Mar de Lágrimas

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Hanna sentou-se sobre o túmulo de mármore, suas lágrimas eram incontroláveis, sua visão turva olhava para a lápide de bronze onde constavam uma foto de um menino moreno com um sorriso simpático e palavras em alto relevo:

E me lembro de você
Dias assim, dias de chuva, dia de sol
E o que sinto não sei dizer
Vai com os anjos, vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade, até a próxima vez.

Taylor Maziero

21/03/1997

26/01/2014

As lágrimas de Hanna rolavam sobre sua face borrando a maquiagem. Em seus fones de ouvido uma voz cantava:

And it seems to me you lived your life

Like a candle in the wind

Never knowing who to cling to

When the rain set in

And I would have liked to have known you

But I was just a kid

Your candle burned out long before

Your legend ever did

Loneliness was tough

The toughest role you ever played

(E me parece que você viveu sua vida

Como uma vela ao vento

Sem saber onde se agarrar

Quando a chuva chegava

E eu adoraria tê-la conhecido

Mas eu era só um garoto

Sua vela queimou muito antes

Da sua lenda se apagar

A solidão era difícil

Foi o papel mais difícil que você encenou)

Em meio aos soluços Hanna retirou do bolso uma papel com letras corridas e começou lê-lo, sua voz era quase um sussurro em meio aos soluços, pouco tempo depois Hanna deitou-se sob o túmulo, o sol estava se pondo, todas as tardes ela e Taylor iam ver o pôr do sol neste mesmo cemitério, mas agora somente Hanna estava ali de corpo presente, o vento sobrava seus cachos loiros e sua face avermelhada por tantas lágrimas. Era hora de partir, Hanna retirou da bolsa uma fotografia onde ela encontrava-se fazendo uma careta e deitada  sobre Taylor, este estava deitada de bruços em um gramado, com um sorriso radiante e sincero.

Hanna deixou a fotografia sobre a lápide e sussurrou

-Taylor, meu anjo, siga a luz e saibas que te amarei eternamente- as lágrimas novamente rolavam sem pedir permissão.

Hanna sentiu a presença de alguém a vigiando, e antes de poder virar-se para ver de quem se tratava uma mão masculina tocou seu ombro.


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