Após a terrível conversa com Felipe, por SMS, Hanna pediu que ele fosse ficar com ela em sua casa, e ele aceitou prontamente, pois sua mãe jamais cuidou dele, e também não se importou quando ele avisou que ficaria um tempo na casa dos Albuquerque, ela apenas disse que não aceitaria reclamações, então ele teria que se comportar. A tarefa de cuidar do irmão em todos os sentidos sempre foi de Taylor, ajudado por Hanna, e sua namorada Bianca. Quando o pequeno garoto chegou a casa ele e a garota chorara copiosamente abraçados, juntando suas dores pela perda daquele que era o melhor companheiro dos dois. Hanna saia que ele precisava muito dela naquele momento da vida, e decidiu ali que faria de tudo para proteger Felipe, conforme o amigo tinha lhe pedido em carta.
Os dias foram passando tranquilos para o mundo, mas aflitos para Hanna que sentia falta do amigo de todas as horas. Numa terça feira de pouco sol, mas muito quente, já no começo da tarde palmas foram ouvidas no portão da frente da casa. Hanna foi atender pensando que era Felipe que tinha perdido a chave, mas foi surpreendida ao ver Bianca diante de si. É certo que foi uma grata surpresa, pois elas eram amigas de longuíssima data.
- Bi, que bom que você apareceu, eu sei que preciso me desculpar por não ter te procurado.
- Nada disso, você não precisa amiga, eu mesmo tenho evitado sair de casa, depois do que aconteceu. E sei que está cuidando do Lipe. O Taylor deve estar muito feliz por isso.
- É verdade, mas o Lipe é um amor, sempre foi como meu irmãozinho. Nosso na verdade. – Ela fechou o portão atrás da amiga – Mas vamos conversar lá dentro. O Felipe foi brincar na casa de um amiguinho. Estamos apenas nós aqui.
Elas entraram na espaçosa sala de estar da casa de Hanna.
- Amiga, é bom que ele não esteja aqui, pois vim por um motivo bem sério.
- Diz de uma vez mulher. O que houve?
- Isso!
Bianca estendeu uma folha de sulfite um pouco amassadas, e que claramente tinha recebido gotas de lágrimas. Hanna não precisou pegar na carta para saber do que se tratava, era claramente a letra de Taylor um pouco borrada. Então Bianca tinha recebido uma carta também, mas restava saber o que estava escrito ali.
- Posso ler?
- Deve amiga! – Bianca disse já com os olhos mareados
Hanna pegou o papel, e começou a ler em todas as palavras lágrimas iam brotando em seus olhos. Quando terminou precisou de alguns segundos para conseguir encarar o olhar choroso da amiga. E olhando nos olhos dele disse:
- Ele quer que eu lhe conte, minha duvida é se você quer mesmo saber disso, pois a partir de então estará em perigo constante.
- Eu quero saber, preciso saber.
- Então se acomode, pois a história é longa e dolorida.
- Pode começar.
- Você se lembra daquele acampamento que eu e o Taylor fizemos com nossas famílias, quando éramos bem pequenos? – A amiga acenou positivamente – Naquela época eu tinha sete anos, e não tinha qualquer preocupação a não ser correr e brincar com meu melhor amigo. Mas já naquele tempo um grande mal nos rondava, sem que soubéssemos. Tudo estava perfeito os dias ensolarados, o lago uma delicia, e brincamos a vontade. E ao anoitecer todos nós estávamos mortos de sono e cansaço, então crianças e adultos se retiraram para dormir cedo. Você sabe da parte que eu dormi sozinha em minha barraca nova, porque a mãe do Taylor não quis deixar que ele ficasse comigo, o que você não sabe é que no meio da noite, um dos homens que estavam ali, se esgueirou até minha barraca, que ficava um pouco afastado das outras. Eu acordei quando ele entrou na barraca, mas não desconfie de nada, afinal estávamos todos acampando juntos, só entre amigos. Pensei que ele tinha ido ver se eu estava bem, ou me dar algum recado dos meus pais, mas ele tinha outros planos, e quando dei por mim, ele estava tirando minha roupa, e me mandando ficar quieta, mas eu estava assustada, sem entender porque ele fazia aquilo, simplesmente eu não conseguia ficar quieta, então ele me fez desmaiar colocando algo no meu nariz. Na manhã seguinte acordei nua, dolorida e sentindo como se toda a alegria do mundo tivesse sido arrancada. Eu ia contar para os meus pais, mas antes disse para o Taylor, e aquele monstro descobriu, e nos ameaçou, e as nossas famílias. E ai começou o nosso martírio, sempre assustados, sempre ansiosos, e com medo.
- Hanna que coisa horrível... Quem fez isso?
- Steven
-O seu tio Steven?
- Ele não é meu tio, é um mostro que vem abusando de mim, desde os sete anos de idade. Que torturou por todo esse tempo de mim e do Taylor, ao ponto dele não suportar mais, e tirar a própria vida, por não ver uma saída para essa situação.
- Então meu namorado tirou a própria vida mesmo? Por não suportar esse fardo que esse monstro colocou sobre vocês?
- Eu mesmo já pensei e tentei tirar minha vida varias vezes, mas nunca tive sorte.
- Amiga, sinto tanto por vocês... Porque o Taylor não dividiu isso comigo?
- Não chora amiga, acho que ele quis te poupar, mas deve ter achado que agora sem ele aqui, eu precisaria de alguém para me apoiar. Mas não por muito tempo, pois estou decidida enfrentar o Steven.
-E como fará isso?
- Espere e você verá amiga... Você verá.
"Hanna, Hanna... Hanna, Hannaaa... Eu posso ir ao parque com os meninos?"
Felipe entrou chamando já do quintal, tirando a atenção delas da conversa tensa que acabavam de ter a pouco.
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Grata ao rodrigox5504
Pelo enorme apoio nesse capitulo, pois sem ele o capitulo nem sairia.
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Onde Você Está?
RomanceUma amizade verdadeira deixa marcas pela vida inteira de quem a viveu, erros são comuns, e geralmente perdoados. Taylor e Hanna sempre compartilharam suas dores, perigos, lágrimas, e também assim como toda amizade suas paixonites, e momentos bons, o...