Give me Love [COMPLETA]

Presente de Thayla

E o dia foi cansativo! 22hrs finalmente. Treze horas de humilhação desse chefe estúpido que me fez lavar cada prato por chegar atrasada. Mas tudo por Londres, tudo por meu sonho, tudo por minha mãe.

Minha avó me ligou algumas vezes, no total 54 ligações, eu tinha certeza absoluta que ela já sabia da minha recuperação, ótimo!
Cheguei no apartamento. Aqui é tudo bem simples, os outros moradores são calmos, e velhos.

Abro a porta da sala e vou direto para o meu quarto. É impressão minha, ou a cama parece maravilhosamente macia? Deito nela, e o sono pesa...

[...]

Mel? Mel, acorda! Lissa? - ouço uma voz distante, ela ta me chamando? - MELISSA YOUNG?!
Sim, com certeza está me chamando. E é Emma. Mas não vou ceder, justo agora que consegui pegar no sono...

— Okay, você pediu. Mas não reclama.

Ouvi passos se distanciarem. Graças a Deus. Finalmente ela foi embora e...

SPLASH

Ta molhado, tudo molhado, e com cheiro de... Geléia? De morango?

— EMMA! NÃO ACREDITO! POR QUE VOCÊ ME... SUJOU?

— Ah meu Deus, desculpa era pra ser água. - a futura vítima falou — Mas até que te ajudei, agradeça, mal agradecida você estava com cheiro de cachorro molhado!

Ela estava brincando com a vida, levantei-me e fui em direção a ela...

— Espere! - ela disse - Tenho notícias. O diretor babaca te procurou e...

— Xii! Não fale alto, a vovó não sabe.
— E a vovó não vai precisar saber de nada, sabe por que?
— Emma, não vai dizer que você matou o diretor! Que injustiça, porque não me chamou? - A olhei, e ela começou a gargalhar.
— Não, cara, não é isso. São notícias boas.
— Então ele morreu sozinho? Teve um... Ataque cardiovascular cerebral devido a síndrome mesozóica?
— Isso existe? E para de tentar adivinhar! É o seguinte: ele te liberou da recuperação e pediu desculpas. Descobriu que a filha dele tinha mudado as sua notas, quando viu gliter espalhado no computador dele.

Nós duas rimos.

— NÃO ACREDITO! AAH, QUE MARAVILHA, AGORA ESTOU DE FÉRIAS! Trabalhando, mas... DE FÉRIAS!
— Sim, amiga. - ela ri. - Sabe eu queria que...
— MEL YOUNG, VENHA AQUI AGORA. - minha avó gritou de algum cômodo.
Nos entreolhamos e juntas, falamos:

— Ô, ou.
— Sabe como é, preciso tomar banho agora... - Emma falou tentando se safar.
— Ah, não vai não, você vai comigo enfrentar a fera.
— Então me pegue! - ela correu para o nosso banheiro e trancou a porta antes que eu pudesse pegá-lá, o que fez eu machucar meu nariz, senti um líquido escorrer e antes que eu limpasse, ouvi a voz que me faz arrepiar:

— MELISSA YOUNG, NÃO ESTOU BRINCANDO!

Tratei de encontrar a velha e ela já estava sentada no sofá de nossa pequena sala com um papel amarelo nas mãos, minhas notas com certeza.. Me olhou intrigada.

— Minha nossa, isso é sangue?
— Geléia de morango, coisa de Emma. Não se preocupe, era só isso? Tenho que tomar banho, e...
— Você não me atendeu o dia todo! - vovó me interrompeu - O que eu tenho pra conversar com você é importante, sabia?
— Vovó, eu não estou reprovada. A loira gliter mudou as notas, mas o pai dela já sabe. Hoje eu quase fiz um parto, o motorista me empurrou e o narigudo me fez tirar chiclete debaixo da mesa, por favor tenha dó! - falei tudo de uma vez.
— Gliter? Reprovada? Parto? Do que você ta falando? - Então ela não sabia de nada? Não sabia que estava reprovada? Eu estava começando a responder quando ela me interrompeu. - Basta. Não quero saber. Eu não gostaria de estar tendo essa conversa com você com nas condições que você está. - Ela me olhou dos pés a cabeça. - Mas é importante, e Deus! Já são quase 00:00hrs, uma velha como eu precisa de descanso!

Nós rimos, e ela apontou o seu lado do sofá. Sentei com ela, e ela começou:

— Mel, amanhã você faz 18 anos certo? - assenti - Quero que saiba que te acho muito madura. E muito forte também, parabéns por nunca desistir das sua metas. Você tem uma voz linda, Mel, e você sabe que não é só eu que penso assim. - seus olhos brilham. - A sua mãe. Ela está muito orgulhosa de quem você é, seja lá onde ela estiver. Você é maravilhosa, querida. E não deixe que ninguém te prove o contrário.
— Vovó, onde você quer chegar com...
— Xii - ela me interrompe novamente. - Apenas ouça querida. No seu aniversário de 10 anos, a sua mãe me chamou no quarto de vocês. Lembro-me que você já estava dormindo. - ela sorriu, um sorriso sincero - E ela perguntou se não poderia deixar isso aqui no meu quarto, para que você não descobrisse. Ela me disse: "Guarde isso mamãe, é um presente pra ela. Para quando ela estiver com 18 anos, ela com certeza saberá em que usar isso". Então ela me deu esse envelope. Mel, ela acreditou em você, e eu acrecito. Só quero que de tudo na sua vida, você acredite em você também. É seu.

Ela me ofereceu um pequeno envelope, e quando eu estava prestes a abrir, vovó levantou e me olhou. Num impulso eu me levantei também. Ela me ofereceu um objeto brilhante, que até então não tinha reparado: uma chave.

— Você irá precisar disso. Pode chegar a hora que quiser, e vai precisar deste endereço também. Boa sorte querida, eu te amo. - e foi para seu quarto.

Okay eu não entendi nada. Mas também não falei nada. Fui para meu quarto, e Emma já estava na cama, sentada. Olhou para minhas mãos.

— O que é isto? - Emma perguntou
— Um presente... Da minha mãe. - Em me olhou curiosa e então disse justamente o que eu mais queria fazer:

— Abra!

Sorri, e fui sentar ao seu lado na cama. Segurei o envelope na mão, e o abri com todo cuidado como se fosse ouro. E para mim era ouro, minha mãe tinha um presente para mim. Mas tinha algo estranho. Por que eu só poderia abrir com 18 anos?

Eu realmente não sei, mas seja o que for, eu vou amar.