Capítulo 10

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Preocupações

Hoje eu acordei ás dez da manhã e estava sem sono, o que é um milagre, estava me arrumando para buscar a Pamela, quando desci vi o carro do Marcelo na garagem, o alivio tomou conta, fui buscar a Pamela e voltamos para casa.

- Você não viu o Marcelo ainda?

- Ele estava viajando, chegou hoje. – Respondi desanimada.

- Ele te respondeu?

- Não... Na verdade eu não vi.

Quando chegamos em casa eu liguei minha Internet, quando vi havia um áudio do Marcelo.

'' Oi Vizinha, feliz ano novo e tudo de bom para você também, estava viajando para a praia por isso demorei responder, tudo bem?''

Mandei um áudio com resposta.

'' Estou sim, e você? Aposto que se divertiu muito lá.'' Após falar isso me arrependi, não queria saber a resposta, me afetava. Logo ele me respondeu.

'' Também estou. Eu fiquei com duas garotas, mas nada demais.''

Confesso que doeu, mas engoli em seco e fingi que nada havia acontecido, eu mesma disse que esqueceria o sentimento.

Decidi não responder mais nada, sabia que eu iria acabar falando o que não deveria, suas palavras acabaram comigo, passei o resto do dia deitada com a Pamela, estávamos falando de muitas coisas, mas nada me tirava da cabeça o Marcelo.

Dias se passaram e nada dele me chamar, até hoje.

- Oi Vizinha.

- Oi

- Vamos nos ver?

- Não estou afim.

- Estou com o Leon.

- Estou de Pijama.

- O que tem demais?

- Vou fingir que não li isso. – Fiquei irritada de como ele sequer se importava.

- Você está bem? – Queria responder que não, que como estaria sem ele, mas ele estava com seu amigo e teria mais chances ainda de se passar como idiota.

Fiquei sem responde-lo, não estava com vontade de conversar, estava desanimada. E quanto mais próxima eu ficava era maior o sofrimento que estava sentindo, após muito tempo pensando eu decidi que iria contar a ele, não iria demorar para acontecer, eu vou dizer amanhã, contar tudo. Se for pra algo de ruim acontecer que seja agora, de uma vez para mim superar tudo ainda mais fácil. Melhor do que viver a vida pensando que poderia ter sido diferente.

Acordei tarde no outro dia, a preocupação era evidente com as borboletas no meu estômago, quando chegasse do trabalho o chamaria.

Minha mãe não havia ido trabalhar, estava doente. Sabe que nunca me dei com minha mãe? E isso me machuca desde nova, ela sempre foi um amor de pessoa com a minha irmã e comigo nada. Um tempo ela chegou mudar, mas tudo voltou novamente, eu não a suportava ver mal e corria segurar sua mão, nunca recebi um abraço ou beijo por isso, quando a vi mal e chorando meu mundo começou a cair e comecei a chorar, mas fui para meu quarto desmoronar, afinal com ela não existia isso. Eu estava com uma sensação horrível dentro do corpo, que havia reparado.

Escutei o Marcelo chegar ás dez e o chamei.

- Oi Marcelo.

Demorou alguns minutos e ele respondeu.

- E ai Vizinha, cheguei agora.

- Eu vi.

- Está me espionando?

- Jamais.

- Você está bem?

Ele fez a pergunta que eu mais precisava, não eu não estava bem desde o dia que me apaixonei pelo mesmo, mas como falar isso a ele, não teria como. Não teria coragem, era um risco enorme de perde-lo de vez. Mas se for para não ser, prefiro assim. Meus olhos lacrimejaram me entregando que eu queria chorar, respirei fundo, não ajudou. Eu encarava nossa conversa olhando para sua foto com seus olhos lindos.

- Não, eu não estou nada bem.


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