Growing Up - Ed Sheeran Fanfiction (Concluída)

26.

// Listen to Make it Rain - Ed Sheeran //

Ed's P.O.V.

Estou num sítio completamente branco, nada mais do que branco e brilhante. A única coisa que vejo é um vulto ao longe, mas não consigo perceber o que seja. À medida que me aproximo e os meus pés pousam sobre nada, talvez algodão branco, consigo perceber que é a forma de uma pessoa... Mais uns passos e vejo os contornos típicos de mulher, mas ainda vejo um vulto preto. Tento correr para alcançar a sombra e vejo aquilo que desconfiava que fosse: uma mulher, de costas, também ela vestida de branco e com cabelos longos cor de caramelo.

Graças aos bigodes do Graham a fazerem comichão na minha cara acordo do meu sonho...

Parece que passei a manhã inteira a dormir... Nem se quer me mexo para tirar o Graham da cama...

De repente ouço alguém a tocar à porta e algo me diz que não devo abrir, mas como sempre tomo a decisão errada e contrario aquilo a que muitas mulheres chamam de sexto sentido...

Como adormeci vestido ainda com a roupa do dia anterior levanto-me logo sem que alguém tenha que me ver de boxers como já aconteceu...

Desço as escadas e espreito pelo olho mágico da porta. De repente tenho a sensação de que estou a delirar, doente de certeza absoluta! O que está ela aqui a fazer?

"Edi? Eu sei que estás aí..." isto tem que ser algum tipo de castigo divino... "É a Miranda, abre por favor..."

Fico completamente irritado e abro a porta pronto para lhe bater.

"Que queres de mim?"

"Olá... Eu só queria..."

"Vai à merda! Tanto tempo depois ainda não te cansaste?!"

"Edi, eu sei que tu ainda não me esqueceste e andas mal por isso..." esta mulher é completamente louca!

"O quê?" não resisto e tento inventar alguma coisa para ver se ela descola de uma vez por todas "Para tua informação, eu tenho outra pessoa!" Arrependo-me assim que digo isto porque com uma pessoa normal resultaria, mas a Miranda é completamente desequilibrada

"O quê?!" e aqui está a cara de louca "Como é que..? Não podes! Tu és meu! Meu!"

"Miranda, esquece de uma vez por todas que eu existo, desaparece da face da Terra, não voltes a aparecer nunca mais na minha porta!" Tento fechar a porta mas ela impede-me com o pé

"Tu e a tua nova amiguinha vão se arrepender e muito disto! Eu vou descobrir quem ela é! Depois não digas que não te avisei! Sabes qual foi a sorte do Wilson? Ter saído da cidade, caso contrário não era só o carro que ia para a oficina, talvez ele fosse para o hospital!"

"Sai daqui sua cabra doida!" Dou-lhe um chuto no pé e ela retira-o de imediato dando-me oportunidade para fechar a porta.

Quando é que vou conseguir ter uma vida normal?..

Victoria's P.O.V.

Antes de sair de casa não pensei que estivesse tanta gente na rua... Carros e filas por todo o lado... Nunca mais vou conseguir chegar a casa do Edward...

"Dylan? Achas que podemos falar?" murmuro a medo antes de entrar no gabinete dele. Tenho sempre a sensação de que vou encontra-lo com uma das... enfim... afinal para ele somos apenas fonte de rendimento...

"Claro." Dito isto abro a porta e vejo uma delas sair do colo dele. "Podes ir." Diz-lhe ele.

"Tinhas-me dito que estes encontros iam acabar..."

"Victoria, não me chateies! É alguma coisa importante?" não sei bem como, mas eu apaixonei-me por um homem assim, o mesmo que me aliciou com mundos e fundos e me estragou a vida... "Querida... Não me interrompeste para nada, pois não? Não me digas que estás com ciúmes das tuas... Colegas?.. Acho que lhes posso chamar assim..." Diz ele enquanto expulsa o fumo do cigarro e isto irrita-me tanto que lhe digo de uma vez o que tenho para dizer

"Dylan, eu estou grávida..."

