Capítulo 1 - A Mudança

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A vida nos guarda coisas impressionantes, reclamamos ao mesmo de cada pequena coisa que não sabemos que tudo piorará, e que o mundo da voltas.


Finalmente tínhamos terminado de arrumar nossas caixas, o grande dia da mudança chegou. Já estava batendo 12h00min no relógio, sexta-feira. Segui para o mercado com a minha irmã comprar produtos de limpeza para limpar nosso apartamento.

- Vamos pegar só isso mesmo? - Apontei para o rodo e a vassoura enquanto lia a lista que estava em minhas mãos.

- Sim, quer mais o que? - Ela balançou a cabeça

- Uma pá e luvas. - Acabei de fazer minhas unhas e não estou a fim de estraga-las.

- Vamos logo, o Emerson e o Fábio irão chegar lá e não estamos limpando. - Emerson é o namorado da minha querida irmã Molly e Fábio é meu padrasto.

Pagamos tudo e fomos para o apartamento com as coisas nas mãos, agradeci mentalmente por ser perto. Quando chegamos ela pegou as chaves e abriu o portão, o apartamento é muito bonito e simples, agora moramos no segundo andar, vimos que não tinha nenhum movimento por lá então entramos limpar. Ainda bem que cada um terá seu próprio quarto, finalmente não vou mais dormir junto com a minha irmã. Terminamos de limpar e os rapazes começaram a trazer os móveis.

Eu não estava a fim de arrumar a casa novamente depois que os móveis fossem montados, afinal minha mãe foi trabalhar mesmo tendo a opção de ter ficado para ajudar. Decidi ir dormir na casa da minha prima, sai disfarçadamente e fui caminhando.

- Onde você está? Eu não posso arrumar tudo sozinha.

Minha irmã me ligou quando eu sequer tinha chegado à esquina.

- Então não arrume boa noite.

Desliguei e segui em frente, quando cheguei à Patrícia comentei sobre minha irmã que estava brava.

- Ela acha que eu vou ficar lá, estou cansada. - Joguei meus pés sobre a cama

- Tem razão. - Ela sorriu.

- Ela está estressada, ela não queria ter mudado, lembra-se do ex-namorado dela? O dono do apartamento é um dos melhores amigos dele. Como sempre jurou amor eterno e do nada desistiu para ficar com o vizinho. - Revirei os olhos.

- Como ela aceitou mudar?

- Ela não teve escolhas. - Eu disse enquanto refrescava minha memória, me lembro de muito bem por que tivemos que mudar as pressas, meu vizinho maluco decidiu não nos suportar mais e se tornou alguém perigoso.

Voltando ao Presente, a minha prima é o tipo de garota animada, ela também namora, eu sou a única solteira da família que triste. Mas ela só o via nos fins de semana, ela tem sorte de ter a mesma teoria que eu.

'' Temos que sentir saudades, uma hora ou outra tudo se desgasta. ''

Uma pena que minha irmã não pensava do mesmo jeito, já que Emerson vivia em casa.

Quando mudamos pensei se não seria legal eu mudar de escola, sou dessas pessoas que sofrem uma mudança na vida e já quer mudar tudo, pintar o cabelo de rosa e vestir só roupas de oncinha. (Brincadeirinha). Depois eu decidi ficar na mesma, eu sempre fui de ônibus agora era só eu subir duas ruas a mais. E eu não poderia perder minhas duas amigas importantes de lá.

Quando o dia amanheceu eu ainda estava acordada, permaneci até às cinco da tarde quando meu pai me levou embora, eu estava com os olhos pesado feito nunca, mas a fofoca de meninas em dia. Quem eu quero enganar? Sinceramente eu odeio papo de garotas, eu só não dormi por que eu definitivamente não consigo dormir na casa das pessoas. Só fui por teimosia.

Quando eu cheguei a casa eu fui direto pra cama e percebi que dormi demais quando acordei só no outro dia, no Domingo, justamente às oito da manhã, eu odeio acordar cedo, fiquei lendo um livro até a hora de levantar, ai me lembrei de que amanhã tem aula.

