Capítulo 7

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Dezembro

E já estávamos em Dezembro e eu não havia mais visto o Marcelo, só ouvia o barulho da sua moto chegando toda noite de madrugada, eu resolvi hoje em chama-lo para saber como ele estava, eu ainda não estava de férias e não via a hora de acabar as aulas. Sexta-feira e aqui estou eu deitada pensando no Marcelo. Até que decidi mandar uma mensagem.

- Oi Vizinho, Saudades. – Mandei

Depois de alguns minutos ele respondeu:

- Oi Vizinha, também estou morrendo de saudades.

- Você sumiu. – Decidi usar a desculpa mais esfarrapada e por outro lado bastante verdadeira já que ele havia mesmo sumido e aparecendo nas madrugadas.

- Estou em um dia péssimo.

- Porque? Aconteceu alguma coisa?

- Eu sofri um acidente.

Meu coração palpitou no instante em que li, a preocupação estava me atormentando e um reflexo dele chegando com a moto ontem me veio à cabeça.

- Me conte tudo.

- Eu estou bem, mas cai de moto, estou com alguns machucados nada demais.

- Por que você não tomou cuidado? Estou ai indo te ver.

- Mas estou sem Roupa.

- Não tem problema. – Eu sorri enquanto digitava, mesmo machucado este menino não toma jeito.

Assim que cheguei na porta ele saiu, e sim, apenas de cueca.

- Eu juro que quando você estiver melhor eu vou te bater. – Disse enquanto encarava seus machucados.

- Não pode. – Ele sorriu, mas logo parou quando sentiu dores.

- Claro que posso, você me preocupou. – Cruzei os braços.

Ele me deu um pequeno beijo na bochecha e depois percebi que ele ficou desconcertado. Ele me mostrou seus machucados e realmente estavam feios, mas nada grave.

- Você está passando alguma coisa ai?

- Sim, só uma pomada. Sequer fui ao médico, desnecessário.

- Você precisa ir.

- Eu fui, mas voltei. – Ele sorriu.

Confesso que eu estava olhando toda hora para sua cueca branca que estava larga e muito fofa. Este corpo maravilho, meu Deus... Quando levantei meu olhar encarando seus olhos ele sorria com malicia.

- Agora vai ficar um bom tempo sem este corpinho aqui. – Ele disse sorrindo.

- E quem disse que eu quero? Estou bastante tempo sem. – Eu fiz cara de Brava e me arrependi em seguida.

Ele deu uma gargalhada gostosa, o som que eu mais gosto de ouvir, como se fossem pássaros cantando em uma árvore com rosas maravilhosas.

- Bem, eu vou entrar, ficar de cueca aqui não é legal, pode passar um vizinho. – Ele sorriu.

- Descanse, sem mexer no celular mocinho.

- Ok Mandona. – Ele ficou um pouco sem graça, eu nunca o vi do jeito que está hoje, ele não sabia como se despedir de mim então segurou em meu braço, dei um passo para trás, mas não foi a intenção, o equilíbrio não estava a meu favor. Ele finalmente me deu um selinho como despedida, foi a coisa mais embaraçosa já vista em todo o mundo, subi sem ao menos me despedir, eu não gostaria que as coisas fossem assim entre nós, mas esta amizade colorida está acabando com nossos nervos, não é porque somos amigos que precisamos dormir separados, ou sim? Estou enlouquecendo...

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