábia aquele "fica com Deus" dito na ultima mensagem dele poderiam ser suas ultimas palavras, nada poderia impedi-lo.

O relógio marcava 22:40, Hanna estava aflita, suas pernas bambeavam, seu telefone tocou.

-Alô- Disse Hanna quase em um sussurro, o medo em sua voz era quase palpável.

-Oi Hanna, sou eu Carlos, primo do Taylor- a voz de Carlos era serena, mas aquela calma agoniava a pobre garota.

-Está tudo bem?- Perguntou Hanna como se já soubesse a resposta.

-Eu sinto muito...- Isso foi tudo que Hanna ouvi, faltava-lhe o chão, era como se faltasse uma parte da pobre garota estava com o rosto todo avermelhado por conta do choro. Tudo que conseguiu fazer fora desligar o celular, e correr para o colo de seu pai, embora já tivesse 15 anos, Hanna sempre corria para o colo do pai quando estava triste, sabia que ele à acolheria sem perguntas e a deixaria dormir ali.

****************************

3 horas antes

Taylor deixou Hanna aos prantos do outro lado da tela, ele estava seguro do que faria e nada lhe mudaria a ideia, Hanna havia implorado para que voltasse e que cuidasse dela assim como sempre prometeu, mas dessa vez nem as chantagens emocionais de Hanna o impediriam. Ele sentia muito por deixá-la assim, mas era a única saída encontrada. Acelerou sua moto e saiu em direção ao local escolhido.

Ao chegar no mirante, Taylor estacionou sua moto e avaliou o transito na serra, sentou-se na grade de proteção, seus pensamentos vinham a tona, as lágrimas escapavam dos seus olhos, e vertiam como agua em uma nascente, a leve brisa do anoitecer balançava seus cabelos negros e o deixava com a pele pouco gélida, era difícil pensar em deixar seu irmão caçula, cujo ele amava tanto, sua melhor amiga e sua namorada. Tantos planos seriam deixados, tantas dores seriam sentidas.

Embora as cartas deveriam ser entregues, nada lhe garantia que tudo fosse feito conforme ele esperava, ele jamais suportaria ver Bianca, a sua namorada chorando e implorando para que ele não partisse, portanto decidiu não avisá-la do que ocorria, seu irmão era inocente e como ainda era criança ficaria bem aos cuidados da pessoa indicada, mas por outro lado Hanna estava destruída, ele não sabia esconder nada dela, ele à fizera prometer que permaneceria até que ele voltasse para buscá-la.

Chegada estava a hora, não podia mais prolongar o que já estava decidido, Taylor colocou seu capacete, embarcou na moto e pôs-se a descer a serra. A velocidade lhe acalmava, o vento em seu rosto trazia paz e quietava o coração.

O velocímetro marcava 110km/h, seu coração pulsava forte e acelerado, o trafego de veículos era intenso principalmente no sentido contrario. Em pouco tempo Taylor alcançou a ante penúltima
curva, reduziu a velocidade 85km/h assim como havia prometido a Hanna. Ao terminar a curva ele acelerou, estava chegando o momento, era preciso coragem e cuidado para que ninguém alheio se senti-se culpado pela tragédia. Novamente olhou para o velocímetro que agora marcava
130km/h, aquela era a hora.

Fim da penúltima curva. Alta velocidade. Ultrapassagem perigosa. Caminhão no sentido contrario.

...

Taylor acertaria em cheio o caminhão, mas não seria justo alguém sentir-se culpado pelo suicídio de um desconhecido, que nem seria julgado como um suicídio e sim como apenas mais um acidente de trânsito. Em um movimento rápido Taylor desviou do caminhão e chocou-se contra a parede de pedra que cercava um lado da pista.

Onde Você Está?Onde histórias criam vida. Descubra agora