Já mencionei que estudo à tarde? Eu faço curso de informática de manhã, eu também não gosto de estudar à tarde, mas não gosto de acordar de manhã, então eu não sirvo para viver em qualquer hora a não ser a noturna.

Uma semana depois...

Hoje já estávamos na segunda novamente e eu estou aqui no curso com o Miguel. Ele é meu melhor amigo, típico garoto engraçado Homossexual não assumido.

- Fiquei sabendo que meu vizinho é bonito. - Eu disse a ele enquanto a Professora escrevia na Lousa.

- Procura ele no Facebook. Primeiro passo.

- Ele é dono do apartamento onde estou namorando, você acha que vai rolar o que?

- E ai? Desde quando isso te impede de algo? - Ele gargalhou e o encarei seria.

Decidi procurar apenas por que tenho um defeito que é a curiosidade, eu já sabia o nome dele, Marcelo. Minha irmã o conhece e disse que é interessante, mas vamos ver. Quando finalmente achei o seu perfil fui direto para as fotos e eu pude afirmar que ele é bonito.

- Miguel, ele é bonito. - Eu passei o celular para ele ver a foto.

- Bonito mesmo. - Ele disse enquanto fazia cara de surpreso.

Quando terminou nossa aula me despedi do mesmo e fui pegar o ônibus afinal eu ainda tinha aula na escola, deu tempo de chegar a casa e apenas colocar o uniforme. A solicitação de amizade já havia sido aceita então mandei um pequeno Oi.

Sabe o problema da vida? Ela nos traz pessoas más e pessoas boas, mas nunca sabemos quem elas são verdadeiramente antes de nos apegarmos a ela. E eu espero sinceramente que isso não seja apenas um defeito meu, eu sei que todos são assim, nos apegamos, mesmo quando repetimos a nós mesmos que não e quando vemos, quando percebemos é tarde. A Paixão te joga na cara tudo que você já fez. E talvez um dia você se arrependa do que está vivendo, com quem está vivendo, mas sempre é o tempo que te dirá sobre isso.

Quando cheguei da escola o Marcelo havia respondido minha mensagem.

- Olá.

- Tudo bem? - Perguntei para ele enquanto passava meu batom vermelho.

Hoje havia uma festa com algumas pessoas da escola e eu estava realmente animada, eu mal saio de casa, estou acostumada a ficar com meus livros e uma xícara de chocolate gelado. (Gelado mesmo por que eu sou diferente).

- Estou bem e você? - Ele respondeu rapidamente.

- Também.

- Seja bem vinda ao meu apartamento.

- Obrigada. - Eu sorri comigo mesma, ele sabia quem eu era, oh Deus.

- Gostaria de passar algum dia conhecer minha nova vizinha.

- Estou disponível hoje, por uns dez minutos.

Não sei o que deu na minha cabeça em dizer isto.

- Que bom. Eu coincidentemente também tenho apenas dez minutos.

- Você vem aqui. - Eu confirmei.

- Então sai na porta. - Ele me mandou e ficou Off-line.

Eu sinceramente ainda me perguntava por que raios eu fui me meter neste diálogo, eu perdi o juízo completamente. O que esperamos quando um vizinho está vindo dar as boas-vindas, eles tem este costume não sei em qual País por ai, ao menos nos filmes sim. Mas aqui é Brasil. As coisas são mais... Mais alguma coisa.

Depois de alguns segundos abri a porta e fiquei em frente da mesma, eu estava completamente nervosa, mas o sorriso nos lábios não poderia faltar se quer era por que eu queria, eu apenas tenho o hábito horrível de sorrir quando estou nervosa, sim e isso se aplica a qualquer situação.

Ele apareceu em minha vista e estava com um sorriso todo aberto e lindo, seu perfume exalou desde a ponta da escada marrom, espera ai... Já mencionei o Sorriso?

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