Capítulo cinquenta e dois.

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- Meu amor, pare de chorar. –Maria falou guardando as coisas que tinha em seu quartinho no apartamento de Madison e Samantha-

Madison estava sentada na beirada da cama de Maria, com Hook em seu colo, e a morena chorava, tendo o rosto vermelho e molhado de lágrimas.

- Você não vai embora. –Madison murmurou, abrindo a pequena mala com as coisas de Maria, e tirando de lá tudo o que a empregada havia guardado-

Maria sorriu tristemente, e com paciência, guardou as coisas de volta e sentou ao lado de Madison, pegando sua mão.

- Mad, eu não posso mais ficar aqui. –ela falou e Madison soluçou- Eu destratei sua mãe, não a respeito mais. É ela que paga meu salário, salário que eu preciso.

- E eu? –Madison perguntou, parecendo uma criança indefesa-

- Você é uma filha para mim, apesar de já ter meus filhos. Você é uma menina forte, que vai aguentar as dificuldades dessa casa. E você vai poder contar comigo ainda. Não o dia inteiro como costuma, mas eu sempre estarei com você. Sempre estarei do seu lado, lhe apoiando e lhe ajudando.

- Maria, não é a mesma coisa. –Madison chorou e Maria terminou de fechar a mala-

- Você se acostuma. Será difícil para mim também, meu carinho. –Maria falou se levantando e pegando sua mala- Me leve até a porta. –ela pediu e Madison só soluçou novamente- Madison, seja forte. –ela falou e Madison a olhou-

Madison se lembrava bem do primeiro dia no hospital, com soro na veia, e um tubo de oxigênio no nariz, fraca demais até para respirar sozinha. Lembrava que Mary e Nicole não saiam do lado dela nem por um segundo durante o dia, mas a noite, Maria ficava com ela. Na primeira noite lá, Madison tirou seu oxigênio apenas para pedir desculpas para Maria. Maria sorriu carinhosamente, pegou sua mão e sussurrou essas mesmas palavras. Pediu que Madison fosse forte e saísse daquela. Era disso que Madison precisava. Força.

Madison lembrou disso, e levantou, abraçando Maria pela cintura e caminhando junto com ela para a porta da frente. Samantha estava já na porta, aguardando elegantemente com a mão na maçaneta. Madison fez uma careta de desprezo e apertou mais Maria em seu abraço.

- Quero que volte na semana que vem para assinar sua demissão, Maria. –Samantha falou abrindo a porta e Maria assentiu-

- Voltarei. –ela falou e beijou a testa de Madison- Se cuide, minha menina. –ela sussurrou e passou pela porta- Até mais, Samantha. –ela murmurou e Samantha assentiu e fechou a porta, dando um suspiro tranquilo e caminhando até o sofá-

- Você é o ser humano mais desprezível que eu conheço. –Madison falou indo de atrás da mãe que a olhou com superioridade- Você é ridícula. Uma mal-amada, fria e má. –ela falou chorando-

- Já acabou? –ela perguntou e sorriu debochada-

Madison fechou os olhos com força e depois se virou, indo até seu quarto, pegando sua mochila e colocando lá dentro uma cala jeans, uma t-shirt preta, um conjunto de lingerie, o carregador de seu celular, e fechando a mochila. Colocou a mesma nas costas, pegou Hook novamente, pegou seu celular e saiu do quarto.

- Aonde pensa que vai, Madison? –Samantha perguntou revirando os olhos-

- Para longe de você, sua bruxa. –ela falou e saiu de casa-

Samantha revirou os olhos novamente e deu de ombros. Madison entrou no elevador e desceu, indo para a portaria. Quando passou para fora do prédio, deu um encontrão em Luke que franziu o cenho e observou uma Madison ofegante, com o rosto inchado pelo choro, cheia de coisas.

- O que aconteceu? –ele perguntou e Madison respirou fundo antes de falar-

- Minha mãe demitiu Maria. –ela falou e deixou outra lágrima escorrer. Luke fechou os olhos com força-

- Merda. –ele sussurrou e passou a mão pelos cabelos de Madison, pegando Hook com a outra mão- Eu sinto muito, morena. –ele falou e Madison assentiu- Para onde está indo?

- Para casa dela. –ela murmurou e Luke franziu o cenho-

- Maria mora do outro lado da cidade, Madison. –Luke falou e Madison bufou-

- Não me importo. –ela deu de ombros- Não posso ficar longe dela, Luke. –ela falou e ele pegou a mão dela-

- Amor, você não pode simplesmente ir sozinha para casa dela. –ele falou e ela soluçou, sem nem notar do que ele havia a chamado-

- Você pode ir comigo. –ela sussurrou e Luke suspirou-


All that matters. (L.H.)Onde histórias criam vida. Descubra agora