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Ed's P.O.V.

Já é noite e visto o que aconteceu, optamos por vir de táxi, não quis incomodar ou sobressaltar ninguém. Ainda assim tenho umas 20 chamadas do Wilson e do Steve.

"O Wilson e o teu irmão devem estar preocupados, passaram o dia a ligar..." digo segurando a sua mão.

"E eu nao trouxe o telemóvel, também não tinha forma de o fazer..." suspira "Devia ter ligado para a clínica a avisar que não podia ir, é desta que me mandam para a rua..."

"Eu também não disse nada a ninguém no infantário, mas quando souberem das boas notícias de certeza que vão compreender!"

Não consigo deixar de pensar o que se passará dentro dela. Nem imagino qual será a sensação de carregar 2 seres humanos, simplesmente maravilhosos, pelo menos assim os imagino e assim serão para sempre aos meus olhos!

"Devemos ter deixado toda a gente preocupada..."

"Nem sei como é que o Wilson não acordou com o barulho da ambulância que chamei para te levar... Mas como eu disse, de certeza que vão ficar todos babados!"

"Edward, como é que vamos fazer?.."

"Desculpe, é aqui à esquerda!" digo ao taxista, indicando o caminho até casa do Wilson "Acho que não há problema em vires morar connosco, é uma questão de falar com o dono da casa!" Digo referindo-me ao meu amigo, que ultimamente é mais que um irmão...

"Estás bem?! A casa do Wilson não é uma pensão! Além de que para onde quer que eu vá não vou sozinha, tenho a Emma e a Charlotte..." o desanimo dela deixa-me sem grandes respostas, não quero sugerir ir eu para casa dela, estou um bocado farto de ser pendura na casa dos outros... "Eu até te convidava para viveres comigo, com a Emma e com a Charlotte... Ah, e não esquecendo que o Steve tem passado lá imenso tempo desde que fizemos as pazes e que descobriu que a Charlotte vive lá! Por isso, ia dar ao mesmo que ir eu para casa do Wilson..."

"Pois, tens razão..."

"Isto não vai ser nada fácil..." ela suspira e entretanto o táxi para.

"Penso ser esta a morada que indicaram!" exclama o taxista, provavelmente farto das nossas lamentações "E já agora, se me permitem, eu e a minha mulher casamos aos 18 anos. Na altura era a única maneira de poder estar com ela sem todos nos julgarem! Os problemas foram muitos, principalmente a falta de dinheiro! Mas demos sempre a volta por cima, nós e os nossos 5 filhos! Por isso, não se preocupem, o que importa é a família, o resto resolve-se!"

Tanto eu como a Victoria ficamos espantados com o conselho e sorrimos agradecidos.

"Muito obrigada, senhor, foi bom ouvir isso!" digo.

"Quanto lhe devemos?" pergunta a Victoria enquanto pega na carteira.

"Absolutamente nada!" agora fiquei ainda mais pasmado.

"Desculpe, mas não podemos aceitar..." a Victoria insiste.

"Menina, eu já tenho os meus filhos criados! Aliás, já tenho netos! Vão à vossa vida e não se preocupem!" ainda me lembro daquela vez em que o Steve teve que me pagar o táxi porque eu não tinha dinheiro praticamente nenhum... A mesma vez em que o vi com a Vic pela primeira vez e confundi um beijo na bochecha com um beijo na boca...

"Se insiste assim tanto, só nos resta agradecer, muito obrigada!" dou-lhe um aperto de mão e ajudo a Victoria a sair do táxi.

Já estamos cá fora e o taxista ainda diz pela janela:

"Boa sorte!" Faz uma saudação com a mão na cabeça, movimentada de cima para baixo e arranca logo de seguida.

"Incrível!.." diz a Vic.

"Podes crer que sim, não era qualquer um que faria o que ele fez..." ela pousa a cabeça no meu ombro enquanto vemos o táxi a desaparecer pela Estrada.

"Senhor Sheeran?!" ouço uma voz familiar mas não consigo imediatamente associar a alguém que conheça. Volto-me e vejo o inspetor Derek Wood.

"Boa noite?" digo num tom confuso por o ver aqui a esta hora.

"Andei à sua procura o dia todo, ninguém sabia dos dois!" ele aproxima-se de nós "Passou-se alguma coisa?"

"Nada de grave, mas o que o trás por aqui?"

"Bom, tem tudo a ver com aquilo que me fez procura-lo há cerca de dois meses" oh não "O homicídio da menina Miranda Elizabeth Rob..."

"Desculpe," interrompo "mas não é o momento para me incomodar com esse assunto, passei o dia no hospital com a minha namorada e não me apetece de todo falar sobre isso!" interrompo bastante irritado pela insistência, não fui eu que lhe fiz mal, bolas!

"Bom, eu só lhe queria dizer que chegamos à conclusão de que muito provavelmente foi suicídio..." estou bastante baralhado "conseguimos encontrar um traficante com quem ela andava envolvida" que surpresa... "e ele disse que lhe vendeu uma quantidade gigantesca de heroína, levando-nos assim a por essa hipótese."

"Dado o estado em que ela andava não me surpreende mesmo nada que morresse de overdose..." sinto a minha mão a ser apertada pela Caramelo.

"Que coisa horrível..." ela diz baixinho, mas suficientemente alto para eu ouvir.

"Lamento o incómodo que possa ter causado, mas só estava a fazer o meu trabalho. Uma boa noite para os dois."

"Boa noite." Dizemos eu e ela em coro.

"Anda, precisamos de descansar..." digo fazendo uma carícia na cara dela.

"Edward" pousa a sua mão sobre a minha, ainda colocada na sua cara fria "é melhor eu ir para minha casa, não vejo a Emma nem a Charlotte desde ontem, podem precisar de mim!.."

"Quase que aposto que com o nosso desaparecimento durante todo o dia e o aparecimento do inspetor a perguntar por mim se reuniram todos ali na sala!" digo e para não lhe dar oportunidade de me contradizer agarro-lhe na mão firmemente e levo-a até à porta.

"Está aí alguém? Esqueci-me das chaves!" com a pressa de sair esta manhã nem me lembrei de as trazer comigo...

E imediatamente a porta abre.

"Fogo Edward, o que vos aconteceu?! Estávamos todos preocupados!!" o Wilson diz isto meio que zangado assim que abre a porta, mas no fundo sinto que está bastante feliz por nos ver.

"Está mais alguém em casa?"

"Estamos TODOS aqui! E quando digo todos, é mesmo todos!" ele aproxima-se da minha orelha "até a minha hot boss aqui está, meu, na minha sala!"

"Eu ouvi isso, oh estagiário!" diz logo a Wendy fazendo-me rir à gargalhada, pelo menos interiormente.

"E a Adriana?" digo em alto e bom som.

"Fala mais baixo!" ele suplica.

"Se não queres que se saiba, acho que já vens tarde..."

"Mamã!" ouvimos a Emma.

"Oh meu amor, como estás?" ela abraça uma perna da Vic e uma perna minha, juntando-as.

"Estava difícil saber dos pombinhos!" diz o Steve, que curiosamente está mais que colado à Charlotte, parece que a Victoria tem razão...

"Mas em vez de ficarem à porta entrem e digam duma vez o que se passou!" sugere a Wendy.

"Sim, ela tem razão, entrem lá e contem-nos tudo, pelas vossas caras é importante..."

Entramos e fecho a porta atrás de mim, enquanto trago a Emma ao colo para o sofá.

"Contas tu ou conto eu?.." pergunto.

"Eu posso começar..."

Growing Up - Ed Sheeran Fanfiction (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora