Growing Up - Ed Sheeran Fanfiction (Concluída)

53.

Victoria's P.O.V.

A pesar de me sentir muito sonolenta consigo identificar as quatro paredes em que me encontro e relembro a entrada estrondosa na urgência do hospital.

A enfermeira que veio aqui disse que o médico ja vinha falar comigo, mas não me lembro de a ala de obstetrícia ser como esta...

Sinto-me inquieta, ainda que o meu corpo me diga para ficar imóvel. Porquê que ainda aqui estou? Vejo a luz do sol querendo iluminar mais e mais o quarto quando sei que dei entrada durante a noite!

Preciso de ver o Edward e a Wendy, quero saber como está o meu bebé... Quero saber se ainda aqui está...

"Menina Victória , podemos?" Uma voz claramente masculina pergunta. Ao ver a bata branca que sustenta assumo que seja médico e digo que sim a custo com a cabeça.

"Vic!!" Ouço o Edward que corre na minha direção.

Tem os olhos inchados, assim como a minha amiga Wendy, e eu já só tenho vontade de saber o que se passa!

Ele ajoelha-se mesmo ao lado da cama, agarra na minha mão com tanta força que queria dizer-lhe que parasse. Mas penso em como aquele desconforto do aperto em nada se deve comparar ao que ele de alguma forma sente, e não digo nada.

"Ainda se deve sentir um pouco fatigada" diz o médico "Mas é o efeito normal da anestesia"

"Fui anestesiada?" Pergunto confusa.

"Devido ao estado em que chegou achamos melhor que assim fosse..." Ele coloca as mãos nos bolsos da bata como quem se sente incomodado "Já lhes contei um bocadinho da história," ele introduz cúmplice com o meu namorado e minha amiga"Mas agora preciso de contar mais, e a Victoria vai decidir o seguimento..."

"Está a assustar-me, doutor..." digo com a voz bastante mais clara que há pouco e faço a pergunta "Ainda estou grávida?" A força do Edward na minha mão é  maior e vejo a Wendy a abrir tanto os olhos que dá para ver que estão quase tão vermelhos como os dele.

"Sim, está grávida, mas não é esse o problema..." antes que pudesse sentir algum alívio, ele atira logo "Eu não sei como não o fizeram antes, mas eu pedi uma biópsia do seu colo uterino"

"Uma biópsia?.." a Wendy abandona o quarto e consigo ouvi-la chorar mesmo antes de fechar a porta atrás de si, eu própria abandonaria se pudesse.

"Sim..." Ele suspira "e a Victoria tem um tumor." Foi incrível ele ter enrolado tanto as palavras até aqui para depois, em milésimos de segundo arruinar tudo "mais precisamente, detetamos uma massa maligna no colo uterino."

Não consigo olhar para a cara do médico, nem se quer para a cara do Edward. A força que faz na mão já não incomoda, aquela que sinto no peito é bem maior, aquela de um coração que quer saltar para fora como se tivesse vida própria.

"Bom, o cancro está num estágio IIB, o que significa que ainda tem opção de tratamento." Ele aproxima-me mais de mim e do Edward, enquanto ouço a porta a abrir novamente e vejo a Wendy a regressar.

"Vem até aqui, por favor..." estendo-lhe a mão para que a agarre e talvez ajude a não sentir tudo sozinha. Ainda com lágrimas a escorrer ela faz o que pedi com um sorriso falsamente feliz.

"Como estava a dizer, o tratamento é possível. Mas precisamos de saber se a Victoria está disposta a interromper a gravidez para fazer radioterapia."

Chega o momento em que todos me olham fixamente, todos à espera da minha resposta.

"Doutor, sabe que tipo de mãe desistiria de um filho?" Pergunto fixando-me nele. Lembro-me como se fosse hoje do dia em que decidi que nunca desistiria da Emma. Como podia desistir agora?

"Ouça" senta-se na beira da cama de hospital "o tumor tem 5 centímetros de diâmetro. Se não o tratar, ou mesmo que faça alguma quimioterapia para conseguir manter a gravidez enquanto faz tratamento, vai desistir de si..." Sinto uma coisa tão forte dentro de mim e que me faz sentir a maior fraca "se tiver a evolução que eu penso que está está ter..." Ele detém-se.

"Diga!" Ouço a voz do Edward apenas pela segunda vez desde que acordei.

"Para já só se vai dar conta das hemorragias e até algumas dores, mas daqui a pouco tempo o seu corpo não vai responder às necessidades de qualquer ser humano, quanto mais às de dois!"

"Quer dizer que ou mato o meu filho ou morro eu?.." ergo a cabeça da almofada para ter a certeza que vou ouvir bem a resposta enquanto me seguro com um cotovelo apoiado no colchão.

"Sinceramente..." Ele endurece a face "Quero dizer que ou tenta salvar-se ou, mesmo que consiga chegar ao parto, pode não passar disso..."