Ao ter consciência de que Taylor não havia comprado as flores recentemente, e sim, antes do seu suicídio, Hanna saiu correndo da floricultura, as lagrimas jorravam de seus olhos como água em uma cachoeira. Hanna corria com as mãos tampando o rosto, ela sentia seus olhos queimarem, novamente um vazio dentro de si. Andou sem direção, como folha seca levada pelo vento. Quando Hanna deu- se por si, e já mais calma, constatou que estava próxima ao cemitério, o qual estava à sepultura de Taylor. Hanna andou mais algumas quadras até encontrar as grades de ferro que cercavam o cemitério. A garota tinha o rosto tão vermelho e inchado por conta do choro quanto seus olhos. Assim ela seguiu pelas alamedas de paralelepípedos até encontrar a sepultura preta na ultima ala. Instantaneamente Hanna pôs-se a chorar, suas lagrimas eram incontroláveis.
Aquele retrato gravado na lapide de porcelana, não parecia ser Taylor, Hanna custava a crer que aquele era o seu velho amigo de infância.
Como uma melodia compassada em sua mente, Hanna começou a cantar baixinho, uma de suas musicas preferidas, embora cantasse ainda com pesar.
"It's just another night
And I'm staring at the moon
Saw a shooting star and thought of you"
[É só mais uma noite
E eu estou encarando a lua
Vi uma estrela cadente e pensei em você]
"Sang a lullaby by the water side and knew
If you were here, I'd sing to you"
[Cantei uma canção de ninar na beira d'água e soube
Se você estivesse aqui, cantaria para você]
"You're on the other side
As the skyline splits in two
I'm miles away froom seeing you"
[Você está do outro lado do mundo
E a linha do horizonte se divide
Milhas distante de poder te ver]
"I can see the stars from America
I wonder, do you see them too?"
[Eu posso ver as estrelas da América
Eu me pergunto, será que você as vê também?]
"So open your eyes and see
The way our horizons meet
And all of the lights will lead
Into the night with me"
[Então abra seus olhos e veja
Os nossos horizontes se encontrando
E todas as luzes irão te guiar
Pela noite, comigo]
"And I know these scars will bleed
But both of our hearts believe
All of these stars Will guide us home"
[E eu sei que essas cicatrizes irão sangrar
Mas os nossos corações acreditam
Que todas as estrelas irão nos guiar para casa]
"I can hear your heart
On the radio beat
They're playing"Chasing Cars" and I thought of us"
[Eu posso ouvir seu coração
Pelo rádio, ele bate
Eles tocaram "Chasing Cars" e eu pensei em nós]
Sua voz falhava por vezes, enquanto as lagrimas insistiam a cair. A canção embora triste lhe trouxesse uma paz interior. O vento soprava calmo, refrescando sua face que estava queimando por conta do choro incessante, a leve brisa a envolvia como em um abraço aconchegante.
Lenta e gradativamente as lagrimas secaram, o choro cessara, mas Hanna sentia-se mal, sentia sua cabeça pesar, suas têmporas latejavam, a mesma não sabia quanto tempo se passara desde que deixara Lipe na escola. Hanna sentia dentro de si um enorme vazio, juntamente com a culpa de que Taylor a deixara por sua própria culpa.
Seus dedos longos e finos, passavam novamente pela lapide com as letras em relevo, lentamente fora analisando o sepultura e reparara que a mesma estava trincada, e o que não fora de importância para Hanna.
Logo a jovem sentiu a presença de alguém lhe fitando, o medo tomou conta de seu corpo. Rapidamente Hanna virou-se para saber de quem se tratava. Atrás de si, estava Carlos, o qual a abraçou solidariamente reconfortando-a.
- Esta tudo bem, Hanna. – Ele sussurrou.
Hanna assentiu em um gesto com a cabeça, lentamente Carlos segurou sua cabeça e a olhou fixamente em seus olhos que estavam vermelhos de tanto chorar.
Dentro do seu olhar, Hanna parecia perdida, sem duvidas havia ali o desespero e a dor. Aquele olhar de criança carente, despertava um desejo dentro de Carlos, o mesmo não queria aproveitar-se da situação, mas também seu instinto falava mais alto.
Carlos delicadamente usava seu polegar para contornar os lábios de Hanna, lentamente beijando assim, em um beijo calmo e delicado.

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Onde Você Está?
RomanceUma amizade verdadeira deixa marcas pela vida inteira de quem a viveu, erros são comuns, e geralmente perdoados. Taylor e Hanna sempre compartilharam suas dores, perigos, lágrimas, e também assim como toda amizade suas paixonites, e momentos bons, o...