Growing Up - Ed Sheeran Fanfiction (Concluída)

36.

Victoria's P.O.V.

Continuo sentada no sofá desde que o Edward saiu com a polícia. Não consigo tirar da cabeça o facto de ele ter ido prestar declarações por causa da morte da desvairada da Miranda...

Não sei se me sinta mal por pensar estas coisas dela... Afinal de contas, ela morreu... O que terá acontecido?! E o que terá o Edward a ver com o assunto?! Será que se voltaram a encontrar no último ano?.. Será que?.. Para já não há forma de saber, resta-me esperar...

O último ano foi simplesmente... Vazio, talvez seja a palavra certa... Mas porquê? Talvez pela falta do Edward, talvez pela falta do Steve, que pura e simplesmente me disse que enquanto eu não tomasse as decisões certas para a minha vida então ele não estava ali, em minha casa, a fazer nada a não ser atrapalhar... A Emma ficou muito triste por nos separarmos... De facto, no último ano deve ter visto o tio Steve umas 3 vezes no máximo quando ele a vinha buscar para irem ao cinema ou ao jardim zoológico... A única pessoa que ficou comigo foi a Wendy, que ainda assim não se poupou a recomendações... Passei este tempo todo a tentar esquecer o que tinha acontecido enquanto ouvia as pessoas de quem gosto a dizerem-me para me abrir e confiar naquilo que me fazia feliz. Se o Edward me fez feliz?.. Acho que não lhe dei grandes hipóteses, mas talvez o tivesse feito se eu deixasse.

Ouço alguém a descer a escadaria. Viro-me e vejo a Charlotte ainda com a mesma camisola masculina de ontem.

"Charlotte!" digo levantando-me "Dormiste bem?"

"Sim, obrigada." Ela faz um leve sorriso, mas eu noto o esforço gigantesco para o fazer.

"O Edward teve que sair, mas eu fiquei para te entregar isto" enquanto pego na caixa da roupa ela desce os últimos degraus "São algumas roupas minhas, espero que te sirvam!"

"Sim, qualquer coisa é melhor que as camisolas do Wilson" ela solta um risinho que embora abafado sempre é mais genuíno.

"Claro, mas espero que gostes, foi o melhor que consegui arranjar!"

"Mas onde está o Edward? Pensava que só o Wilson é que tinha de ir trabalhar..."

"Bom, eu nem sabia que o Wilson trabalhava... Mas o Edward teve só que tratar de uns assuntos..." antes que ela volte a perguntar seja o que for desvio o assunto "E se fosses tomar um banho e experimentar a roupa nova? Já agora, também tomei a liberdade de trazer uns produtos mais femininos, tipo condicionador e maquilhagem, essas coisas que eu tenho a certeza absoluta que dois marmanjões não têm em casa!" Rimos as duas "Entretanto eu preparo qualquer coisa para comeres!"

"Posso só perguntar-lhe se já sabe alguma coisa dos meus pais?.."

"Bom, eu já informei os serviços sociais, mas ainda nem 24h passaram para eles terem tempo de fazer todas a pesquisas e tratar de toda a papelada... Mas tenho a certeza de que vai ficar tudo bem!" Na realidade, eu REZO para que fique mesmo tudo bem! "Agora vamos lá!" Pego na caixa e seguimos escadaria acima.

Ela guia-me até a um dos quartos, que eu suponho que seja do Edward dadas as camisas ao xadrez penduradas e a guitarra encostada a um canto. Pouso a caixa no chão e tiro para fora a necessaire com os produtos de que lhe falei.

"Acho que não falta nada mas se precisares de alguma coisa chama!"

Ela dá-me um abraço inesperado.

"Obrigada por tudo o que estão a fazer por mim, agradeço-lhe mesmo muito!"

"Trata-me por tu, está bem? Fazes sentir-me velha!" rio e abraço-a de retorno "Vai tudo correr bem!"

Saio para a deixar à vontade e a minha ideia é dirigir-me à cozinha quando ouço o meu telemóvel a tocar.

"Estou?"

"Vic, querida! Olá!" é a Wendy, entusiasta como sempre.

"Olá Wendy! A que se deve este telefonema?"

"Eu a pensar que vinha um então, tudo bem?"

"Desculpa, está tudo bem?"

"Como poderia estar mal? Neste momento tenho os estagiários a fazerem o meu trabalho enquanto bebo café e falo com a minha amiga!"

"Isso parece ótimo" nem por isso, tenho pena dos pobres coitados, todos os anos o estagiário que calha à Wendy desiste a meio... "Mas não abuses dos rapazinhos, está bem?"

"Já se sabe que uma advogada não pode fazer trabalho escravo..."

"Tens muita graça..."

"Mas falando daquilo que me fez ligar-te, há alguma hipótese de te levar a sair logo à noite?" ela faz-me esta pergunta a uma segunda feira?!

"Pois, eu posso não ter ido trabalhar hoje mas amanhã não há como não ir... Ou seja..."

"Não sejas desmancha-prazeres! Prometo que à meia-noite estás em casa que nem uma Cinderela!"

"Se a baby-sitter da Emma estiver disponível eu penso no teu caso..."

"Anda lá! Olha que no máximo às 22h estou à tua porta!"

"Já que insistes..."

"Ótimo! Até mais logo"

Assim que desligo a chamada ouço alguém a bater à porta. Aproximo-me e espreito pelo olho mágico.

"Quem é?"

"Sou eu, o Edward, podes abrir? Deixei as chaves aí dentro!" sorriu involuntariamente ao ver a cara de desajeitado dele enquanto passa a mão pela nuca.

"Eu e a Charlotte estamos a divertirmo-nos imenso, acho que não te vou deixar entrar..."

"E se eu trouxer almoço?" ele levanta um saco que diz Take-Away e eu abro a porta.

"Já é hora de almoço?!" pergunto espantada e ele aponta para um enorme relógio de parede que até agora me tinha passado despercebido "Nem dei pelo tempo passar... Como correu na esquadra?" pergunto ansiosa.

"Eu sei que não és de cá, mas já devias estar habituada à tradicional pontualidade inglesa!" ele graceja enquanto entra e eu fecho a porta. "Trouxe comida para todos, o Wilson também deve estar a chegar do estágio. Quanto ao interrogatório, acho que não têm nada contra mim a não ser o facto de ter namorado com ela há um ano atrás... Não estou preocupado! Correu tudo bem com a Charlotte?"

"Sim, está a arranjar-se e já desce!" com ele até a conversa mais simples me deixa feliz... "Mas disseste para todos?.. Estás a convidar-me para almoçar?.. Eu devia passar no infantário para ir buscar a Emma..."

"Espero que ela goste de frango" diz ele enquanto caminha em direção à mesa da cozinha e pousa os sacos do Take Away. A minha cara deve expressar a confusão e ele elucida-me "Pedi à Abigail para a deixar aqui, devem estar a chegar!"

Fico espantada com a atitude dele...

"Victoria." Ele aproxima-se de mim "Eu não quero desperdiçar nem mais um segundo, acho que um ano bastou."

De repente deixo de ver o seu rosto por inteiro e vejo antes um imenso azul, tenho os seus olhos mesmo em frente aos meus e os seus lábios encostados aos meus. Já nem me lembrava de como tinha sido bom beija-lo há um ano atrás, mas acho que agora é ainda melhor.

Os lábios descolam mas as mãos deles continuam na minha sinta.

"Não te vou perder outra vez."

Num instante ouvimos a porta a abrir e vamos os dois até à sala como se nada tivesse acontecido, mas vejo na cara dele o mesmo sorriso parvo que está de certeza na minha.