Capítulo quarenta e cinco.

4.7K 356 19
                                    

Todos olharam confusos para Luke que tinha a mandíbula trincada olhando aquilo. Ninguém entendia o que estava se passando, por isso optaram por aguardar até Luke falar algo, mas isso não aconteceu. O que aconteceu foi Luke se levantar, pegar sua mochila, beijar a testa de Madison, colocar seu boné e olhar novamente para seus pais.

- Depois nos falamos. –ele falou e foi embora, caminhando até seu carro-

- O que acabou de acontecer aqui? –Nicole perguntou confusa, assim como todos-

- Quem era aquele cara com Liz? –Michael perguntou-

- Não sei... –Madison murmurou, com um mau pressentimento, observando o Porshe de Luke sumir de seu campo de visão-

Luke seguiu seus pais, vendo sua mãe no carro de Andrew. O loiro apertava fortemente o volante do carro, sentindo muita raiva. Quando ele viu o carro de seu pai ser estacionado em frente ao prédio onde Liz e Luke moravam, o loiro arfou, furioso e desceu do carro. Vendo os pais irem em direção ao elevador, ele subiu de escada.

Quando entrou no apartamento, viu logo Liz servindo café em uma xicara que Andrew segurava.

- Que porra é essa? –Luke gritou furioso e seus pais se assustaram-

Andrew, no susto, deixou cair a xicara, derramando café no tapete branco da sala. Liz pousou a chaleira na mesa de centro e se virou para o filho, que estava vermelho de raiva.

- Luke Hemmings! –Liz o repreendeu, mas Luke ignorou-

- Que merda esse cara tá fazendo aqui em casa? –ele perguntou e Liz suspirou-

- Ele é seu pai, Luke! –Liz falou com a voz cansada. Não aguentava mais ter essa conversa-

- Para mim esse cara não é nada. –Luke murmurou e Andrew se levantou-

- Não destrate sua mãe, Luke. – Andrew falou com a voz falsamente calma-

- Você batia nela, porra! Não fale sobre destrato! –Luke gritou e Liz tapou seu rosto com as mãos-

- E eu me arrependo, filho. Muito. –ele falou e Luke rosnou-

- Falso de merda. –ele falou e ouviu o soluço choroso de Liz- Mãe... –ele sussurrou e caminhou até o sofá, mas Liz se afastou e correu em seu quarto. Nunca gostou de chorar na frente do filho-

- Viu o que você fez, garoto? –Andrew sussurrou e Luke fechou os olhos com força-

- Eu falei para você não se aproximar dela. –Luke falou em um rosnado-

- Deixe de ser um pirralho mimado e entenda que sua mãe é apaixonada por mim. Nós sempre vamos voltar, Luke. –ele falou e Luke o empurrou-

- Minha mãe foi para o hospital por sua causa. –Luke falou e Andrew pareceu surpreso-

- Eu... –ele tentou falar, mas foi interrompido-

- Não sabia, certo? –Luke sorriu debochado- Pois fique sabendo, papai, que depois que você deu uma surra nela, e saiu de casa, furioso, ela desmaiou, pois você bateu muito na cabeça dela. –Luke falou tudo com amargura e Andrew olhou o chão- Eu me surpreendo de ver que você ainda tem a cara de pau de aparecer aqui. De tentar reconquista-la, depois de todo o mal que você fez para ela. –Luke sussurrou, sentindo sua voz tremer, com vontade de chorar- Você não é meu pai, Andrew. Você é apenas o cara que destruiu minha família. –ele falou e limpou as lágrimas indesejadas que escorreram- Agora faça o favor de sumir da vida da minha mãe, pois ela não merece alguém como você para importuna-la.

Andrew olhou para o filho por mais alguns segundos antes de assentir, e sair do apartamento. Luke fechou os olhos com força, sentindo raiva e uma angustia forte.

Ele fungou, limpou as lágrimas e se agachou para pegar os cacos da xicara que se partiu no chão. Depois de jogar os cacos fora, ele juntou a outra xicara que nem havia sido tocada, e a chaleira, levando aquilo para a cozinha. Por último ele juntou o tapete manchado e o enrolou, colocando no canto da sala, para depois manda-lo para limpar.

Ele queria ir até o quarto da sua mãe, mas sabia, a conhecendo bem, que ela precisava de um tempo, e ele daria esse tempo a ela. Por isso ele foi para seu quarto, tirou seus tênis e deitou em sua cama, olhando o teto e se sentindo um menino perdido. O menino perdido que ninguém conhecia. Porque por mais que Luke seja aquele tipo mulherengo e brincalhão, ao redor dos amigos, por dentro, lá no fundo, ele era apenas um adolescente de dezessete anos, com muitas mágoas e cicatrizes internas. Cicatrizes que com o tempo se curariam e sumiriam, mas que as vezes se abriam, e Luke ainda não sabia como fecha-las.


All that matters. (L.H.)Onde histórias criam vida. Descubra agora