A cara dele é indescritivelmente calma.

"E então? O que tenho a ver com isso?"

"Grávida de ti."

"Ahahahah" ele ri à gargalhada "estás a brincar, certo? Achas que eu acredito que no meio de tantos homens ias engravidar logo de mim?"

"Eu sei que é teu! Eu sei que é! Não pode ser de mais ninguém!"

"Tu és uma... Não puxes por mim! Tu sabes muito bem que pode ser de qualquer um!"

"Não pode!"

"E por que não?! Que eu saiba nenhum cliente gosta de usar preservativo e eu não vos forneço pílulas!!" a raiva na cara dele deixa-me completamente assustada...

"Porque... eu usava, ok? Eu usei sempre porque eles nem se apercebem muitas vezes, era até demasiado fácil enganá-los se queres saber, só não te enganei a ti!" não consigo mais e dou por mim a suster a respiração

"E agora queres o quê? Vais abortar e pronto! Fazes aquilo que as outras meninas fazem por aqui!"

"Eu não quero abortar, eu pensei que..."

"Tu não vais ter esse filho. Tenho-o dito."

Ouço o buzinar de um carro e os meus pensamentos desfazem-se como nuvens à passagem de um avião.

Arranco de forma abrupta e o carro dá um solavanco. Respiro fundo. Espero não me arrepender do que estou a fazer.

Ed's P.O.V.

Já passaram horas desde que a Miranda saiu daqui, já é de noite e chove torrencialmente. Agora só consigo pensar no que ela pode fazer se achar que eu estou mesmo com outra pessoa. O pior é que quando disse isto pensei imediatamente nela para ser essa mesma pessoa: na Victoria...

A única explicação é... Estou simplesmente apanhadinho por ela!.. a verdade é que desde que a vi na Sister Ray nunca mais deixamos de nos cruzar pelos motivos mais improváveis... Engraçado, quando as pessoas se encontram e reencontram por motivos inimagináveis dizemos sempre que não pode ter sido por acaso, que havia algum motivo para se cruzarem no nosso caminho. Mas parece que no meu caso a pessoa certa se cruzou comigo e não se considera assim... A pessoa certa...

Espera... Estão outra vez a bater à porta!

Desço apressadamente e grito

"Sai daqui sua louca! Já te disse que não quero nada contigo!"

Batem outra vez e eu vou de rompante, como é que a Miranda tem coragem de aparecer aqui outra vez?!

"Olha lá, mas tu ainda..." digo isto enquanto abro a porta mas arrependo-me imediatamente e só consigo dizer duas palavras "Tu?.. Porquê?.."

"Edward..."

Só consigo ver a Victoria por uma fração de segundo a aproximar-se de mim, desta vez com a cara mesmo em frente à minha e não de costas como no sonho que tive esta manhã, e assim que essa fração passa, sinto os seus lábios junto aos meus. Deixo de pensar onde estou, como estou, no que aconteceu ou deixou de acontecer... Não quero sequer saber por que razão ela resolveu vir. Abraço-a pela cintura e puxo-a contra o meu peito, fecho a porta atrás de si e encosto-a à mesma. O beijo continua, ou talvez já não seja o mesmo, não consigo perceber quantos já foram na realidade, mas isso não me afeta nada. De repente, os nossos lábios separam-se e ficamos assim, agarrados e a olhar nos olhos um do outro, estes olhos cinzentos e pestanudos... De repente e de uma vez só ela empurra-me para trás e invertemos as posições, sendo eu o encostado à porta. As minhas mãos deslizam pelo seu corpo sem que eu quase dê conta de como o fiz, sentindo apenas a sua blusa e os seus jeans, e num segundo sentindo a sua pele escondida pela roupa com que estava na última noite. Ela olha para mim de novo e não consigo deixar de apagar as luzes e leva-la até ao sofá. Num instante, a chuva, os problemas e as roupas desaparecem e somos só nos os dois...