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Meu sangue gelou. "Eles chegaram".

Antonieta iria me pressionar para falar com eles, até porque essa é uma oportunidade única. Amanhã é o banquete e no outro dia o baile, até lá tenho que encontrar motivos para não contar a verdade, pois se tem algo que aprendi é que deveríamos temer aquelas pessoas que já sentiram o sabor do poder, e eles já sabem, pois faziam parte do conselho do meu pai.

Assim que o Sr. Rodrigues conduziu sua esposa para dentro do palácio, um guarda saiu da sua posição e veio andando ate mim, comecei a andar também, mas fugindo dele.

- Ei! - ele gritou

Me obriguei a parar e fazer reverência.

- Me chamou?

- Claro que chamei! - sua voz era rude - O que uma servente faz faqui fora e porque ficou observando os convidados?

- Estou fazendo um trabalho que não lhe diz respeito, senhor! - pressionei os lábios assim que as palavras sairão. "Mais mentiras... ótimo!" - Só parei para olhar-los por curiosidade.

- Agora faz, e pela suas vestes vejo que serve na cozinha, não é? Vamos ver o que Rafael vai achar do seu corpo mole. - ele pegou forte no meu braço, exatamente onde a forquilha havia me machucado, ainda estava cicatrizando. Absorvi a dor. E começou a me arrastar no sentindo da cozinha.

Eu não posso receber uma punição, e ainda mais por implicância dele! Apesar de Rafael não ter reclamado comigo quando me encontrou no jardim, não significa que ele aprecia minhas atitudes. Além disso, se eu chegar na lá sendo arrastada por um guarda, Antonieta vai ficar sabendo e vou ter que contar o que aconteceu, principalmente a parte que o sr.Rodrigues chegou.

- Exatamente! - puxei o braço com força, mas nada adiantou."Pensa, Sofia!" - Eu tenho que... eu vou entregar... um recado para a Rainha, vindo diretamente dele!

Ele me encarou por alguns segundos e soltou uma gargalhada. "Estupido!"

- Eu sei que esta mentindo, ele nunca mandaria uma mensagem real sem ser por carta, e ainda mais por você - ele soltou meu braço e me olhou de cima a baixo, senti o machucado latejar - Ultima chance de me dizer a verdade, criadinha.

- Estou dizendo a verdade. Era urgente, ele não pode escrever. - engoli em seco.

O guarda me olhava com deboche.

- Já que é tão urgente, não se importaria que eu a levasse ao aposento real.

- Na verdade, senhor, eu me importo. - coloquei o peso em uma das pernas e apoiei a mão na cintura, fiquei encarado seu sorriso irônico.

- Mas eu insisto, a mensagem deve chegar segura. O que mais seguro que um guarda?

Comecei a andar, pisando forte, chegando na frente dos guardas que estavam na frente da porta do palácio, que fecham suas espadas na minha frente.

- Deixem ela passar - ele me encarou, como um aviso - afinal, ela vai entregar algo importante.

- Já falei, não preciso de escolta - tentei manter o rosto neutro, mas sei que minha raiva transpareceu.

Ele me puxou novamente pelo braço, ficando com o rosto bem próximo do meu.

- Depois que você entrar, não tem mais volta. - disse, sussurrando.

Me desvencilhei do seu braço, eu passei pela porta. "Não vou deixar um cretino me humilhar!".

Aqui dentro é mesmo incrível, existe detalhes escondidos em cada lugar que olho, o tapete vermelho estendido pelo corredor realça as cores das paredes pintadas e decoradas em harmonia, olhei para cima e que o o teto estava coberto de pinturas por toda a extensão, não consegui conter minha admiração e parei. São lindas! Meus olhos viajou pelos detalhes, tentando absorver tudo que estava olhando.

A Princesa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora