A manhã na cozinha foi uma loucura, o Rei Guilherme comunicou que a o banquete seria adiantado e a festa iria ser maior, pois além da comilança, também teria um baile de mascaras no dia seguinte. Circula pela criadagem os comentário que ele só esta fazendo tanto estardalhaço com o seu aniversario porque as alianças politicas estão enfraquecendo, os nobres querem investir em comércio junto com os novos burgueses e indo em busca de novos mercados, enquanto o Rei permanece irrevogável na decisão de manter o monopólio comercial centralizado nas suas propriedades. A festa será um demostração de força monetária, ou seja, os nobres mais ricos e influentes estão no palácio e não só a família Rodrigues, o que seria uma ótima oportunidade para investigar o dono da carta, mas certamente, estarei na cozinha, trabalhando para ninguém reclamar sobre a comida.
Cortei tantos legumes que meus dedos estão engelhados,mas felizmente Rafael solicitou criados extras, o que fez meu trabalho reduzir pela metade. Imagine se eu não tivesse nenhuma ajuda? Provavelmente estaria sem dedos agora. Aproveitei que estava no horário de almoço, e as coisas tinham acalmando na cozinha e fugi para descansar um pouco, nunca tive um lugar preferido no palácio mas com certeza o grande campo de rosas e o lugar mais bonito, pois era verdadeiramente uma obra de arte o que os jardineiros planejaram, havia arcos altos de trepadeiras, onde poderia passar por baixo, caminhos de terra entre as flores e esculturas nas arvores ao redor.
Caminhei por algum tempo, mas acabei sentando no chão. Fico pensando no que farei daqui para frente, pois seria um passo sem volta revelar quem sou para alguém que, supostamente, poderia virar meu súdito um dia. Além disso, como eu poderia reivindicar uma coroa assim? Tenho que me planejar, para ontem! Ainda mais agora que Antonieta estava andando por ai com Deus sabe o que entre os peitos. Senti um arrepio na coluna só em pensar em ter uma confusão nas minhas mãos...de novo. Eu deveria confiar nela, afinal ela cuida de mim desde sempre, me ajuda em tudo e nunca deixou me faltar nada, mas não consegui e agora estou com um pé atrás em relação a sua lealdade.
- Sofia? - alguém me chamou, me sobressaltei, levantando rápido - O que faz aqui ?
- Rafael? - alinhei minha postura, eu nem deveria estar aqui - Oi!
A maneira que ele se aproximava, eu me lembrei da rosa que ele me deu mais cedo. "Não se esqueça da trégua, sem brigas"
- Acho que a senhorita deveria esta na cozinha, não é mesmo? - ele cruzou os baços.
- Você também deveria estar lá, dando ordens - disse, afinal a melhor defesa e o ataque - O que faz por aqui?
Ele riu, relaxando o corpo.
- Não conto nada se você não contar - ele estendeu a mão.
- Não contarei - apertei a sua mão - afinal, todos precisam de um descanso não é?
Ele sentou no chão, me puxando para ficar ao seu lado. Sentei, cruzando os tornozelos. Rafael fechou os olhos, esticando o pescoço e mirando o rosto na direção do sol. Seu cabelo escuro brilhava e balançava com vento.
- Eu estava pensando em algo hoje de manha, quando levantamos nossas bandeiras de paz - ele sorriu, e quando percebi, também sorria - não sei nada sobre voê. Na verdade sei sim - ele olhou para mim - você é difícil de engolir e tem um péssimo gênio!
Rimos juntos, eu não posso negar essa afirmação.
- Acho que é de família - dei de ombros.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, olhando pra o horizonte.
- Agora estou curioso. Você diz que Antonieta e sua tia, mas vocês não se parecem em nada, seu cabelo é ruivo o dela é castanho, ela é robusta e você não - tentei disfaçar o meu corpo ficando em alerta - Não me leve a mal, mas não parece que são da mesma família.
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A Princesa Perdida
Teen FictionSofia Bragança Moura, herdeira legítima do trono de toda a península das Planícies das Rosas, ainda lembra do dia em que seu pai, Rei Hugo, foi usurpado do poder. Impossível esquecer, mesmo tão pequena do caos que se formou no palácio, os gritos, a...