Antônio já tinha sido substituído por um novo encarregado, Rafael, ele parecia novo para assumir algum cargo de chefe e todas as mulheres da cozinha ficaram comentando como o seu cabelo preto combinava perfeitamente com seus olhos castanhos, não parando de sorrir quando ele passava. Mas ao contrario delas, não achei ele lá essa coisa toda. As poucas palavras que troquei com ele foram me apresentando, mas já percebi que ele não era louco, agressivo ou assediador, Graças a Deus! Assim que cheguei na cozinha - sem atrasos dessa vez - ele trocava algumas palavras com Antonieta, provavelmente pedindo a reposição dos mantimentos na cozinha, pois ela sorria e balançava a cabeça com felicidade. Indo a cidade, ela poderia mandar a carta ao antigo aliado da família através de um amigo de confiança. Após alguns minutos, ela vinha em minha direção, sorrindo.
- Vou à cidade hoje! - ela me abraçou - Provavelmente só chego no final da tarde, então por favor, não se meta em confusão!
Ultimamente ela tem recomendado muito isso. Não entendi porque, afinal, nunca aconteceu nada de mais sério, além de Antônio, desde que estamos aqui. "Na verdade, acho que quando fui presa, por insultar o Rei, por 1 mês, foi pior, e nem por isso ela me fez tantas recomendações"
- Senhora Antonieta, se me permite, gostaria de trocar umas palavras com Sofia. - Rafael disse.
- Claro, claro! Já estava de saída. - ela me abraçou e sussurrou "Cuide-se" - Volto o mais rápido possível com os mantimentos.
Ela se virou e saiu. Diferente de Antônio, que Deus o tenha, ele não saia berrando ordens na cozinha.
- Bom dia, senhorita. - ele levou minha mão aos seus lábios - Parece que alguém acordou cedo hoje! - disse deixando escapar um sorriso, atras dele duas mulheres que viram seu gesto, começaram a fofocar e riam baixinho.
- Bom dia, senhor. Sim, acordei junto com as galinhas! Como percebeu?
- Me perdoe pela grosseria, mas, diferente dos outros dias, seu cabelo está preso e não todo bagunçado e... você não está de pijamas, claro - "Esse comentário foi totalmente desnecessário", ele sorriu e sorri de voltar, por educação - Devo informa-lá que estou orgulhoso, assim não precisarei a repreender todas as manhãs.
- Você é muito observador, Senhor. - arqueei uma das minhas sobrancelhas - Deve ter reparado também que estão todos muito felizes com a sua chegada, ninguém gostava muito de Antônio por aqui.
- Sim - o seu sorriso cresceu mais ainda - Meio difícil não notar, as mulheres dessa cozinha não param de sorrir.
Minha reposta foi levantar a sobrancelha novamente, dessa vez, as duas.
- Em especial você, Sofia, pois foi pega com ele no quarto da Rainha. Não sei se sabe, mas as más línguas dizem por aí que foi a senhorita que armou tudo, até mesmo um bilhete falando que ele estaria no apos...
- Senhor Rafael - o interrompi - se quer saber de algo pode perguntar diretamente - lancei um olhar duro sobre ele - Odeio fofocas!
Suas bochechas ficaram um pouco rosadas.
- Mas tudo bem, já escutei coisas piores. Tramei contra Antonio sim, e todos dizem que ele mereceu. - ele se surpreendeu com minha honestidade - Não sei se sabe, mas todas as mulheres nessa cozinha já foram, de algum modo, abusadas por ele, pois ele usava do cargo para se aproveitar de todas nós. - sentir meu rosto perder as expressões assim que continuei a falar - Eu espero que você saiba usar-lo para o bem, afinal, sempre vai existir o aposento da rainha e sedução de uma mulher para incriminar um homem.
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A Princesa Perdida
Teen FictionSofia Bragança Moura, herdeira legítima do trono de toda a península das Planícies das Rosas, ainda lembra do dia em que seu pai, Rei Hugo, foi usurpado do poder. Impossível esquecer, mesmo tão pequena do caos que se formou no palácio, os gritos, a...